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Acidentes na Via Costeira crescem em 2021

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Ícaro Carvalho
Repórter
No primeiro bimestre deste ano, o número de acidentes na Via Costeira mais que dobraram (128%) em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 16 sinistros  contra 7 no mesmo intervalo do ano passado segundo o Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE). O número de acidentes com vítimas lesionadas também aumentou, saindo de 2 para 12, alta de 500%. Não houve vítimas fatais no período analisado nos dois anos. 
Em dias chuvosos, riscos de acidentes nas curvas da via crescem
Conhecida por suas curvas sinuosas, a Via Costeira não dispõe de radares eletrônicos, situação que ocorre em todas as outras estradas estaduais. O Governo do Rio Grande do Norte  analisa medidas para solucionar essa problemática, mas sem definir data de reinstalação dos medidores eletrônicos de velocidade, por exemplo. 
Segundo o Coronel Manoel Kennedy Nunes, que chefia o CPRE/RN, o motivo para o aumento dos acidentes na Via Costeira pode estar atrelado aos dias de chuvas em Natal. Conforme apontou, a maioria dos condutores não obedece ao limite da velocidade máxima permitida, que é de 70 km/h, o que pode ocasionar acidentes.
“As pessoas que transitam pela via e a conhecem têm por obrigação respeitar os riscos que ela oferece. Porque se você vier numa velocidade compatível com a via, nunca vai acontecer um acidente. Se tiver o respeito, muito pode ser evitado. Outro fator que influencia é a falta da sinalização adequada. Se existe um risco na via, é importante que seja sinalizado isso, falar das curvas perigosas, local propício a acidentes, tudo para chamar a atenção do condutor”, sublinhou.
De acordo com as estatísticas do CPRE enviadas à TRIBUNA DO NORTE, o ano de 2020 registrou um total de 51 acidentes com 19 vítimas lesionadas 19. No ano anterior foram 63 acidentes e 23 pessoas feridas. O ano passado não registrou nenhuma vítima fatal, diferentemente do ano retrasado, que registrou uma morte na Via Costeira.
Medidas
Com os constantes registros de acidentes e notícias de infrações de trânsito na Via Costeira, o Governo do Estado, por meio dos órgãos responsáveis, tem procurado soluções para mitigar as ocorrências na pista. Uma delas é a instalação de radares eletrônicos para controlar a velocidade de quem trafega pela via, que aguarda licitação. O último contrato se encerrou em 2012, o que deixou todas as rodovias estaduais sem os equipamentos. Outra medida, em curto prazo, é a melhoria da sinalização horizontal e vertical da via, que segundo Adécio Filho, engenheiro do Detran e um dos responsáveis pelas ações no local, estão sendo aplicadas nas últimas semanas.
“Até meados de abril devemos estar concluindo a atualização da sinalização na Via. Estamos repintando toda a faixa da borda, reforçando a sinalização de placas, recompondo os canteiros dos pontos mais críticos. E vamos utilizar novos dispositivos de redução de velocidade na via”, citou. Esses dispositivos, segundo ele, são tachões e canalizações com pinturas termoplásticas que “obrigam” o motorista a diminuir o movimento do carro na pista.
O diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte (DER/RN), Manoel Marques, comentou que o órgão irá contratar um estudo juntamente com o Detran para apontar possíveis melhorias e soluções para a Via Costeira. “Vamos identificar pontos críticos e soluções além de outras questões que o Ministério Público vem nos cobrando. São cobranças de acessibilidade, passeio, entre outros itens”, comentou.
Redução de velocidade
O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Rubens Eugênio Barreto Ramos,  doutor em Engenharia e Economia de Transportes, analisou que para além dos radares eletrônicos na avenida, a principal medida é diminuir a velocidade máxima permitida. “É preciso impor aos motoristas um comportamento, uma regra civilizatória de limitar a velocidade a 50km/h na Via Costeira. Vai fluir, vai chegar do outro lado, vai perder um ou dois minutos, vai ouvindo música nesse período. Mas vai chegar lá. Os acidentes iriam cair vertiginosamente e a consequência do acidente é que seria uma queda ainda maior”, sugeriu o especialista.

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