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ABC entre a crise e a necessidade de ser vencedor

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É com o elenco mais barato dos últimos 15 anos, que o treinador Francisco Diá terá de dar uma resposta imediata para torcida alvinegra, em busca de retomar a hegemonia do futebol potiguar das mãos do rival, que entra na atual temporada numa situação muito mais cômoda em termos financeiros. É discutindo o problema da crise, que gerou uma dívida de R$ 33 milhões e que, na visão do conselheiro Bira Rocha necessita ser paga, para que o clube tenha condições de sobreviver dentro da nova ordem do futebol, que o ABC está entrando na temporada oficial.
Elenco com poucas caras conhecidas do público alvinegro, realizou amistosos importantes se saiu bem empatando contra o Náutico e vencendo o Botafogo-PB e agora quer um crédito de confiança
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#SAIBAMAIS#Com dinheiro alocado para manter os acordos e pagamento das dívidas trabalhistas o poder de autossustentação do departamento de futebol passou a ser praticamente nulo, dessa forma o presidente Fernando Suassuna não teve outra alternativa que destinar um orçamento mínimo para montagem do elenco, haja vista que a conselho do próprio Bira Rocha, o orçamento do clube não pode terminar no vermelho no final das atividades de 2020.

Quando aceitou o convite para assumir o comando do clube, que segundo ele foi um grande sonho do pai, que como bom alvinegro queria ver o filho trabalhando no seu clube de coração, Diá sabia do tamanho do desafio que teria pela frente, mas não titubeou.

Ao dar a primeira entrevista, o treinador lembrou que enfrentar as situações como a que está encarando no clube potiguar, não são novidades na carreira profissional, onde vem se notabilizando como nome que ajuda aos clubes a sair da crise, trabalhando com elencos baratos e conquistando resultados positivos. É isso que pretende repetir no ABC, que inicia sua jornada hoje, diante do Globo, às 16h no Frasqueirão, em mais um confronto com os portões fechados para o público nesta primeira rodada da Copa Cidade do Natal, correspondente ao primeiro turno do Campeonato Potiguar.

“Já tive outros desafios, enfrentei situações até bem mais difíceis que essa em outros clubes e, com apoio da diretoria e de todos conseguimos realizar bons trabalhos. Então espero que no ABC não seja diferente, até porque o mais importante eu já tenho: o apoio do presidente e demais membros da direção do clube. Acredito que com a infraestrutura que esse clube tem e a obra prima que possui nas bases, temos tudo para realizar um grande trabalho. É claro que sabemos as dificuldades e não tenho medo de enfrentá-las. Onde tenho passado tenho realizado bons trabalhos e espero repetir isso dentro do ABC”, afirmou Francisco Diá.

O presidente Fernando Suassuna está fechado com o comandante alvinegro, ressaltou que vem realizando o possível para dotar o futebol com o melhor que pode oferecer no momento, reforçou os compromissos do clube e disse que o perfil encontrado no comandante é o ideal para o momento que o Alvinegro passa neste exato momento.

“É claro que diante de tal situação eu não poderei ficar de braços cruzados, terei de usar o poder de gestão de um clube como o ABC para buscar alternativa. Essa história de só poder gastar aquilo que conseguir arrecadar, deixa qualquer agremiação com a calça justa. Por isso tenho feito visitas a alguns clubes que possuem parceria com o nosso, que possuem parcerias em direitos econômicos de atletas nossos que estão atuando por lá, como Grêmio e Athletico-PR no sentido de viabilizar mais algumas receitas para 2020, de uma forma que garanta a continuidade do processo, mas que contemple também os nossos compromissos”, destacou.

Ciente de que será um ano de dificuldades, Suassuna já alertou que a torcida abecedista terá de aprender a sofrer, pois tudo que for conquistado será mediante a muita luta, muito empenho e determinação, fatores genuínos aos grandes alvinegros. Por isso pede uma dose extra de paciência com essa equipe.

“A nossa lógica do futebol foi formar um time com um perfil do nosso treinador, que sabe montar equipes competitivas com elencos não tão caros. Ele tem essa filosofia de trabalho, estamos deixando-o bem à vontade nessa questão e, digo aqui, que não irei admitir qualquer tipo de interferência, principalmente as externas.  Então Diá já tem um grupo praticamente definido, faltando três ou quatro peças para se encaixar e vir para dar qualidade, mas, ainda assim, com uma folha barata para os padrões do ABC nos últimos anos, o nosso orçamento está quase extrapolando.  Porém, vale salientar, que dentro desse orçamento não está previsto as premiações que o ABC irá conquistar avançando em competições como a Copa do Brasil e a Copa do Nordeste”, destacou o dirigente.

