quarta-feira, 24 de abril, 2024
25.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Acordos na berlinda

- Publicidade -

Por Lydia Medeiros

Empresas envolvidas na Lava-Jato acham que serão duramente atingidas pela decisão, prevista para hoje, do TCU de declarar inidôneas as integrantes do consórcio para a montagem eletromecânica de Angra 3. As reclamações vêm daquelas que já têm acordo de leniência com o Ministério Público. O TCU quer, nestes casos, suspender temporariamente os efeitos da inidoneidade. O ato do tribunal, dizem as empresas, pode fechar portas a novos negócios públicos e privados, inviabilizar os acordos já assinados com o MP, com multas milionárias, e ameaçar sua sobrevivência.

Rio sem fiscais
Fiscais sanitários procuraram o deputado Glauber Braga (PSOL) para denunciar o fechamento do Laboratório Nacional Agropecuário no Rio. Segundo eles, o número de análises de bebidas e alimentos vinha caindo: em 2011, foram 6.057 produtos de origem animal. Em 2016, só 74. Ontem, o Ministério da Agricultura confirmou o fechamento do laboratório, o remanejamento do pessoal e a transferência das atividades para outros estados.

DEBATE
Líder do PSOL, Randolfe Rodrigues diz que é preciso discutir uma lei para o abuso de autoridade, mas considera o momento inadequado. “No auge das investigações como a Lava Jato e a Carne Fraca, que envolvem pessoas com prerrogativa de foro, tentar aprovar qualquer lei de abuso de autoridade é para tentar proteger engravatado, e não o mais pobre. Uma lei é necessária, mas não nessa circunstância e com o relatório que está aqui. O texto não protege o mais pobre das algemas da PF, mas o engravatado.”
Randolfe Rodrigues – Senador do PSOL

Relator do projeto de lei sobre o abuso de autoridade, Requião acha que a proposta deve ser votada com o fim do foro privilegiado. “Caso contrário, acaba o foro e os políticos ficam na mão de juízes de primeira instância e promotores do país inteiro, sem a obrigação de seguir a lei, porque dizem que têm liberdade de interpretação. Se houver essa liberdade, não existe mais crime de responsabilidade. Cada juiz, promotor ou prefeito eleito interpretará a lei conforme o seu desejo. Não é para coibir a Lava Jato. Sou a favor dela.”
Roberto Requião – Senador do PMDB

Quem não se comunica…

Antes de anunciar que o funcionalismo estadual ficaria fora da reforma da Previdência, Michel Temer ouviu ontem muitas queixas de deputados. Líderes pediram ajuda na defesa das mudanças, com uma campanha de comunicação. E reafirmaram que, como está, o texto não passa.

‘The book is on the table’

Embaixadas de países como África do Sul, Chile e Japão procuraram o Ministério da Agricultura indignadas. Cobraram explicações oficiais sobre a Operação Carne Fraca: com papel timbrado e assinatura dos responsáveis. O ápice da irritação foi terem encontrado notícias oficiais sobre o caso apenas no site da pasta e em português. O ministério correu para colocar a tradução do texto em inglês no site, no fim da tarde de ontem.

Cantinho do Moreno

No encontro de anteontem com FH, Temer ouviu do ex-presidente que seu governo deve ter como prioridade a reforma da Previdência. Do alto da sua experiência, o tucano ensinou a Temer como fracassar nas tentativas de aprovar uma reforma da Previdência, em dez lições. E quase solta um “esqueça o que tentei, mas não consegui”. FH elogiou também a pronta reação do governo na “Carne Fraca”. Detalhes desse encontro só no 5º volume das conversas “Eu e o resto”, pois o 4º já está no prelo.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas