sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Água de Janduís é imprópria para consumo

- Publicidade -

CONTAMINAÇÃO - População notou mau cheiro na águaUm clima de intranqüilidade instalou-se no município de Janduís após a afirmação de técnicos da CAERN (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte) que a água distribuída na cidade, oriunda da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves está contaminada, sendo, dessa forma, imprópria para o consumo humano.

A adutora abastece, além de Janduís, os municípios de Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Messias Targino e Patu, mas, até agora, apenas em Janduís levantou-se essa questão devido à preocupação da Coordenação de Vigilância Sanitária Municipal com os recentes casos de hepatite na cidade.

“Percebemos um aumento elevado nos casos de hepatite em Janduís. Ficamos preocupados e consultamos os médicos se a incidência dessa doença poderia estar ligada à água servida no município pela CAERN, visto que a população vinha se queixando do mau-cheiro dessa água”, afirmou Francisco Almeida, coordenador de vigilância sanitária.

Ele relata que foi feita uma coleta da água e envidada para análise em laboratório. Esses exames reprovaram a água de Janduís em todos os quesitos. Ele comenta que, a seguir, essa análise foi mostrada a representação local da CAERN, que garantiu que havia sido feita uma desinfecção nos reservatórios da cidade. “Contudo, essa notícia, dos próprios técnicos da CAERN, de que a água está contaminada, desde o seu manancial, nos deixa ainda mais preocupados”, sublinhou Almeida.

Essa informação da contaminação da água distribuída em Janduís e região foi dada por João Batista de Souza, químico da gerência de controle de qualidade da CAERN. Ele diz ter sido convocado pela CAERN, juntamente com outros técnicos, para verificar a situação da água a partir do ponto de captação, localizado na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. “Tivemos a oportunidade de detectar que a qualidade da água bruta se encontra numa situação em que não é favorável para o consumo, mesmo após os processos usuais de tratamento. Ou seja, ela não deve ser ingerida em

hipótese alguma”, reforçou. João Batista de Souza assegura que essa água pode ser utilizada para a limpeza da casa e o banho, sem problema algum. No entanto, ele recomenda que essa água não seja consumida, por uma questão de prevenção. Ainda segundo João Batista, naquele manancial há um processo de proliferação de algas, devido a incidência solar. Se por acaso chover, esse processo é imediatamente suspenso e a água muda suas características para melhor.

Um deslocamento do ponto de captação, para outro ponto mais distante, poderia ser uma solução. Uma localidade onde a água tivesse movimento poderia resolver esse problema. Ele cita que compete à Gerência Operacional da CAERN responder o que é possível fazer a partir de agora. “Não recomendamos a suspensão do fornecimento de água , pois pior é ficar sem a água, mesmo com essa qualidade”,continuou.

Para o vereador Antônio Gomes Batista, o Braga, a situação da distribuição de água em Janduís é alarmante. “Tendo em vista o depoimento do representante do setor de qualidade da CAERN, a situação é de calamidade, pois foi colocado que ela é imprópria para o consumo humano. E se for verificado que essa água está sendo contaminada por jazidas de ferro da Mina do Bonito, em Jucurutu, então a situação se torna ainda mais agravante”, descreveu o vereador. Braga informa que a população consome majoritariamente água dos reservatórios da CAERN e, por ser uma comunidade carente, não tem condições de comprar água mineral.

Prefeito quer paralisar abastecimento

Para o prefeito Salomão Gurgel, a situação é crítica. Para ele o problema se resume à constatação que a água está contaminada, está adoecendo a população e pode chegar a matar, se continuar sendo consumida. No seu entender a CAERN deve paralisar o abastecimento de água em Janduís. Segundo ele, medidas de urgências serão tomadas a partir de agora. Uma dessas medidas é recuperação das fontes antigas de água, no Município, os chamados “cacimbões”. É preciso que se faça, ainda, o abastecimento de água da cidade a partir do açude do Livramente, até que se tenha uma solução para esse problema. Outra medida a ser adotada pelo poder público é a reinstalação do sistema de dessalinização de água que havia em Janduís.  “Isso emergencialmente. Até que se possa corrigir o defeito que houve com a instalação dessa adutora. Fizeram uma adutora deficiente com a captação de água perto de um local facilmente contaminável, visando economizar dinheiro. Além do mais, essa adutora hoje já não tem mais condições técnicas de atender a demanda”, assinalou Salomão Gurgel.

Ele acrescenta que toda vez que se chega num período de escassez de chuvas, e a barragem baixa o volume, há complicações como o corte no abastecimento, o surgimento de algas e o desenvolvimento de microorganismos prejudiciais à saúde. “Fora tudo isso, a poeira da Mina de Ferro está depositando resíduos na água da barragem, o que pode provocar um caos ainda maior. É uma questão emergencial. E vou tentar, ainda esta semana, uma audiência com a governadora Wilma de Faria, no sentido de encontrarmos uma solução para um grave problema que abrange, além de Janduís, as cidades de Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Messias Targino e Patu”, afirmou o prefeito de Janduís, Salomão Gurgel.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas