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Aeroporto Augusto Severo não comporta a demanda

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SATURAÇÃO - O fluxo de turistas tem sido cada vez maior no aeroporto e a espera pelo embarque e desembarque requer paciência

Nos últimos cinco anos  (de 2000 a 2005), o número de visitantes estrangeiros em Natal aumentou em seis vezes, saltando de 36 mil e 770 para 245 mil e 521. Um acréscimo de 668%. A capital potiguar passou a ser a sexta cidade brasileira entre as de maior movimentação internacional, perdendo somente para Guarulhos (porta de entrada do país), Rio de Janeiro, Porto Alegre (saída para o Mercosul), Salvador e Fortaleza.

O problema é que o Estado (leia-se poder público) não tem acompanhado o ritmo da atividade econômica que mais se desenvolve no país — o turismo. Há um descompasso entre os investimentos em serviços e infra-estrutura e as potencialidades do Rio Grande do Norte. Começa pela porta de entrada do RN, o Aaeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, que em menos de cinco anos após uma mega reforma teve a capacidade de operação superada.

Em 2000, o aeroporto foi reformado e ampliado, ganhando um novo terminal de passageiros para 1,2 milhão de viajantes ao ano. Mas a projeção foi subdimensionada. Já no ano passado, o aeroporto contabilizou uma movimentação de 1.299.144 passageiros (embarque e desembarque), ou seja, quase cem mil a mais que a capacidade prevista. E a tendência é esse número aumentar, devido  ao crescimento da quantidade de estrangeiros no RN.

O repentino aumento de turistas de outros países no Estado é apontado pelo encarregado de atividade de tráfego do aeroporto, André Sena, como o motivo causador da saturação. “O crescimento foi tão grande e acelerado que nem o mais otimista dos potiguares poderia prever”, disse ele, justificando as deficiências.

Longas esperas em filas, quantidade insuficiente de cadeiras na área de desembarque e o estacionamento pequeno e só com uma saída são alguns dos problemas agravados com a grande concentração de pessoas. O calor  tem piorado. Esse é maior exemplo de erro no dimensionamento.

Segundo a relações públicas da Infraero no RN, Shirleide Moreto de Lima, o arquiteto que projetou a ampliação do aeroporto, realizada em 2000, pensou em um projeto para receber ventilação natural, dispensando o uso de ar condicionado. O grande aumento no número de passageiros, que não foi levado em consideração, mostrou que a idéia era inviável. A Infraero precisou modificar a estrutura para instalar ar condicionado, mas a potência têm sido insuficiente. De acordo com Shirleide, o serviço está sendo licitado.

Com relação à quantidade insuficiente de assentos na área de desembarque, o encarregado de atividade de tráfego do aeroporto, André Sena, informou que a Infraero adquiriu e está instalando 90 lugares novos. Um outro problema do aeroporto são as esteiras de cargas. Normalmente, funcionam duas, mas uma está parada para readequação.

Segundo André Sena, a suspensão de um dos equipamentos está sendo necessária porque o aeroporto está sendo obrigado a se adequar às normas internacionais. As duas esteiras vão passar a funcionar com sistemas de raio X. Já pelo estacionamento quem responde é o Meios, da Prefeitura. “O órgão gerencia o estacionamento como prestador de serviço”, diz a relações públicas Shirleide Moreto.

Chegando ao aeroporto para viajar, o bancário natalense Roberto Sérgio observou que a estrutura do Augusto Severo está pequena para atender tantos passageiros. “Tem que haver uma nova intervenção, maior, porque não está dando mais. E isso é em todos os setores”.


Capacidade é de 1,2 mil passageiros

Distante 18 quilômetros de Natal, o Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, está localizado quase ao nível do mar (169 pés). Pelas condições meteorológicas favoráveis e posição geográfica estratégica em relação à África, o lugar foi escolhido para a construção da base aérea americana — Trampolim da Vitória — após o Brasil entrar na 2ª Guerra Mundial. O acordo foi selado entre Roosevelt e Getúlio Vargas em 28 de janeiro de 1943.

Desse ano a 1945, o aeroporto foi usado em conjunto pelo Exército e Marinha dos Estados Unidos, pela Royal Air Force, pelas linhas comerciais e pela Força Aérea Brasileira. A manutenção e segurança das instalações eram feitas pelo Exército dos Estados Unidos no Atlântico Sul (USAFSA).

Em 31 de março de 1980, o Ministério da Aeronáutica transferiu à Infraero a missão de administrar o aeroporto. Nessa mesma data foram inauguradas as primeiras reformas realizadas nas instalações do terminal de passageiros.

Vinte anos depois, em 24 de março de 2000, foi inaugurado o novo terminal de passageiros, com capacidade para 1,2 milhão de viajantes ao ano. O aeroporto também é usado pela BANT (Base Aérea de Treinamento de Natal), uma das principais bases de instruções de pilotos de combate da Força Aérea Brasileira (FAB). A cada ano, a unidade recebe cerca de 65 aspirantes. Além de seus 60 treinadores Tucano AT-27 e Xavante AT-26, a base recebe uma leva de F-5, Mirage e AMX de outras bases, que perfazem uma média mensal de 4 mil pousos.

O aeroporto tem uma área de 11,3 mil metros quadrados e capacidade instalada para 1,2 milhão de passageiros por ano. As instalações e os terminais de passageiros são climatizados através de equipamentos com capacidade de geração de 630 toneladas de ar frio.

Com uma área de 5,5 milhões de metros quadrados, o complexo aeroportuário desenvolve suas atividades em 16.482 m2 de terminais de passageiros e carga e instalações administrativas e de manutenção. A pista principal tem 2.600 metros e o pátio 37 mil metros quadrados. O aeroporto é o único no Nordeste a receber vôos charters da Escandinávia.

Nome é homenagem a um pioneiro da aviação

O nome do aeroporto é uma homenagem ao macaibense Augusto Severo de Albuquerque Maranhão (1864 – 1902), um dos pioneiros na aviação.

A exemplo de Santos Dumont, Augusto Severo tinha o sonho de Ícaro e tentou desenvolver uma aeronave mais leve que o ar.

No ano de 1892, contando com a ajuda do então presidente da República Floriano Peixoto, ele seguiu para Paris, meca da aeronáutica na época.

Seu primeiro aparelho recebeu o nome de “Bartolomeu de Gusmão”. O dirigível, montado inteiramente no Brasil, apresentava muitas imperfeições, e depois de alguns testes foi abandonado por o acharem totalmente inviável. O inventor potiguar começou então a projetar outro, o  denominado “PAX”.

Apesar de ser mais aperfeiçoado que o primeiro, o invento apresentava problemas. Sem recursos financeiros suficientes para melhorar o dirigível, Augusto Maranhão foi em frente e realizou em Paris as experiências com o aparelho “PAX” — mesmo sem os motores elétricos que constavam no plano original.

No dia 12 de maio do ano de 1902, o potiguar decolou com seu mecânico chamado Saché. A dirigibilidade mostrava-se perfeita. No entanto, a 400 metros de altura ocorreu a explosão do PAX e sua queda. Devido à tragédia, Augusto Severo foi considerado um mártir da Aeronáutica brasileira.

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