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Alceu faz a emboladados tempos

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Alceu Valença tem uma longa história e gosta de contá-la nos mínimos detalhes. O novo show, “Anjo de Fogo”, remete à sua obra dos anos 70, época em que uma leva de jovens artistas nordestinos renovou a música brasileira. O cantor e compositor pernambucano selecionou 40 anos de carreira para resumir na apresentação que fará neste sábado, às 21h, no Teatro Riachuelo. Após os últimos dois shows violão/sanfona que fez no local, Alceu vem agora com banda completa, disposto a cantar sua obra com toda a energia habitual.

Artista revisita repertório da década de 70 no show “Anjo de Fogo”, apresentado neste sábado, no Teatro Riachuelo

Artista revisita repertório da década de 70 no show “Anjo de Fogo”, apresentado neste sábado, no Teatro Riachuelo

A base do show foi o CD e DVD “Vivo! Revivo!”, lançado no ano passado, e que relia a obra de Alceu com foco anos 70. Em “Anjo de Fogo” ele vai além e explora mais sonoridades de quatro décadas diferentes. “Esse show é um exercício de revisão, faço uma mistura de tempos que combina temas e letras”, diz ele em entrevista por telefone ao caderno FDS. No palco, Alceu estará acompanhado pelos músicos Paulo Rafael (guitarra), Tovinho (teclados), Nando Barreto (baixo) e Cássio Cunha (bateria).

Aos 71 anos, Alceu fala do novo show com o fôlego de um iniciante. Além de suas canções próprias, ele abre espaço para versões de outros artistas que o influenciaram, como Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga. Após uma recente apresentação no último Rock in Rio – com os amigos do projeto O Grande Encontro, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo -, o cantor mostra que sua energia continua rompendo barreiras temporais, regionais e musicais. “Já disseram que meu som é ‘rock que não é rock’. E é isso mesmo!”, afirma.

“Anjo de Fogo” é uma revisão de sua carreira. Como foi a escolha do repertório?
Eu quis fazer uma “embolada de tempos”, uma sequência de músicas que tivesse relação com som e letra, como se fossem temas. Por exemplo, canto “Papagaio do futuro”, de 1972, uma música que já falava de poluição e meio-ambiente, e associo depois com “Espelho cristalino”, que também era meio ecológica. Eu faço essas associações na minha cabeça.

Há no repertório uma linha do tempo que vai desde os anos 70 até os dias de hoje?
Sim, mas não é separado por datas. Dividi o show por módulos, e cada um tem uma sonoridade diferente, entre rock, baião, cirandas, frevo, e até um bloco carnavalesco em que peço para o público sugerir músicas.

Como foi a última participação no Rock in Rio?
Participar desse festival sempre me desperta lembranças diferentes. A primeira vez, em 1985, cantei “Anunciação” como se fosse uma mensagem para as Diretas Já. Na outra vez, em 1991, o crítico de música Tárik de Souza afirmou que meu show derrubou todas as fronteiras entre a música brasileira e o rock/pop. A agora foi nós três, com um show já tradicional, e que agradou bastante o público daquele dia. Foi incrível.

Houve uma parte do público reclamando (nas redes) que tem “pouco rock” no Rock in Rio? As tais barreiras voltaram?
Essa mentalidade não faz o menor sentido. Nunca fez. Em 1989 participei de um festival de jazz em Nova York, e a crítica definiu meu show como “rock que não é rock”. E é isso mesmo! Não pego referências de Rolling Stones, The Who, Yes, essas bandas. Faço do meu jeito. Brasileiro tocando rock tem que ser diferente. Quando era jovem, eu preferia o programa da Elis ao da Jovem Guarda. O RIR não pode ter só rock, e nunca foi assim.

Você tem ouvido algo novo na música nordestina?
Não escuto nada de novo atualmente. Eu sempre fui de ouvir a música ambiente. A minha formação musical foi o rádio. Só tive aparelho de som quando passei na faculdade. Meu pai não gostava de música por causa dos meus irmãos, que se “desviaram do caminho” por causa dela.

Serviço
Alceu Valença em Anjo de Fogo. Sábado, às 21h, no Teatro Riachuelo. Entrada: R$140 (balcão), R$160 (camarotes/frisas/plateia B), R$180 (plateia A).

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