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Agnelo Alves – O repórter

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2010 instalou-se no trono de 2009 de quem recebeu a herança de um quadro político ainda complicado

Entre alvíssaras traduzidas pelos muitos foguetões, muita comida, muita bebida, muita fartura, 2010 entrou na folia, misturando-se, no todo, com uma placa pendurada nos peitos onde se podia ler: “cumpro o tempo sem antecipação e sem prorrogação”.
O quadro sucessório, deixado como herança por 2009, não está fácil de ser entendido e muito menos resolvido. Complicado todo. Dois candidatos virtuais. Iberê Ferreira, pelo PSB e Rosalba Ciarlini, pelo DEM. Iberê espera pelo pronunciamento dos partidos da “Base” da governadora. Até agora difícil. Rosalba, só contabiliza, até agora, o apoio de Garibaldi Filho, do PMDB.
Os demais pré-candidatos ainda não se pronunciaram. Porém, como “certo” existe apenas o apoio a Iberê de um deles, o deputado João Maia. Robinson Faria mantém sua candidatura, mas não desmente nem confirma que já se acertou para ser candidato a vice, na chapa com Rosalba. E Carlos Eduardo tem como trunfo a boa colocação em todas as pesquisas. Mas, sem apoio político.

PÁREO SENATORIAL
Potencialmente o páreo senatorial conta com três candidatos considerados ícones da liderança política do Estado, na disputa de duas cadeiras. Garibaldi, Agripino e Wilma. Qual deles ficará sem mandato agora, em 2010?
Concorrendo por fora, o jornalista Sávio Hackradt e o advogado Joanilson de Paula Rêgo. Esperam crescer na campanha. Por enquanto, a pontuação nas pesquisas não inspira otimismo.

CHAPÕES
As chapas para deputado federal e estadual parecem mais “chapões”, faltando, apenas, os eleitores decidirem quais serão os eleitos de um lado e do outro. As luzes opacas não sinalizam, salvo, como diria aquele nosso velho colega, “uma meia dúzia de três ou quatro”. Uma matemática difícil, realmente.

PRAZOS
Nada faz crer que os prazos estabelecidos em leis sejam mudados. A governadora Wilma de Faria, por exemplo, está com menos de 90 dias de Governo pela frente, com muitos problemas para, pessoalmente resolver, tanto na área política, como na área administrativa. Tem apenas 87 dias, precisos, de Governo.
IBERÊ
O prazo de governo encurta para a governadora Wilma, mas parece longo para Iberê assumir o governo. Se Wilma não resolver nos próximos 87 dias que tem ainda de governo, ao assumir em 1º de abril, o vice Iberê terá menor prazo, ainda, para chegar na data das convenções com a chapa completa, governador e vice.

PMDB COMPLICADO
De todos os partidos o que, realmente, está “partido”, como sinônimo de “racha”, é o PMDB. A fórmula de convivência encontrada é o PMDB não ter candidato a governador. Garibaldi apoiando a candidata do DEM Rosalba Ciarlini e Henrique apoiando o candidato da “Base” da governadora, já agora, com uma pendência forte: a escolha de quem será o candidato a vice como companheiro de chapa da senhora Dilma Rousseff.
A possibilidade do PMDB, a esta altura dos acontecimentos, provocar uma reviravolta, é praticamente zero. Garibaldi não aceita ser candidato a governador. E Henrique não cogita. Quem mais, no partido que já foi o mais forte do Estado?

