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ABC atrasa pagamento de acordos

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O ABC, de acordo com informações do Tribunal Regional do Trabalho – TRT está descumprindo os acordos realizados no órgão, em uma série de ações trabalhistas. O acordo anterior havia livrado o clube de ver o seu estádio: Maria Lamas Farache – Frasqueirão ser levado à leilão. No entanto, o juiz Michael Knabben, responsável pelas negociações, comemoradas, inclusive, pelo próprio Alvinegro, deu um prazo para que o clube apresente comprovantes de pagamentos com a regularização das dívidas, sob o risco da penhora voltar a ser discutida.
O estádio Maria Lamas Farache está entre os bens do Alvinegro que podem ir a leilão para o pagamento de uma dívida milionária
O juiz observou, em seu despacho, que o ABC apresentou, em uma petição, no próprio juízo trabalhista, uma planilha com uma folha de pagamento somando R$ 320 mil. Ele escreve que: “Apenas  dos campos “salário” e “direito de imagem” e apenas do futebol profissional e comissão técnica somam mais de 320 mil reais para o mês de março/2020”.
O magistrado ainda criticou que o clube não tenha seguido um planejamento adequado à sua realidade financeira, uma vez que o orçamento não poderia contar, em 2020, com a previsão de recursos oriundos da Timemania, afinal, esses valores estavam “empenhados” para o pagamento dos acertos com a Justiça. “O time, a comissão técnica, os funcionários em geral, as despesas enfim, o todo, precisaria se adequar ao novo retrato econômico-orçamentário do  do clube para 2020”, explica o magistrado em seu despacho.
Knabben observa ainda que  o clube tem procurado, desde janeiro deste ano, “revisitar” os acordos, uma vez que não estaria em condições de cumpri-los. O juiz anexou uma matéria da Tribuna do Norte em seu despacho. “Revisitando reportagens jornalísticas, depara-se com a a seguinte manchete, em 25/10/2019, da Tribuna do Norte: ABC fecha com Berguinho e projeta folha de pagamento de, no máximo R$ 180 mil “.  Percebe-se ainda o pagamento “extra” de “gratificações” que somaram cerca de 120 mil reais  em fevereiro e 60 mil em março”, escreve.
A situação do clube ficou delicada, quando a Caixa deixou de realizar os repasses da Timemania e quando citada pela Justiça, argumentou que as cotas devida ao clube estavam sendo usadas para cobrir a falta de pagamentos das obrigações junto ao INSS e ao FGTS, que estavam em atraso, visto que no contrato firmado entre as partes, existe a cláusula que dá preferência a quitação dos tributos federais.
Frente aos seguidos casos de inadimplência do acordo trabalhista, o argumento usado para tentar convencer o juiz responsável pelo caso acabou rechaçado. Na peça, Michael Knabben ressalta que a crise financeira do clube advém de longas datas e a questão da pandemia do coronavírus não pode ser usado como agravante pela situação financeira na qual o ABC se encontra.
“A previsão do orçamento 2020 não pode contar com qualquer previsão de “entrada” de Timemania, pois os valores não mais estavam à disposição do clube, ao menos quanto ao contingenciamento dos gatos. Adequações necessitavam ser feitas”, diz o juiz.
Frente as dificuldades que a diretoria vem apresentando para cumprir os seus acordos na esfera judicial, Michael Knabben aponta para “necessidade de o clube tomar posição em relação a seus bens, notadamente quanto à venda – alienação IMEDIATA se seus bens – sob pena de serem alienados futuramente pela Justiça.”
Crise
A situação se agrava a cada dia, uma vez que o clube já vinha realizando uma espécie de contorcionismo para conseguir sobreviver em meio a uma das maiores crises financeiras da sua história. O novo problema que surge no horizonte é a redução drástica que as cotas da Timemania irão sofrer com a decisão da Justiça de manter as portas das casas lotéricas fechadas, durante esse período de isolamento social. A questão, segundo o vice-presidente abecedista, Bira Marques, deve retirar um valor significativo dos cofres alvinegros, que se manteve no primeiro grupo de premiação, onde garante em média um repasse de R$ 120 mil ao mês, em cada ano.
“Essas verbas variam muito, como dependem do volume de apostas, existem meses que pode chegar a R$ 300 mil e outros que caem para R$ 80 mil, mas realizando uma média anual, o ABC recebe uma cota de mais ou menos R$ 120 mil a cada mês mesmo”, afirmou Bira.
Leilão
Essa verba da Timemania, no momento, se encontra indisponível para o ABC, uma vez que foi dada como garantia para o pagamento das questões trabalhistas. Com o acordo descoberto,  o estádio Frasqueirão ir a leilão.
O conselheiro Bira Rocha, que no início do ano realizou um levantamento minucioso sobre a questão das dívidas alvinegras, não acredita que, num momento de crise comum a todos, a justiça deverá atuar como madrasta do ABC, porém reconhece que, frente a questão do problema de repasses da Timemania, a mesma terá instrumento para endurecer a cobrança, caso queira.
O presidente do Alvinegro, Fernando Suassuna, disse que já conversou com o juiz do trabalho responsável pelo acordo com o clube, que o advertiu sobre a questão, mostrando o receio de que as próximas cotas repassadas ao ABC, pela Caixa, sejam praticamente irrisórias, com apostas sendo realizadas apenas pela internet.  
“O juiz está trabalhando com receio de ter saldo zero na conta do ABC, será mais um problema a ser administrado diante dessa crise que só faz aumentar para o clube. Não temos patrocínios, não temos torcida, sócio-torcedor e ainda corremos o risco de ver as competições realizadas dentro desse primeiro quadrimestre canceladas”, afirmou Suassuna, que já está preocupado em buscar meios para resolver essa questão e evitar que bens do clube tenham de ser vendidos de forma brusca, sem uma análise apurada.
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