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Acho que viver de música é difícil em qualquer lugar, diz Rejane Luna

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Notoriamente reconhecido como um celeiro fértil de bons instrumentistas, o RN ainda não absorve a própria produção musical e a TRIBUNA DO NORTE escalou um time de músicos ‘desgarrados’ para compartilhar a experiência de conquistar palcos em outros lugares. Confira entrevista completa com a cantora Rejane Luna:

Nascida em Natal há 36 anos, Rejane desenvolveu carreira solo desde o início. Gravou CD em 2003 e a única banda da qual fez parte foi na ETFRN (hoje IFRN)Nascida em Natal há 36 anos, Rejane desenvolveu carreira solo desde o início. Gravou CD em 2003 e a única banda da qual fez parte foi na ETFRN (hoje IFRN). Já tocou com Cacá Veloso, Jubilei Filho, Dudu Taufic, Di Stéffano, Waldir Luzz e Cida Airam. Abriu shows para Zé Ramalho, João Bosco, Geraldo Azevedo, Emílio Santiago, Maria Gadu, Alcione e Tereza Cristina. Está no Rio de Janeiro há cerca de dois anos e há 13 anos na estrada. Soma nove anos longe da terrinha.

Como foi o primeiro contato com a música? A família incentivou? Influenciou?

Meu primeiro contato foi aos 15 anos, quando despertei o interesse em estudar música. Fiz um curso de teclado e tive todo apoio da minha mãe, porém – nem uma de nós imaginávamos que iria enveredar na música, e acho até que se ela imaginasse nem teria incentivado (risos). Nunca pensei em ser cantora, queria estudar música e ser regente, mas me descobri cantando quando comecei a tocar violão, em 1996.

Como exercia a carreira aqui no RN?

Toquei em bares, fiz aniversários, confraternizações em empresas e também produzia meus próprios shows. Com a música aprendi a jogar futebol: batia o escanteio e corria para cabecear e algumas vezes, fiz gols (risos).

Qual a maior dificuldade de se viver de arte e cultura no RN?

Acho que viver de música é difícil em qualquer lugar. Na verdade, penso que o grande problema do artista é que, às vezes, para ele ser reconhecido profissionalmente “tem que conquistar” uma cidade, um estado, um país, o que não é nada fácil. Entretanto, acho que tem de haver de fato uma política de incentivo mais eficaz. Não vejo o mercado como restrito, acho que poderia ser bem melhor explorado. Imagina se tivéssemos um circuito de shows pelo Estado, contemplando cada cidade.
Acho que a falta de apoio e de uma política bem pensada para explorar melhor esse mercado que acho que ainda está quase virgem, é o que é mais evidente. Por fim, acredito que deveria haver um calendário de eventos para a cidade, bem como um incentivo para que rádios e TVs contemplassem em sua grade programas com qualidade que pudessem falar sobre a arte em geral, até porque temos o teatro, a dança, entre outras expressões artísticas que também merecem atenção. Isso sim seria muito importante para o nosso crescimento.

Partiu em busca de quê? Algo específico?

Pergunta é difícil (risos). O artista precisa conquistar uma cidade, um estado e quiça o mundo. A minha busca era justamente isso: dar a conhecer meu trabalho em outros lugares e aproveitar para usufruir da experiência de conviver com outras realidades culturais que também pudessem me agregar valor. Não atribuo nada ao acaso. Acho que as coisas só acontecem quando fazemos a nossa parte. Sou uma pessoa muito persistente e sempre acreditei que o impossível não existia. Talvez por isso vivi tantas coisas boas com a música e tenho buscado viver mais.

Você já tinham algum contato antes de ir, ou foi na cara e na coragem?

Na cara dura, embora tinha um facilitador, pois já vim com apartamento para ficar, o que já era um bom alicerce.

Sente mais saudade do quê?

Além do colo da minha mãe, sinto falta da família e amigos, de fazer show “em casa”, olhar para platéia e reconhecer rostos familiares e sentir que às vezes “santo de casa faz milagre”. Sempre recebi um carinho muito especial do público do RN.

A adaptação no novo lugar foi tranqüila ou houve alguma dificuldade?

O difícil mesmo é o recomeço, quando você busca oportunidades e não consegue e sabe que não dá pra sentar e chorar, tem que levantar a cabeça e se preparar para a próxima.

Pensa em voltar ao RN?

Quero voltar muitas vezes, inclusive espero em breve fazer algum show aí.

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