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Abertura comercial deve ser feita via acordos, diz CNI

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As propostas de abertura comercial que estão sendo estudadas pela equipe
do presidente eleito, Jair Bolsonaro, já provocaram reação negativa da
indústria. Os projetos têm como ponto comum a redução unilateral – ou
seja, sem exigência de contrapartidas – das tarifas de importação
aplicadas pelo governo brasileiro a vários produtos. Essa estratégia
contraria a posição da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para a
qual a abertura deve ser feita por meio de acordos comerciais que
prevejam alguma contrapartida para o País.

#SAIBAMAIS#“Somos a favor da abertura, desde que seja por meio de acordos
internacionais”, disse o presidente da CNI, Robson Andrade. “Abertura
unilateral, que benefício tem?” Ele defende que o Brasil receba algo em
troca pela abertura de seu mercado. Por exemplo, novas tecnologias e
inovações.

Para Andrade, se as tarifas forem reduzidas abruptamente, o resultado
pode ser a perda de investimentos que seriam feitos no País por empresas
estrangeiras. Ele contou que esteve recentemente em Israel. “Lá tem
milhares de startups interessadas em vir para cá”, disse. “Mas, se elas
puderem exportar para cá, elas não virão.” Israel e as tecnologias
desenvolvidas naquele país são objeto de admiração de Jair Bolsonaro.

Competitividade. O argumento para a redução das tarifas de importação,
principalmente de bens de capital, bens de informática e algumas
matérias-primas, é melhorar a competitividade da indústria brasileira.
Em uma das propostas em estudo, elaborada por professores da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), a avaliação é que o corte nas tarifas teria como
efeito a redução dos preços dos insumos industriais importados, com um
impacto de 0,43% no PIB. “Nosso objetivo é reduzir tarifas de importação
para gerar pressão competitiva”, disse Lucas Ferraz, professor da FGV,
durante o evento de apresentação do documento.

O consumidor também poderia ser beneficiado com a redução das tarifas de
importação. Outro estudo, elaborado pela Secretaria de Assuntos
Estratégicos (SAE) do governo faz simulações e conclui que haveria uma
redução no nível geral de preços de cerca de 5% com a liberalização, que
chegaria a 16% em setores hoje muito protegidos, como automóveis,
maquinários, couro têxteis e vestuários. Por outro lado, o nível de
emprego se mantém quase inalterado (cai 0,0015%). O documento propõe a
criação de uma política de requalificação para focar nos setores com
maior potencial de empregabilidade.

O presidente da CNI, porém, concorda com a ideia, presente em um dos
estudos, de acabar com a regra pela qual todos os países do Mercosul
cobram a mesma tarifa quando importam de fora do bloco – a Tarifa
Externa Comum (TEC). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Estadão Conteúdo



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