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Adeus, motoqueiro!

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Alex Medeiros

Alguém poderia ter tido a iniciativa de pedir um minuto de silêncio ou de aplauso para o ator Peter Fonda na abertura, ontem, em Salvador, do evento da ONU sobre mudanças climáticas. Como o encontro reúne personalidades de 90 países, nada como homenagem in memoriam um artista que dedicou os últimos anos de vida a navegar pelos mares combatendo o aquecimento global. Peter Fonda morreu sexta-feira passada, aos 79 anos, em Los Angeles.

Filho de uma lenda do cinema, Henry Fonda, e irmão único da estrela Jane Fonda, Peter repetiu o talento familiar numa carreira de fôlego por 117 filmes e tendo marcado a história do cinema em 1969 com a parceria no roteiro e protagonismo em Sem Destino (Easy Rider), uma referência da contracultura e do movimento hippie, e essencial para reacender o gás criativo de Hollywood.

Em que pese o fator conjuntural da época que promovia mudanças nas artes, o filme co-escrito e produzido por ele foi essencial para o luminar de cineastas como Scorsese, Spielberg, Coppola, George Lucas e Brian De Palma.

A imagem de Peter Fonda em Sem Destino tornou-se uma espécie de pôster oficial da rebeldia juvenil dos anos 60. Aquele motoqueiro de jaqueta com bandeirinha americana tem se reproduzido no cinema nos últimos 50 anos.

A estampa de cavaleiro (rider em inglês) e de motoqueiro esteve presente em sua carreira, desde quando três anos antes do filme icônico ele pilotou uma Harley-Davidson em The Wild Angels, uma produção B sem repercussão.

Em 1974, no filme de ação Fuga Alucinada, não havia motocicletas, mas Peter Fonda era um cara chamado Larry Rider; e duas décadas depois, em 1993, encarna um motoqueiro num entediante drama com a filha Bridget Fonda.

Sua última participação num filme com motocicleta foi em 2007 na aventura dos quadrinhos Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider), interpretado por Nicolas Cage, em que ele era o personagem Mephisto, versão literária do satanás.

Símbolo da geração hippie nos EUA, Sem Destino estreou por lá em julho de 1969 na semana em que era lançada a nave Apollo 11 e quando os cartazes de Woodstock já circulavam pelos inferninhos de Nova York e adjacências.

Apesar das ácidas críticas nos jornais, o filme se incorporou ao espírito dos jovens, de roqueiros agressivos a pacifistas contra a guerra no Vietnã. E a imagem de Fonda foi cultuada como James Dean, Jimi Hendrix e Mick Jagger.

Os familiares do ator informaram que mesmo doente ele estava desejoso de comemorar os 50 anos do filme, em setembro, durante um evento em Nova York que vai destacar as canções que fizeram parte da trila sonora oficial.

E falando em música, a canção “She Said She Said, no álbum Revolver dos Beatles, é a descrição de um papo entre Peter Fonda e John Lennon sobre o suicídio da mãe do ator durante sua infância, e que ele só soube bem depois.

A irmã Jane Fonda, que esteve bem próximo durante a doença que o matou, falou do amor dele pela vida e da alma indomável como no filme clássico. “Por favor, em homenagem a Peter, levantem um copo pela liberdade”, pediu.

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