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A voz e os grooves de Gal

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O nome dela é Gal, uma assinatura de peso na história da MPB. Mas a cantora baiana nunca foi de viver no passado, parada no tempo. Era assim nos anos 70 e é  assim também nos anos 2000, década em que a cantora baiana seguiu se reinventando através de diversas sonoridades. É essa Gal Costa, cheia de soul, frevo, rock, disco, samba, funk, tecno, folk e tudo mais, que se apresenta no show “A Pele do Futuro”, sábado, às 21h, no Teatro Riachuelo. Embalado pelos grooves de seu último disco – que dá nome ao show – Gal  preparou uma viagem musical em que fãs de várias fases podem embarcar e atestar sua atemporalidade.
Aos 74 anos, Gal Costa transforma sons de várias épocas em um show inventivo e moderno
Aos 74 anos, Gal Costa transforma sons de várias épocas em um show inventivo e moderno
Inspirado pela black music dos anos 1970, o novo álbum de Gal Costa tem canções inéditas de Gilberto Gil, Guilherme Arantes, Adriana Calcanhotto, Emicida, Djavan, Hyldon, Nando Reis, Erasmo Carlos, Silva, e Jorge Mautner. Além do repertório do respectivo álbum de estúdio, Gal relembra sucessos de seus mais de 50 anos de carreira, como “Chuva de prata”, “Festa do interior”, “Balancê”, “Dê um rolê”, “London, London”, “Vaca profana”, “Sua estupidez”, “Azul” e “Que pena”, entre outros. Gal também canta pela primeira vez músicas como “As curvas da estrada de santos”, “O que é que há”, e “Motor”. Gal também canta o clássico “Lágrimas negras”, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina.
A cantora foi e voltou no tempo muitas vezes, vasculhando na própria história qual de suas cicatrizes poderia melhor contribuir à tradução daquele exato instante: o presente. Aos 74 anos, Gal é uma das cantoras mais importantes da música brasileira.
“Hoje eu posso me dar ao luxo de fazer qualquer coisa”, declarou ela em entrevista ao caderno FDS. Nesse bate-papo rápido com a TRIBUNA DO NORTE, a musa baiana fala sobre o novo show, a escolha do repertório, e o mergulho nas sonoridades que estão renovando sua música desde 2011. Para uma artista que esteve presente em tantos momentos importantes da música brasileira das últimas décadas, Gal se dá ao luxo de arriscar e acertar em cheio. Com a palavra e o canto, ela:
– “A Pele do futuro” pode ser definido como um show moderno ou clássico?
É um show que mistura um pouco de tudo. Esse álbum eu quis fazer com uma sonoridade disco music, com uma estética anos 70. Ao mesmo tempo que canto as músicas de novos artistas ou de cantores já consagrados, misturo alguns sucessos da minha carreira, trazidas para essa sonoridade, com novos arranjos.
– O show mescla sons de várias épocas. Qual foi o critério para as canções mais antigas – principalmente aquelas que você ainda não tinha cantado?
Escolhi músicas que pudessem ganhar novos arranjos, que tivessem uma unidade musical parecida com as canções que gravei no álbum. São músicas que eu gosto de cantar, que emociona a plateia.
– Seu último disco tem um apelo setentista. Foi uma forma de se reconectar com a Gal de décadas passadas?
Esse álbum é especial porque eu sempre sonhei em gravar essa sonoridade. É um disco maduro, alegre, para tempos sombrios. É um frescor para esse momento que vivemos. Eu tenho várias Gals dentro de mim, e todas elas refletem o que eu sou hoje. Gosto de ousar a cada trabalho, dar saltos e criar rupturas na minha carreira.
– Desde “Recanto” (2011) seu trabalho incorporou elementos novos. Isso afetou seu público tradicional? Sente que atraiu novos ouvinte?
Atraiu com certeza. “Recanto” já tinha levado um público jovem para os meus shows e para ouvir minha música. Eu dei continuidade a isso com o “Estratosférica” e agora com “A Pele do Futuro”.
– O que você mais apreciou no mergulho em novas sonoridades desde 2011? Algo te surpreendeu?
Em todo disco que lanço, acredito que presto um serviço à cultura. Eu gravo o que gosto, e cada música bate em mim de uma maneira, me envolve, me emociona de um jeito próprio. Nenhuma das músicas que eu canto, seja de quem for a composição, eu canto do mesmo jeito. Hoje eu posso me dar ao luxo de fazer qualquer coisa. Comecei minha carreira cantando um estilo bem João Gilbertiano, influenciada pela bossa nova, passei pelos anos 60, na época da ditadura, pelo Tropicalismo, já fiz clássicos, música experimental, já fiz rock. Meu temperamento é esse, de não ter preconceito com nenhum tipo de música, nem me ater a apenas um gênero.
– O que você tem escutado atualmente?
Pouca coisa, atualmente. Quando estamos gravando ouço muita coisa, músicas que peço e que chegam.
Serviço:

Gal Costa em A Pele do Futuro. 
Sábado, às 21h, no Teatro Riachuelo. Entrada: R$200 (balcão), R$260
(camarotes/frisas/plateia). 
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