2010
Em meio à tanta confusão, 2010 chegou, avisando que seu único compromisso delimita-se nos prazos da lei.

Estória da história – Como começou a montagem do Governo de Aluizio Alves em 60

Desde que retornara do Rio de Janeiro, após sua vitória para governador, antes mesmo de conversar, até mesmo entre nós, sobre a organização do seu governo, toda a preocupação de Aluízio ficou centrada na recuperação da saúde de Garibaldi (pai). Mais ainda, na maneira de evitar que fatos de natureza semelhante ao que prostrara o nosso irmão com um tiro, se repetissem na Assembléia Legislativa ou – o quê poderia acontecer – em qualquer ponto do Rio Grande do Norte.
Informações começaram a chegar ao conhecimento de Aluízio. Correligionários mandavam mensagens, conclamando vingança ou oferecendo-se para atos que não tinham nada a ver com o espírito do Governo da Esperança. Aluízio chegou  a pensar em convocar o monsenhor Walfredo Gurgel, seu vice-governador eleito, para lhe atribuir um papel, na sua condição de sacerdote da Igreja Católica, em nome da fé, para desarmar os espíritas.
Manoel de Medeiros Brito, conhecedor do “padre” Walfredo Gurgel e de Dinarte, ainda no Governo, manifestou sua descrença de que uma palavra do monsenhor Walfredo, mesmo no altar-mor, fosse o suficiente para acalmar a população. E uma intervenção pessoal de entendimento poderia ser mal interpretada pelos correligionários.
Pessoalmente, não ouvi nada do próprio Brito a respeito. Mas Aluízio me transmitira, acrescentando que essa opinião de Brito era compartilhada por Aristófanes Fernandes, de maneira até exaltada, e outros muitos amigos.
 – A opinião pública espera por uma opinião sua Aluízio. Você está ungido governador. E não apenas eleito governador. Brito tem razão. Escreva uma proclamação ao povo pedindo calma e confiança na sua palavra de paz – disse.
Aluízio estava amargurado com o tiro que atingira Garibaldi (pai). Pediu para escrever o esboço de sua proclamação. Discutimos o teor, para concluir que o povo facilmente saberia que não fora ele, Aluízio, quem escrevera. Não havia, no caso, opção “Aluízio ou”. A opção era  “Aluízio ou Aluízio”. Ali mesmo, na sua casa, no Jardim Botânico, Aluízio escreveu de maneira rápida, incisiva, inteligente e fiel a sua mensagem. Perfeita.
Mas a oportunidade foi aproveitada para conversarmos sobre o secretariado, partindo da absoluta necessidade da escolha do Secretário de Segurança. Pela primeira vez, Aluízio me falou do seu único compromisso. A nomeação do advogado Túlio Fernandes, do PDS, para o cargo. Exatamente o cargo que deveria, face às circunstâncias do tiro que atingira Garibaldi (pai), ser o primeiro secretário escolhido. E Túlio, pelo seu espírito largo, conciliador, não tinha o perfil para a oportunidade.
Combinou-se que seria um oficial do Exército. E Aluízio tinha um nome que era o ideal. O então coronel Ulisses Cavalcanti, também do PDS. Mas a ocupação era apenas provisória. O titular seria Túlio Fernandes. E Ulisses não poderia ser secretário naquela circunstância. Não sei quem lembrou-se do nome do então capitão Manoel Leão Filho, afinal o escolhido. Lembrei o nome de Ângelo Varela para a Tributação, na época com outro nome, Fazenda. Um problema. A reivindicação de Grimaldi Ribeiro e Aluízio Bezerra para a Casa Civil. Leão, provisoriamente assumiu a Secretaria de Segurança, sendo substituído, posteriormente, por Túlio Fernandes que foi sucedido por Ulisses Cavalcanti.
Coincidência? Não. Destino? Também não. Objetividade.

Notas… notas…

TESTE
Se a governadora Wilma de Faria deixar o governo sem ter a chapa que vai apoiar completada – governador e vice – vai passar recibo de perda de prestígio, deixando, talvez, para o candidato a tarefa de escolher o seu vice.

SUBMARINO
ATRASA TUDO
A insistência (de quem?) de se construir o Emissário Submarino para conduzir os dejetos humanos da zona sul de Natal e de Nova Parnamirim para o mar de Ponta Negra é a causa do atraso, na Caixa Econômica Federal, dos projetos de saneamento básico de Natal e de Parnamirim.  A gestora do PAC – a senhora Dilma Rousseff – está sabendo? Se não está, precisa ser informada, inclusive para descobrir quem está por traz desse Emissário Submarino.

DESAFIO DE WILMA
A governadora Wilma de Faria desafia os líderes políticos para formarem a terceira via. Numa entrevista, bem ao seu feitio, inclusive ela relembra o exemplo que deu, formando a terceira via, em 2002, ganhando de Fernando Bezerra e Fernando Freire. E foi além: é preciso ser uma mulher de coragem (como ela foi) para liderar e construir uma terceira via.

