VICENTE ESTEVAM – INTERINO [[email protected]]
Nos dias de profissionalização extrema, o futebol vem mostrando que vai muito além da barreira das quatro linhas. Ali se define apenas o resultado ou escore de uma partida, pois a conquista da vitória, de fato, hoje depende de toda uma organização dentro de uma estrutura que cada vez menos contempla espaço para amadorismo. Se não bastassem a pisada na bola de Flamengo e Portuguesa, na rodada final da séria A de 2013, três casos recentes chamaram a atenção do Brasil: Criciúma, Brasília e agora Novo Hamburgo, todos acusados de usarem atletas de forma irregular. No caso do Brasília, a própria CBF reconheceu que a ilegalidade foi provocada devido a um problema em seu registro eletrônico (BID), mas nem isso foi suficiente para amenizar a situação do time candango, que perdeu o título da Copa Verde e a vaga na Sul-americana de 2015 para o Paysandu. Já Criciúma e Novo Hamburgo realmente usaram atletas irregulares por falta de cuidado de olhar a situação dos seus jogadoress e investigar melhor a situação dos mesmos. Futebol hoje distribui muito dinheiro e ninguém quer perder, neste cenário tudo passou a ser observado nos mínimos detalhes e a profissionalização que se cobra dos atletas, tem de ser cobrada também em todos os setores dos clubes, caso contrário, surpresas desagradáveis desse tipo não deixarão de pipocar jamais.
Prevenido
Depois de sofrer e chegar a perder pontos com a escalação irregular de atletas, o Paysandu resolveu se prevenir contra esse mal contratando três especialistas em BID. Desde o final de 2002 funciona no clube um setor específico para averiguar a condição de jogadores, em 2003, quando contratou Marcelinho Paraíba para ser a estrela da campanha do acesso, o time só se livrou de sofrer uma rebordosa por que os advogados do setor descobriram que o atleta já havia atuado por dois outros clubes naquela temporada e que estaria impedido de assinar um terceiro contrato. Saiu no lucro, pois mesmo sem a estrela, conquistou o acesso naquele ano.
Demitido
Os recentes problemas provocados no registro de jogadores na CBF não passaram em branco. Luiz Gustavo Vieira não é mais diretor responsável pelo departamento de Registro e Transferências da entidade. O seu substituto provisório já está definido e será Reynaldo Buzzoni, que vinha respondendo pela gerencia de TMS (Transfer Matching System, programa para transferências internacionais de jogadores. A informação foi confirmada pela assessoria da CBF.
Tese furada
O advogado do Novo Hamburgo pretende usar o caso do Navairense (MS) como jurisprudência para escapar de uma possível punição do SJTD, por ter usado o jogador Preto de forma irregular na vitória sobre o ABC. O time sul-mato-grossense quase conseguiu escapar da punição por ter usado dois atletas com contrato vencido na vitória sobre o Paysandu, 2 a 0, em Belém. O placar garantia a vaga ao Navairense no campo, com a tese de que um clube tem até 15 dias para registrar a prorrogação de um contrato na CBF, ele chegou a vencer a peleja jurídica nas duas primeiras instâncias. Porém, no julgamento do Pleno, o Papão levou a melhor, ficando com a vaga na fase seguinte da Copa do Brasil e recebendo ainda o prêmio de R$ 400 mil.
Copa NE
Quando foi projetada e se transformou num sucesso de público, a Copa do Nordeste reunia os principais clubes da região num grupo fechado. De baixo de pau e pedra, os 16 clubes formadores da Liga do Nordeste tinham a vaga garantida. Fundador da entidade e fora da competição de 2015, assim como o ABC, o Santa Cruz agora ameaça se retirar definitivamente da Liga e não mais disputar a Copa NE. O seu presidente, Antônio Luiz Neto, taxa de inadmissível os clubes de grandes torcidas ficarem de fora da competição e achou nesse tipo de ação, a forma de protesto ideal.
Limitado
Com o histórico de invadir os estádios dos estados vizinhos nos quais o clube atua, foi assim no Nazarenão em 2013 contra o Baraúnas, onde até uma rádio mossoroense foi impedida de realizar a transmissão por ameaça da torcida coral, hoje, contra o América na Arena das Dunas, os torcedores tricolores só terão direito a uma carga de 3 mil ingressos. A Polícia terá o pelotão reforçado, uma vez que o confronto é considerado de alto risco. Até hoje não foi registrado qualquer incidente na nova praça esportiva de Natal, mas cuidado nunca é demais.
