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Acidentes com motos deixam 24 feridos por dia no RN

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Yuno Silva
Repórter

Sinônimo de agilidade no trânsito e economia de combustível, pilotar uma motocicleta também pode significar aventura e liberdade. Mas o veículo também é facilmente associado à altos índices de acidentes, ocorrências graves e morte. Se você, caro leitor e leitora, começar a reparar na quantidade de pessoas que se arriscam diariamente conduzindo motos sem utilizar um calçado adequado ou mesmo descalço, vai entender a preocupação da médica-cirurgiã Maria de Fátima Pereira Pinheiro, diretora geral do Hospital Walfredo Gurgel. A maior unidade de saúde do Rio Grande do Norte atendeu, em 2016, 10.281 pessoas vítimas de acidentes de trânsito – 8.729 delas pilotavam motos, ou 84,9% dos atendimentos.

Para Fátima Pereira “falta educação no trânsito e uma fiscalização eficiente”. A diretora geral do HWG afirmou que “quase a totalidade” dos motociclistas que dão entrada no hospital chegam sob efeito de álcool, e “a maioria” com alguma lesão nos membros inferiores: tíbia, fêmur, fíbula, joelho, pé, tornozelo. “Muitos estão só com sandália japonesa (de dedo). Imagine o tanto de despesa que esse comportamento causa ao Estado, à Previdência. Quantos vão ficar encostados por invalidez precoce?”, questiona. A médica-cirurgiã defende, inclusive, que o hospital tenha um etilômetro (bafômetro) e amparo legal para realizar o teste.
Desde 2004, o Walfredo Gurgel já atendeu mais de 89 mil vítimas de acidentes com motocicletas
#SAIBAMAIS#Os números relacionados aos acidentes com motocicleta, motonetas (as scooter) e ciclomotores (até 50 cilindradas)  são superlativos: até o dia 22 de fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) contabilizava 1.280 solicitações de cirurgias ortopédicas. Desse total, 1.109 pacientes aguardando a cirurgia em casa.

A diretora geral do Walfredo Gurgel estima que “pelo menos” 70% da demanda por cirurgias ortopédicas no RN são em decorrência do uso de motos. “Moto é um dos principais motivos para a retenção de macas da Samu e a superlotação nos corredores”, contata a médica-cirurgiã.

“Esses números sugerem um problema grave de saúde pública”, acredita Rubens Ramos, especialista em engenharia de transportes e professor da UFRN. Para ele, a média diária de 24 atendimentos no HWG de pessoas vítimas de acidentes de moto é “absurda!” Em 2015 a média diário foi 29. Rubens ensina que motocicleta não é considerada um veículo de uso regular pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), pois “falta regulamentação de regras básicas”, como exigência dos equipamentos de segurança.

“Não adianta o Detran-RN fazer campanha em outdoor, precisa parar e orientar os motociclistas”, enfatiza o professor.

No Hospital Walfredo Gurgel, pacientes e acompanhantes participam de dinâmicas e assistem palestras educativas – muitas vezes ministradas por técnicos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN) e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). “Temos um núcleo de educação extremamente atuante, mas dentro do hospital. É necessário que a campanha ganhe as ruas e seja permanente”, acredita Fátima Pereira.

De acordo com dados do Detran-RN, atualmente a frota de motocicletas e motonetas no Estado é de 465.212, em Natal são 94.159 veículos licenciados.

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