Em Jucurutu, os agricultores estão animados e renovam as esperanças. Lá, segundo a Emparn, foram 262,2mm de chuva. O volume não foi suficiente para mudar a realidade do rio Piranhas, mas molhou a terra e foi suficiente para estimular produtores como Maria Alvanir Neto, 48 anos. Ela aguarda que a prefeitura mande uma máquina para arar o terreno localizado no sítio Pedra do Navio. “Quero plantar milho, feijão e batata. As chuvas foram boas e tenho esperança que Deus vai mandar mais água”, disse a mulher.
Na zona rural de Caicó, a 256 quilômetros de Natal, a terra está molhada e o mato verde predomina a paisagem. Mas os barreiros e pequenos açudes das propriedades não encheram com os 318,3mm de chuva que caiu na cidade, segundo a Emparn. Lá, como em outros municípios seridoenses, as precipitações ficaram mais concentradas na zona urbana. Na fazenda Pedreira, por exemplo, a maior chuva foi de 22mm. A última chuva, registrada domingo passado, foi de apenas 4mm.
#SAIBAMAIS#
A fazenda foi uma das propriedades visitadas durante a Expedição Retratos da Seca, em fevereiro passado. Organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern), a expedição contou com a participação de uma equipe da TRIBUNA DO NORTE que registrou, naquele momento, o cenário de seca em vários municípios potiguares.
Naquela visita, o proprietário da fazenda, o advogado e pecuarista Raimundo Medeiros Filho, afrirmou que a seca dizimou 500 cabeças de gado. Para manter o gado que sobreviveu, o custo chega a R$ 40 mil por mês. A maior parte dessa quantia vai para o pagamento de ração. O local possui um açude e um barreiro onde os animais bebem água. Passados mais de dois meses, a situação não mudou. “Essa chuva que caiu mudou quase nada. Só nasceu um mato mesmo. Acho que a situação vai é piorar”, disse Raimundo Neto, vaqueiro na fazenda. “Deus queira que não seja mais uma seca verde”, completou.
