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Agricultores reivindicam melhorias na gestão do Incra

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PROTESTO - Manifestantes pedem melhores condições de trabalho e infra-estrutura nos assentamentos

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn) promoveu uma manifestação em frente ao prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Petrópolis. Os manifestantes chegaram às cinco da manhã de ontem, fecharam parte da rua e pernoitaram em frente ao prédio. A manifestação conta com a participação de representantes de pelo menos oito municípios, entre assentados e agricultores familiares. Os trabalhadores rurais querem melhorias na gestão do Incra no Estado, incluindo infra-estrutura nos assentamentos, como água, saúde, educação, estradas e acesso ao crédito.

De acordo com o presidente da Fetarn, Manoel Cândido da Costa, o protesto faz parte do movimento “Grito da terra Brasil”, que ocorre nacionalmente todo ano no mês de maio. Ele explicou que no RN, os trabalhadores rurais reivindicam melhores condições de trabalho e infra-estrutura nos assentamentos, assim como o acesso ao crédito para os proprietários de pequenas terras. Segundo ele, o Estado tem hoje 163 sindicatos de trabalhadores rurais, com cerca de 300 mil filiados. Ele disse que todos, ligados à Federação, reclamam da falta de políticas públicas para os agricultores.

Manoel Cândido explicou que são necessárias ações de convivência com a seca, como a perfuração de poços e construção de cisternas, além de investimentos em postos de saúde, escolas e estradas de acesso. O presidente da Fetarn também disse que os agricultores estão com problemas para acessar o crédito, disponibilizado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), através do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Atualmente o Pronaf tem disponível R$10 bilhões para agricultores do todo o país. Para o Rio Grande do Norte estão disponíveis cerca de R$500 milhões, segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Rodrigues Sobrinho. Ele explicou que a CUT apóia o movimento e que no RN, já são R$300 milhões em dívidas dos agricultores, para conseguir produzir e vender produtos. “É importante que os agricultores não precisem assumir dívidas para produzir. Para isso serve o crédito da agricultura. O dinheiro existe, só que os trabalhadores não estão tendo acesso à ele”, afirmou.

Ontem cerca de 200 agricultores participaram pacificamente da manifestação, a fim de reivindicar melhores condições de trabalho. Oito municípios estavam representados na manifestação. Não houve tumulto.

Bate-papo/Paulo Sidney Gomes

O superintendente regional do Incra no Rio Grande do Norte, Paulo Sidney Gomes, falou sobre o protesto iniciado ontem pelos trabalhadores rurais e se posicionou em relação às reivindicações feitas pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do RN (Fetarn).

Qual o posicionamento do Incra em relação ao protesto?
A postura do Incra é trabalhar com todos, respeitando as percepções políticas de cada um. Atualmente estamos com um trabalho compartilhado, junto aos trabalhadores, instituições governamentais e não-governamentais. Esse ano por exemplo, já realizamos várias reuniões com a Fetarn, para entender e negociar as reivindicações. 

Como está a atuação do Incra no RN?
Nos últimos quatro anos, a gestão tem procurado trabalhar em conjunto. Minha avaliação é que nesse período temos um balanço positivo, já que conseguimos estabelecer água para uma parcela dos assentados do Estado e estamos trabalhando um plano regional de reforma agrária. Desde abril estamos realizando reuniões com assentados.

Uma das reivindicações dos manifestantes é justamente o acesso à água. Como, se o Incra diz que já implementou esse recurso?
Já levamos água para 12 mil famílias assentadas, dentro desses últimos quatro anos. Mas ainda existem muitos pontos que precisam avançar. Ainda falta abastecimento de água para muita gente, por isso estamos firmando uma parceria com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos. Já gastamos R$15 milhões na perfuração de poços.

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