Diante das dificuldades o trabalho foi iniciado, o elenco sofreu algumas baixas importantes, entre as quais a do atacante Augusto, que junto a Wallyson era um dos trunfos de aposta do treinador para impor respeito perante os adversários, mas ao que parece isso não abalou tanto a sequência do planejamento. Na pré-temporada, Diá fez questão de medir forças contra adversários que em termos orçamentários e de organização estão um passo a frente que o clube potiguar hoje, se mostrando satisfeito com o resultado: empate diante do Náutico, no Recife, e vitória sobre o Botafogo-PB no CT Alberi Fereira, por 2 a 1. Duas equipes que mantiveram as bases de 2019 e ainda se reforçaram. Dessa forma o técnico espera ter conquistado um crédito para o novo grupo frente a onda de pessimismo que ronda uma boa parte dos alvinegros.

“A torcida do ABC sempre terá um papel fundamental dentro de qualquer processo nesse clube. Ela sempre jogou junto e quando está unida a diretoria e, também, a comissão técnica e o grupo de um modo geral, o ABC se torna sempre um grupo muito difícil de ser batido. Tenho certeza de que essa integração nos fará mais forte, mesmo ciente de que após o clube sofrer um rebaixamento os torcedores não ficam nada satisfeitos e demoram um pouco a voltar a ter confiança. A partir de agora, dentro desse novo modelo que o clube está adotando de administração e de tocar o futebol, destaco que iremos fazer um ABC forte, um ABC competitivo e que irá chegar sempre forte nas competições”, prometeu o técnico.

Para enfrentar o Globo, o time deverá ser o mesmo que participou dos amistosos, o comandante abecedista disse que vem trabalhando com essa mesma equipe desde o início dos trabalhos com bola, porque o grupo basicamente foi todo remontado e os atletas precisam buscar um melhor entrosamento. Ele acredita que é justamente esse ponto, que deverá pesar mais na estreia do Estadual. Qualquer modificação só será realizada caso ocorra algum impedimento de ordem legal, até pelo fato de a resposta dada até o momento ter sido considerada positiva. A única dúvida está para definir o goleiro, onde Wagner e Erivélton brigam pela posição.

“Nossa equipe está bem para estreia, tem o Valderrama que subiu comigo é voluntarioso. O Igor eu tinha visto jogar no Havaí, possui 22 anos, mas tem bastante mobilidade e muita movimentação, só não está no melhor de sua forma. Contamos também com Walyson, fazendo uma espécie de centro avante e revezando pelo lado esquerdo, já contando com o Berguinho para ficar ali mais centralizado. A gente tem um quarteto bem ofensivo, o próprio Jaílson, que no amistoso contra o Botafogo-PB, teve uma boa movimentação e, devido essa voluntariedade, às vezes ele até erra muito porque participa bastante do jogo. Então posso definir esse ABC como um time muito intenso, espero que seja assim dentro da competição para a gente fazer bem o nosso papel”, analisou o treinador abecedista.

O fato de o adversário também estar tentando se recuperar em meio a uma crise, não é vista do lado do ABC como fator positivo. Diá destaca que os dois lados nessa questão e fala sobre o perigo de se enfrentar um adversário nessa situação.

“É bom porque o Globo também não está com esse conjunto tudo, mas por outro lado, também tem alguns jogadores novos querendo mostrar serviço e uma equipe que a gente não conhece. Aí dificulta mais, até para você passar informações importantes aos nossos atletas na hora da preleção, apontando os pontos fortes e pontos fortes e fracos daquele grupo. Eu tenho certeza que ela vem bem treinada por que Renato sabe trabalhar, conheço ele e espero fazer uma estreia complicada, mas que tenha um final feliz para o lado do ABC”, disse.

Renatinho Potiguar, comandante do representante de Ceará-Mirim, reconhece o momento delicado de sua equipe, mas acredita que o Tricolor pode se superar. “Creio que com a dificuldade financeira que tivemos, conseguimos montar um time para competir”, disse.

Com um orçamento bem limitado, Renatinho participou ativamente das contratações e coube ao treinador realizar o convencimento dos atletas de que o projeto poderia dar certo. A mescla entre juventude e experiência foi utilizada e um velho conhecido do futebol potiguar ressurge no cenário local: Paulinho Macaíba, de 36 anos, que servirá como referência para os mais jovens do elenco.

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