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Alfredo Mesquita: 46 anos

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Valério Mesquita
Escritor

Neste mês de abril, dia 12, completara quarenta e seis anos do falecimento daquele que foi em vida o maior líder político de Macaíba.

Alfredo Mesquita Filho nasceu em Macaíba, a 23  de maio  de  1901. Filho de Alfredo  Adolfo Mesquita e Ana  Olindina  de Mesquita.  Fez  os  seus estudos preparatórios  em  Macaíba,  Natal  e Recife,  quando  cursava  medicina, teve que retornar  à  Macaíba  por motivo  do  falecimento  do seu pai, ocorrido em  1929.  Passou  a  se dedicar  junto com os irmãos as atividades de comércio, agricultura  e criação. Na  sua  infância, o desejo da  família  era  vê-lo padre.  Resistiu. Não foi para o seminário. Devo a minha existência  a este seu propósito.

No final dos anos 30 já Intendente Municipal e no inicio da década de 40 prefeito de Macaíba.

Em  1946  foi  constituinte  elegendo-se   deputado estadual  pela  legenda  PSD. Reelegeu-se em 1950  e  1954,  exercendo nesses períodos diversos cargos e comissões. Já em 1958,  candidatou-se novamente  a  prefeito  vencendo as eleições, tendo este  sido  o  seu último mandato eletivo, até, 1963. Como deputado estadual a ele se credita o  esforço da  vinda  de inúmeras obras para os municípios  que  representava  na Assembleia,  tais como: Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Bom  Jesus, Serra  Caiada  (Presidente  Juscelino), Caiada (Eloy  de  Souza),  São Pedro,  Ielmo Marinho entre outros. Não obstante seus 40 anos de  vida pública, 30 dos quais militou na Oposição. Mesmo assim, conseguiu  com os  governos escolas e estradas, além de junto com todos os amigos  da época  haver  experimentado  o triunfo da  implantação  da  Escola  de Jundiaí e a construção da ponte da cidade de Macaíba. Sobre essa ponte há um episódio. A antiga ponte  de Macaíba havia  desabado. Como  deputado  pessedista cobrou do  governo  do  Estado (Dr. José Varela) a sua construção.

Como  o erário  estadual  não  podia  arcar  com   as despesas, teve que recorrer ao antigo Ministério de Obras e Viação.

Entretanto,  ao  aguardar  a  resposta  da  bancada federal  do  seu  partido, recebeu expontâneamente a  ajuda  do  então deputado  federal,  Aluízio  Alves, udenista  que  se  prontificava  a conseguir os recursos. Tal  fato, no Rio Grande  do  Norte  calcinado  das brigas do PSD x UDN, em 1950, receber o auxílio de um udenista era  um opróbrio.

Houve cenas  de tumultos,  pressão  e  rompimentos políticos. Mas, como Macaíba para Alfredo Mesquita era mais importante que  os  partidos, aceitou a ajuda, o dinheiro chegou e  a  ponte  foi construída e até hoje está lá. Em  1961, após a campanha de Djalma Marinho a  quem ajudou por haver o PSD se fracionado para apoiar dois udenista, vendeu a  sua  propriedade  Uberaba, em Macaíba, por “treze  mil  contos”  ao fazendeiro  Adauto  Rocha,  a fim de poder pagar  os  compromissos  da campanha.

As eleições de 1962, 1965, 1966 e 1968 quando,  já doente,   enfrentou  sua  última  campanha  política,  testemunham   a fidelidade do seu espírito partidário e sua dedicação exclusiva ao seu povo.

No dia 12 de abril de 1969, pobre mas querido pelos humildes,  morreu  Alfredo Mesquita. Nesse dia sua cidade  parou.  Não para  lhe dizer adeus, mas, para lhe garantir que ele e ela  formariam naquele  dia, mais do que qualquer tempo, um binômio  inseparável:  um pacto de identificação. Ele e ela. Abraçados permanentemente em  suas entranhas.

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