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Agripino afirma que Wilma é “cacique” ao “adquirir” partidos

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As convenções do PFL e do PMDB, realizadas neste fim de semana, em Mossoró e Natal, marcam uma nova fase na política do Rio Grande do Norte. Lideranças do PMDB e do PFL superam antigas divergências e agora estão oficialmente no mesmo palanque, defendendo a chapa que tem as candidaturas de Garibaldi Filho (PMDB) para governador, Ney Lopes (PFL) para vice e Rosalba Ciarlini (PFL) ao Senado. Formam, assim, a coalizão “Vontade Popular”. Presidente do Partido da Frente Liberal no Rio Grande do Norte e líder da legenda no Senado, José Agripino faz um discurso enfático em defesa dessa coalizão e na crítica ao governo atual. “Cacique é ela”, afirma o senador, ao ser instigado a comentar o discurso da governadora Wilma de Faria. Agripino também lamenta — nesta entrevista, concedida à jornalista Aglair Abreu, na Rede Potiguar de Comunicação (RPC) — que a atual administração tenha dinheiro para fazer convênio nas vésperas da campanha eleitoral, mas alegue não dispor de recursos para conceder a reposição salarial aos policiais civis e militares. O senador também destaca que o PSDB precisa contribuir para conquistar o apoio do PMDB do RN à candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República.

Este mês de junho está sendo marcado por uma série de greves no serviço público estadual. A mais recente é das polícias Civil e Militar. A partir da experiência do senhor, que foi governador duas vezes, é possível explicar essa situação?

JOSÉ AGRIPINO – Para responder essa pergunta, eu quero fazer uma observação. Dinheiro para fazer convênio eleitoral, em cima da campanha, para que o Governo se credencie a buscar votos nos municípios beneficiados tem. Por que esses convênios são feitos só agora? Por que não o foram antes? Por que só agora se faz esses gastos? O que eu vejo é que dinheiro para fazer convênio de cunho eleitoreiro tem. Agora, para garantir um aumento com correção da inflação para a categoria dos funcionários que presta um serviço importante, que é a segurança para toda a sociedade, aí não tem o dinheiro. Então, esse movimento grevista, que é legítimo, que é uma atitude de legítima defesa da categoria, precisa ser interpretado como um gesto de protesto dos servidores. Está certo ou errado isso? Com a palavra, o Governo para se justificar. Evidentemente que está errado e as pessoas tem o direito de protestar. E a movimentação de protesto acontece através da greve. É uma manifestação legal.

Pela primeira vez o PFL fez sua convenção estadual em Mossoró. O que o PFL espera com essa descentralização?

JA – Eu acho que Rosalba, que é ex-prefeita de Mossoró e filha de Mossoró, como eu sou filho de Mossoró, é nossa candidata ao Senado e foi consagrada. A convenção prestigiou as pessoas que querem bem a Rosalba e vão lutar para vê-la numa função pública onde ela vai poder lutar não só por Mossoró, mas pelo Rio Grande do Norte. Nós decidimos fazer a convenção em Mossoró para ser uma homenagem do partido a nossa candidata ao Senado. Mas também para mostrar a unidade com o nosso candidato a vice-governador, que é o deputado Ney Lopes. Também a unidade com os nossos deputados estaduais, Ruth, Getúlio e José Adécio. É o encontro do partido, junto com Betinho Rosado e a grande prefeita Fafá e o seu esposo, Leonardo, que é candidato a deputado estadual. O PFL mossoroense faz, então, uma grande festa para referendar a indicação de Ney Lopes, que é candidato a vice-governador na chapa com Garibaldi, e Rosalba, que é a nossa candidata ao Senado, na composição do PFL com o PMDB, PP e com outros partidos que venham fazer coligação conosco.

Nas convenções será referendado o pacto do PFL com PMDB. De José Agripino com Garibaldi Filho. O senhor terá alguma dificuldade para caminhar com Garibaldi?

Eu já tenho caminhado. Nós já estivemos juntos no “Chuva de Balas”, a festa junina de Mossoró. Eu, Rosalba e ele (Garibaldi). Eu me orgulho da companhia de Garibaldi. Para mim, é motivo de satisfação. Nenhum tipo de constrangimento. Pelo contrário, tenho motivo de satisfação de estar ao lado dele. Até porque é o meu candidato a governador, ao lado de Ney Lopes que é o candidato a vice-governador indicado pelo PFL, e de Rosalba que é do PFL e candidata a senadora. Uma chapa que foi feita para retomar o crescimento do Estado. Para passar a limpo o Estado do Rio Grande do Norte e para devolver a competência e a probidade ao Governo do Estado e ao Palácio Potengi.

