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A volta do Exorcista

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Alex Medeiros 
O clássico do terror de 1973 vai ganhar uma sequência à sua altura. A parceria da Universal, Blumhouse e Peacock gerou um negócio de US$ 400 milhões para patrocinar uma trilogia de filmes ambientada no universo do icônico filme dirigido há 48 anos por William Friedkin e com roteiro de outro William (Peter Blatty). Segundo o The New York Times, quem vai dirigir a trilogia é David Gordon Green, o mesmo da trilogia Halloween que já rola desde 2018.
Já se sabe que o cantor e ator Leslie Odom Jr (de Broadway Hamilton) estará no elenco juntamente com Ellen Burstyn, que atuou no filme original sendo indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Nos releases enviados à imprensa, os produtores afirmam que “a Universal não está refazendo o antigo filme”. No planejamento das três empresas associadas na trama, a previsão é que a trilogia tenha estreia em 2023, inclusive lançando a segunda parte.
O Exorcista marcou os anos 1970 e se tornou referência para muitas produções de terror surgidas nas décadas seguintes, tendo até hoje filmes cujos roteiros bebem na sua fonte. Explorou ciência e religião com maestria.
Na própria frase que acompanhava seus cartazes e chamadas, estava a receita do ingrediente da trama: “em algum lugar entre a ciência e a superstição”. Ou seja, onde a ciência falha, a fé e o rito salvam os possuídos.
Em verdade, O Exorcista não foi feito para gerar conflito ou confronto entre religião e ciência, foi apenas uma consequência disso que sempre existiu e naqueles anos predominava no contexto e na alma da sociedade americana.
A mistura de misticismo com psiquiatria, as divergências de cura homeopática com medicina alopática, toda a cultura de bem versus mal inserida no psicodelismo dos hippies e no rock alucinógeno, estavam na crista da onda.
Minha geração vivia num ambiente permanente de ritos de passagem, com 13 ou 14 ou 15 anos, oriunda do terror caricato de vampiros, fantasmas e lobisomens, e que nos chegavam por velhos filmes em preto e branco na TV.
A barulhenta e aterradora propaganda de O Exorcista, com direito a horários nobres na Globo e na Tupi, gerando debates em programas de auditórios, que reproduziam o debate espalhado no mundo, tudo abriu nossa curiosidade.
Mas quando bateu em cartaz por aqui, vinha censurado para menores de 18 anos, o que gerou falsificações bizarras e tentativas de drible em porteiros e juizado de menor. Foi uma onda de fotos sobrepostas nos RG dos de maior.
Minha sorte foi o excesso de pelos nas pernas e já os primeiros fios de barba e bigode dimensionados nos cabelos longos. Fui ao cinema Rio Grande de bermuda e tendo minha foto no documento de um amigo que já tinha 19 anos.
Quem disse que após a sessão noturna alguém dormiu antes do sol levantar. Um grupo de cinco ou seis pivetes varou a madrugada na esquina da Mário Negócio conversando sobre as cenas da atriz Linda Blair com o diabo no corpo. Escolhemos a avenida pelo movimento de carros espantando as almas.
Aliás, a bela Linda tinha a nossa idade, mas o terror do filme nos impediu naturalmente de reações da libido com sua anatomia às vezes à mostra. Naqueles dias, não era fácil separar a personagem endiabrada da jovem atriz.
O Exorcista provocou frenesi na imprensa mundial em 1973, o que fez surgir até relatos sobre posses demoníacas em diversos países. Havia também gente convulsionando e vomitando nas sessões dos cinemas. Era o diabo a quatro.
Houve reclamações de padres, histeria de pastores, cartas enviadas ao Vaticano pedindo providências. Em 1974, nos EUA, houve quem relacionou o escândalo Watergate aos efeitos do filme. Estou doido para ver a trilogia. Tomara esteja como o diabo gosta. 
Protestos
O fim de semana na Europa foi marcado por protestos contra restrições e passaporte sanitários. Multidões nas ruas da Inglaterra, Itália, Alemanha, França, Espanha, Irlanda, Romênia, Suécia, Holanda, Grécia e Finlândia.
Macron
O presidente francês segue batendo recordes de rejeição, já superando François Hollande. Na cidade de Poitiers, o povo invadiu a câmara de vereadores, arrancou seu retrato do plenário e atirou por uma janela abaixo.
Carreirista
O que era pra ser dialético, tornou-se patético. Não por uma questão de rima, mas de má doutrina. Quando um cuecão é medíocre nas atividades das casamatas acadêmicas, trata de levar sua insignificância aos palácios políticos.
Cubo bobo
Um dos mais engraçados memes das redes sociais é sobre a invenção universitária de um cubo mágico para uso específico de alunos doutrinados na pauta esquerdista: o brinquedo tem todos os quadradinhos na cor vermelha.
Quadrinhos
Nelcy Campos, que ficou célebre como “Prático-Herói” ao rebocar um navio em chamas em 1985 evitando uma tragédia no porto do Recife, vai ter sua história contada numa HQ produzida pelo ilustrador pernambucano Glaydson Gomes.
Repetição
Os times do Náutico e do Londrina estão tendo seus jogos transmitidos ao vivo no Sportv às vezes em até dois dias por semana. Se houver audiência e se tal exibição resultar em novos torcedores, logo superarão o Sport e o Atlético PR.
Voleibol 
O sufoco que o vôlei masculino brasileiro passou diante dos eternos fregueses argentinos é um ponto fora da curva em um time que chegou em Tóquio como o melhor do mundo e franco favorito a conquistar mais uma medalha de ouro.

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