Belo Horizonte – O que deveria ser parte de uma aventura para o encontro de jovens do mundo inteiro, em Caracas, na Venezuela, acabou em tragédia, na madrugada de ontem, para um grupo de estudantes mineiros. Por volta das 2h10, hora de Brasília, o motorista do ônibus que transportava 40 estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), perdeu o controle da direção, tombando o veículo à beira de um penhasco, na região conhecida como Curva del Cura, na localidade de Uchumayo, distante a 12 quilômetros de Arequipa, sul do Peru. Quatro estudantes morreram e 25 ficaram feridos.Os estudantes iam participar do Fórum Social Mundial na capital venezuelana.
O grupo de estudantes deixou Belo Horizonte na última quinta-feira e deveria ter chegado a Caracas no domingo. Entretanto, a viagem atrasou em razão das más condições das estradas. Segundo o coordenador do Diretório Central dos Estudantes da UFMG (DCE/UFMG), Lucimar Pacheco, um dos organizadores da viagem, inicialmente o ônibus seguiria por estradas brasileiras, em direção à região Norte. Porém, diante das condições precárias do trecho, a rota foi alterada. “Fomos desaconselhados a viajar pelas rodovias brasileiras, pois, além de Porto Velho não havia estradas e seria preciso pegar balsa até a Venezuela. Então, optamos por passar pela Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, margeando o oceano Pacífico, em direção à Venezuela”, afirma o estudante, que ficou em Minas.
Os estudantes fretaram o ônibus da empresa Soleminas Turismo e Excursões, de Belo Horizonte. De acordo com o agente da empresa responsável pelo fretamento, Marcos Lúcio Araújo, a mudança no trajeto se deu depois que a empresa consultou outras operadoras de turismo de São Paulo e do Rio de Janeiro, acostumadas a organizar viagens para a região
“Essas empresas fazem habitualmente esse percurso. E todas elas nos aconselharam a não passar pelas estradas brasileiras. Optamos pela rota que seria a mais segura, porém, o motorista não conseguiu evitar o acidente”, diz o diretor da empresa do ônibus. Segundo ele, o veículo está com a documentação em dia e tem licença para fazer o percursos, conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Dos 42 ocupantes do ônibus – 40 estudantes e dois motoristas -, morreram no acidente Pedro Coelho D’Avila Correa, do curso de Ciência da Computação, Roberto Tadeu de Melo Barbosa da Engenharia de Produção, Tais Palmerston, da Faculdade de Odontologia, e Thiers Lage Bicalho Bretãs, do curso de Geografia.
A maior parte dos 25 feridos sofreu traumas nas pernas e braços e foram socorridos em três hospitais de Arequipa: Hospital General de Arequipa, Hospital Regional Honorio Delgado e Hospital de Yanahuara. A situação mais grave é do estudante Lucas Mota Hauck que será submetido a uma cirurgia na bacia. Já o estudante Rodrigo Gonçalves de Oliveira, que integrava o grupo, optou por descer, antes, em Cuzco, na região Central do Peru. “Estamos acompanhando de perto a situação dos estudantes internados e daqueles que não sofreram nada”, afirma o cônsul honorário do Brasil em Arequipa, José Miguel Ribas Viscaya.
