Lauro Jardim
com Guilherme Amado e Mariana Alvim
Alguns escritórios de advocacia vão se encrencar quando vier a público a delação premiada de Sérgio Cabral, homologada na semana passada pelo STF. Cabral nomeia, sempre segundo sua delação, algumas bancas que foram usadas para o recebimento de propinas direcionadas a dois ministros do STJ – um deles, Humberto Martins, atual corregedor nacional de Justiça.
… E o TCU
A delação de Cabral bota também na roda alguns ministros do TCU. Entre eles, Bruno Dantas, Vital do Rêgo e Aroldo Cedraz.
Apoio comprado 1
Cabral, em um dos anexos, detalha ainda a compra do apoio do PSD à candidatura de Luiz Fernando Pezão ao governo do Rio de Janeiro em 2014. A negociação dos valores da propina foi feita diretamente com Gilberto Kassab e Índio da Costa.
Apoio comprado 2
A chuteiras de Romário devem queimar os seus pés com a delação de Cabral. E o motivo é também o apoio do senador à eleição de Pezão no segundo turno em 2014.
Tormentas de março 1
A negociação de delação premiada de Eike Batista com a PGR está adiantada. Dentro do MPF estima-se que ela pode ser fechada em março.
Tormentas de março 2
Eike Batista entrega executivos de três bancos que teriam participado de esquemas heterodoxos quando os seus negócios começaram a naufragar. Nenhum deles é presidente dessas instituições. Os anexos que tratam do mercado financeiro e de Aécio Neves são tidos como o filé mignon da colaboração.
Lição para Weintraub
O STJ condenou Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro da FH, a desembolsar uma bolada ao erário. No processo, a AGU cobra o ressarcimento do valor de uma indenização por danos morais que a União teve de pagar a um juiz que foi xingado por Bresser em 1999, durante uma entrevista, quando ele ainda estava no governo. Nos cálculos do próprio Bresser, se a ação transitar em julgado, ele terá de pagar R$ 1 milhão.
Separação consensual
Depois de 27 anos de casamento, Bia e João Doria decidiram separar-se. Consensualmente.
Os venezuelanos estão chegando
O tema não está mais nas manchetes, mas os venezuelanos continuam chegando: em janeiro, mais 15 mil refugiados entraram no Brasil por Pacaraima, a cidade de Roraima que faz fronteira com o país de Nicolás Maduro. Fora outros 5 mil que desembarcaram em Manaus, de acordo com estimativas da Polícia Federal.
Em causa própria
Em 2006, a Petrobras refinou 1,75 milhão de barris por dia. A partir daí, o governo fez um bilionário programa de ampliação e reformas das refinarias existentes, novas refinarias entraram em funcionamento, o volume subiu nos anos seguintes, mas… no ano passado, a estatal refinou os mesmos 1,75 milhão de barris diários. Por que? Porque a monopolista Petrobras opera o refino nas condições econômicas ideais para ela própria. Não foi à toa que no ano passado o Cade obrigou a Petrobras a vender suas refinarias.
A reforma de Maia
O imposto sobre grandes fortunas e a cobrança de Imposto de Renda sobre lucros e dividendos está na agenda de Rodrigo Maia para a reforma tributária. É uma agenda, aliás, que une a esquerda e parte do Centrão. E, para a felicidade de Paulo Guedes, Maia deve trabalhar também para começar a desmontar os benefícios fiscais dados há décadas à Zona Franca de Manaus.
O “desastre”
A Câmara vai derrubar a medida provisória editada em dezembro que reduziu a autonomia das universidades para a escolha dos reitores. É mais um carinho que o parlamento fará em Abraham Weintraub, que recentemente foi definido por Rodrigo Maia como “um desastre”.
Piketty vem aí
Thomas Piketty, o economista-celebridade, volta ao Brasil em outubro para algumas palestras. Antes, em abril, a Intrínseca lança no Brasil o seu novo livro “Capital e Ideologia”.
Dose dupla
“Marighella”, dirigido por Wagner Moura, que só estreia nos cinemas em maio, deve virar uma série.
A passos largos
O grupo Sforza, dono das marcas Topper e Rainha, negocia a compra de mais uma empresa de calçados esportivos. A propósito, em 27 de dezembro, sem alarde, o Sforza tornou-se dono da totalidade da Topper na Argentina, em que tinha apenas 22% de participação.
