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Agressão vai afastar aliados dos EUA

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PREOCUPAÇÃO - Rei Abdullah teme reações anti-regime dos jordanianos Amã – O rei Abdullah II da Jordânia, aliado-chave de Washington,  advertiu a Israel e aos Estados Unidos que os combates no Líbano provocaram  o enfraquecimento dos moderados em todo o Oriente Médio. Mesmo se o Hezbollah for destruído, como pretende Israel, a hostilidade em relação  ao Estado judeu é tão alta hoje que outro grupo do tipo irá surgir na Síria,  no Egito, no Iraque – ou até mesmo em seu próprio país, afirmou o rei.

“O povo árabe considera o Hezbollah um herói porque está enfrentando a agressão  de Israel”, continuou. “Este é um fato que os Estados Unidos e Israel têm de  perceber: enquanto houver agressão, haverá resistência e haverá apoio popular  a essa resistência”.

O rei Abdullah também disse que tem estado em contato constante com a administração  do presidente dos EUA, George W. Bush, a fim de explicar os perigos envolvendo  a operação militar israelense no Líbano. “Infelizmente, o que sentimos inicialmente desses contatos não era encorajador”,  contou. “O que eles queriam era um pacote de soluções que garantiria a segurança  de Israel e o afastamento do Hezbollah das fronteiras israelenses.”

O conflito, já em sua terceira semana, fez aumentar a tensão no Oriente Médio  e líderes como Abdullah, que inicialmente responsabilizava o Hezbollah pelo  início das hostilidades por ter seqüestrado dois soldados israelenses em 12  de julho, têm se tornado cada vez mais críticos dos EUA e de Israel. Abdullah e outros árabes moderados, como os líderes do Egito e da Arábia Saudita,  agora advertem que os combates bloquearam, ou mesmo esmagaram, qualquer esperança  de reviver o processo de paz no Oriente Médio.

Numa entrevista a diários jordanianos, Abdullah disse que a “agressão de Israel  superou todos os limites e deve parar imediatamente”. Ele estimou que os ataques israelenses no Líbano e nos territórios palestinos  provocaram “desesperança em toda a região” e “enfraqueceram as vozes da moderação”.

Na capital egípcia, o Cairo, cerca de 50 mulheres do partido pan-árabe Nasseriate  promoveram um protesto na frente da Embaixada dos EUA exigindo um cessar-fogo  imediato e proteção para as mulheres e as crianças libanesas. O líder do principal partido de oposição do Egito, a proscrita Irmandade Muçulmana,  anunciou hoje que o grupo está preparado para enviar 10.000 “combatentes sagrados”  para ajudar o Hezbollah em sua luta. “Se o governo permitir, existem 10.000 mujahedin prontos”, adiantou Mohammed  Mahdi Akef ao semanário Nahdat Masr.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, tem  frisado explicitamente que não deixará seu país ser arrastado para o conflito. Mubarak, cujo país foi o primeiro árabe a assinar um tratado de paz com Israel,  já tinha advertido no começo da semana que todo o processo de paz do Oriente  Médio pode desmoronar devido aos ataques de Israel no Líbano.

Na Malásia, o presidente radical do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na semana passada, durante uma reunião  emergencial de líderes muçulmanos, que a solução da crise do Oriente Médio é  a destruição de Israel. “Apesar de a solução maior ser a eliminação do regime sionista, neste momento  um cessar-fogo imediato tem de ser implementado”.

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