VENERÁVEL LULA
A Lula só falta, agora, a honraria de Venerável Presidente do Brasil, já que é o “cara” para Barack Obama e o “homem
do ano” para a imprensa francesa.

SINAL DO FIM?
Alguns políticos, mais chegados à acidez, anotam como fim do governo da senhora Wilma de Faria, o anúncio feito pelo próprio deputado Raimundo Fernandes, governista por essência, deixando o cargo de secretário de Estado.

O PAPA
A volta do deputado Raimundo Fernandes para a Assembleia desconvoca o primeiro suplente Vivaldo Costa. Um problema para a “Base” que tem no líder caicoense um dos esteios na Assembleia Legislativa.
   
EÓLICA
A energia eólica não traz, em si, apenas a geração da energia limpa para o Rio Grande do Norte. Mas, possibilita a construção de um parque industrial para a fabricação de equipamentos pesados, exigidos pela nova fonte energética. É indispensável que o Governo do Estado assuma essa chance.    

AMPLAS PERSPECTIVAS
O parque industrial que poderá surgir com o advento da energia eólica abre uma nova perspectiva para o desenvolvimento econômico do “Rio Grande do Norte de tantas perdas”.

O que se diz…

…QUE os alpendres do veraneio começam a destilar os primeiros boatos e versões sobre a sucessão estadual…
…QUE, em Pirangi, estão no mesmo domínio os deputados João Maia e Robinson Faria, ambos não precisando, portanto, de binóculos para se enxergarem…
 …QUE os dois se cumprimentam, mas nenhum tem resposta para o outro…
…QUE, nem João Maia explica porque deixou de lado o compromisso de seguir Robinson, nem Robinson explica porque se comprometeu com o DEM em troca da candidatura a vice-governador…
 …QUE a turma do binóculo está aderindo à luneta, de maior alcance, para olhar o alpendre mais distante, sem ser visto espreitando…
…QUE, aos poucos, a verdade está sendo restabelecida, apesar da prefeita Micarla de Souza avocar como feito de sua administração o que apenas mudou de nome, como a Maternidade Leide Morais para o Hospital da Mulher…
… QUE, no entanto, o Parque da Cidade, projeto elaborado por Oscar Niemayer, continua fechado, esperando pela montagem de uma descarga de um dos doze sanitários…

…QUE o ginásio deputado Nélio Dias, na Zona Norte, já foi utilizado uma vez pela Rede Globo de Televisão e agora novamente pela mesma rede Globo para transmissão nacional de jogo de futebol…

Caro leitor…

Feliz Ano Novo, amigo. A transição de um ano para o outro supõe alguma magia. Tudo e todos contribuem para um instante de emoção. Numa instantaneidade, o calendário registra. Com mais precisão, o relógio marca em segundos. É o inexorável da sucessão. As coisas, as pessoas, um tudo passa, restando como eterna, a Esperança.
Estou diante da máquina de escrever, algo reflexivo, embora resistente a um balanço para uma matemática sobre o que foi, o que é e o que será, salvo o resultado final – a vida. O que foi – saudade. O que é – o cotidiano. O que será – o de sempre. Medíocre o meu sentimento? Pode ser. Mas, prefiro nominar de simples.
Claro, prezado leitor, que dou asas ao sonho. Vulgo da Silva, um simples como eu, costumava dizer que sonhar é preciso. Mas, sem perda do chão, em cada vôo livre do sonho. E também, me deixar prender no chão, sem sonhar. No equilíbrio dos dois sentimentos, digamos assim, querido amigo, me situo apenas como um fazedor de coisa simples, um amante do sonho, um crente na esperança.
Noticias? Tenho aos montes. Algumas, distribuo por esta página dominical. Neste curto espaço, de curto quero, apenas, registrar o toque de magia na transição de 2009 para 2010, como foi na transição de 2008 para 2009, numa contagem da frente para traz, as 77 vezes que vivenciei, sem contabilizar como sofrimento, perdas, frustrações, engodos, enfim coisas próprias da vida, para valorizar os ganhos de viver. Amo a vida, as pessoas, as coisas, o sonho. Um abração do tamanho do mundo e os meus braços  alcançam, NECO.

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