Diante da dificuldade de entendimento com o PSDB no RN, como vai ficar o palanque de Alckmin?

JA – Eu apóio Alckmin. Na convenção do PFL, na quarta-feira passada, eu manifestei claramente que onde eu tivesse um voto eu iria pedir. Vou buscar votos para Alckmin. Eu não sei quem mais vai apoiar. Evidentemente que Rosalba vai apoiar. Ney Lopes vai apoiar. O PFL como um todo vai apoiar. Agora, é preciso que o PSDB, que é o partido do meu candidato a presidente, Geraldo Alckmin, entenda que é preciso somar em torno da vitória de Alckmin. É preciso trazer os apoios daqueles que puderem, quiserem e a eles for dada a condição de apoiar Geraldo Alckmin. É o caso do PMDB. O PMDB não faz parte da aliança do PFL com o PSDB. O PMDB não tem a obrigação de apoiar Geraldo Alckmin. Essa é uma decisão que vai caber aos líderes do PMDB. Pelo meu pedido, eles apoiarão Alckmin. Agora, é preciso, para isso, que o PSDB do Rio Grande do Norte tenha o comportamento que facilite esse apoio do PMDB à candidatura do meu candidato a presidente da República, que é Geraldo Alckmin.

Fechada a aliança entre PMDB e PFL, a governadora Wilma de Faria começa a resgatar o discurso contra o que ela chama de “caciques”, que ela usou em 2002 e 2004. Isso incomoda o senhor?

JA – Em absoluto. Cacique de que? Cacique é ela (Wilma). Ela é quem é a manda-chuva. Ela é que tem que dar explicações. Cacique significa autoritarismo. Aquisição de partidos políticos para a coligação. Olhe a história do PV como é que está. Olhe o que estão contando da história do PV. Olhe o que estão contando da história de tantos partidos que pela via do autoritarismo, pelo uso da prática de coisas incorretas, está conduzindo a aliança. A aliança do PFL com o PMDB é feita às claras, por razões de ordem política e sem nenhum outro tipo de justificativa. Se eu sou líder e Garibaldi é líder, não vamos confundir líder com cacique. Cacique é aquele que de forma autoritária exerce o poder. Eu acho que quem de forma autoritária está exercendo o poder é a governadora Wilma.

Como o senhor acha que deverá ser a atuação do deputado federal Betinho Rosado na CPI das Sanguessugas, uma vez que ele vai investigar dois políticos do Estado que são adversários dele?

JA – O deputado Betinho Rosado, evidentemente, vai agir com parcimônia. Ele não vai entrar na CPI das Sanguessugas para incriminar ou penalizar quem quer que seja. Até porque ele é um dos muitos membros. A CPI vai investigar, com precisão e isenção, os acusados. E as acusações que são feitas às pessoas mencionadas são feitas, supõe-se, com a exibição de documentos de transferência bancária, que têm que ser explicadas. Tem que ser explicada e coloca. Os dois secretários estão sob investigação de forma perigosa. Agora, eu tenho certeza de que o deputado Betinho Rosado vai agir com absoluta isenção, como farão os outros que estão lá para investigar e exigir no relatório final que vai ser votado, as provas que existam contra quem quer que seja. Sem nenhuma posição pré-concebida de partir com condenação prévia. A condenação existirá e, ninguém se iluda, será feita, se as provas existirem.

A governadora Wilma de Faria tem dois auxiliares de primeiro escalão acusados de envolvimento na máfia das sanguessugas. O comportamento dela, até o momento, com relação a esse assunto, tem sido correto?

JA – Com relação aos dois secretários do Governo Wilma, que mantém esses auxiliares, existem provas que foram divulgadas pela imprensa. Pelo jornal Correio Braziliense. Eu li. Foram exibidas transferências bancárias da Planan para essas pessoas. Agora, eu não quero fazer nenhum pré-julgamento. Nenhum. Até porque eu lamento muito que existam potiguares envolvidos com essa questão das sanguessugas. Lamento profundamente mesmo. E espero que as investigações cheguem a conclusões inquestionáveis. Eu quero que se pratique Justiça, mas também que não se deixe de punir aqueles que merecem punição. O pior estímulo é o da impunidade, porque a impunidade significa estímulo para a prática da corrupção.

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