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Aeroportos têm dia difícil no Sul

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CURITIBA - Passageiros enfrentam filas e atrasos em vôosCuritiba (AE) – Os técnicos e peritos ainda não descobriram os motivos que ocasionaram a pane no Centro Integrado de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), de Brasília, no domingo, e já precisam se debruçar sobre outro problema de controle aéreo brasileiro. Ontem, nova falha técnica no Cindacta 2, instalado no Bairro Bacacheri, em Curitiba, provocou transtorno para passageiros que se utilizaram dos serviços aéreos na região Sul e parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que estão sob o monitoramento desse centro. O problema estendeu-se por pelo menos duas horas, das 7h30 às 9h30, segundo informou a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

Mas, em uma nota, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), em Brasília, disse que o sistema de tratamento de planos de vôo teve de ser reiniciado por volta das 10h40. “Por conta desse procedimento, com o intuito de preservar a segurança, os vôos tiveram seu espaçamento aumentado de cinco para dez minutos, até que o sistema fosse restabelecido”, informou a nota.

“Esse fato, somado ao grande volume de tráfego aéreo e à operação de apenas uma pista em Congonhas, contribuiu para os atrasos dos vôos.” O Cindacta 2 não dá informações em Curitiba. De acordo com a Infraero, entre as 6 horas e o meio-dia de estavam previstas 64 operações, entre pousos e decolagens, para o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Desses, oito tiveram atraso acima de uma hora.

Problemas estruturais ainda não têm solução

São Paulo (AE) – Diante das especulações de um novo caos aéreo, após os índices de atrasos terem passado da casa dos 30% no último domingo e segunda-feira (dias 18 e 19), a ‘novidade’ é que a infra-estrutura do controle de tráfego continua sem resolução por parte do governo federal. A avaliação é do especialista em aviação e consultor da Bain & Company, André Castellini. “Não há novidades, o que há de novo é que a questão da estrutura do controle de tráfego aéreo ainda não foi resolvida”, reitera o especialista.

Por sua vez, afirma Castellini, as companhias aéreas aprenderam a lidar melhor com esta situação. “Elas aprenderam e se fortaleceram com a crise vivida no final do ano passado”, diz. “As duas principais empresas estão mais organizadas”, acrescenta, em referência às líderes do mercado, TAM e Gol.

Segundo o especialista, falar em caos novamente, frente aos recentes atrasos, é “um exagero”, mas ele admite que os atrasos não deverão ser resolvidos em um curto prazo. “Pelo que ouço, as empresas estão achando que a questão dos atrasos não serão resolvidos em um curto prazo”.

Para Castellini, embora o mercado esteja aquecido, com crescimento no número de passageiros, poderia ser ainda melhor se não fossem os gargalos de infra-estrutura (controladores e equipamentos) no setor aéreo.

Ainda assim, avalia o especialista, o mercado não é muito afetado, pois não há concorrência. “Como dois terços dos passageiros voam a negócios, e esse tipo de viagem tem que ser rápida, existe pouca alternativa”. Com relação à discussão em torno da criação de uma CPI do Apagão Aéreo, o especialista diz que, do ponto de vista da indústria, o mais importante é que ela não trave, ou desacelere, os investimentos e as resoluções para as melhorias necessárias para o setor aéreo. “É fundamental que, com CPI ou não, não diminua a velocidade dos investimentos no setor”.

Passageiros correm risco, diz controlador Salvador

(AE) – A prisão administrativa de um controlador de vôo no sábado, por insubordinação, o afastamento de outro, integrante da associação dos profissionais da área, o ambiente hostil de trabalho e a falta de qualificação de alguns dos trabalhadores do setor estão causando apreensão entre os controladores do Aeroporto Internacional de Salvador. “Os passageiros estão correndo riscos”, afirma o controlador afastado. “O clima está muito tenso.”

De acordo com ele, o nervosismo começou a se instalar há cerca de três meses, na época do chamado “apagão aéreo” que ocorreu no fim de 2006. “Nossa categoria chegou a mostrar os benefícios que a transição do controle aéreo traria para os civis, o que motivou um início de perseguição, ainda que velada”, afirma. “Fui o primeiro a ser afastado, pouco antes do Carnaval, e até agora não me foi explicado o motivo disso.”

Ele conta que tem 21 anos de experiência no controle de vôos e que sequer foi avisado – ou alertado – sobre a possibilidade de afastamento. “No dia, só falaram que eu ia ser afastado da função”, lembra. “Acabei sendo transferido para um setor que não tem nada a ver com o que estudei e pratiquei a vida toda”, afirma.

O controlador relata que, no fim de fevereiro, entrou com um mandado de segurança no Ministério Público para tentar reaver sua função. O processo ainda está correndo. “Para se ter uma idéia, há colegas que entraram com pedido de habeas-corpus preventivo, para evitar que sofram punições”, conta. “O ambiente de trabalho está horrível, o que favorece os incidentes – e até acidentes.” De acordo com ele a prisão do colega, no sábado, é mais uma prova da perseguição.

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