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Algo que deu certo

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José Narcelio Marques Sousa
 Engenheiro Civil
Chico Anysio, em dezembro de 2008, participando do programa de entrevistas “3 a 1”, da TV Brasil, ouviu de sua colega comediante Heloísa Perissé a seguinte indagação:

– Se o tempo voltasse atrás, o que você mudaria na sua vida?

– Eu não fumaria. O cigarro é a pior coisa que a pessoa pode fazer por si mesma. Fumar é uma das maiores idiotices da vida. Eu sou zerado em todas as taxas indicativas de saúde, mas, o meu pulmão é um desastre porque o cigarro acabou com ele. Eu tenho apenas 40% da capacidade do pulmão… Quanto ao restante de minhas ações eu não mudaria nada, porque aprendi com os meus erros – respondeu Chico.

Chico Anysio faleceu em 2012, aos 80 anos de idade, quatro anos depois da entrevista acima em decorrência de falência nas funções respiratórias, e de outros órgãos, tudo isso produzido pelo fumo.

O tabaco é considerado o grande mal do mundo moderno. A nicotina vicia mais que a cocaína. Bastam de sete e 14 dias para o fumante ficar dependente… E, largar o cigarro é muito difícil. Estima-se que dentre 1,3 bilhão de fumantes no mundo, 650 milhões morrerão, prematuramente, por causa do tabaco.

No Brasil ainda existem algo em torno de 18 milhões de fumantes, embora os números tenham diminuído ao longo dos últimos 25 anos. Sendo o segundo maior produtor e o maior exportador de tabaco, ainda assim, o Brasil conseguiu desenvolver ações para controlar o tabagismo, o que lhe tem conferido o reconhecimento e a liderança internacional pelo trabalho nessa área.

Estudos apontam que quase 80% dos fumantes acenderam o primeiro cigarro na adolescência, por isso, hoje, o público alvo das cruzadas contra o tabaco são os jovens. Mais de 30 anos transcorreram desde o lançamento das primeiras campanhas contra o fumo. No início de forma modesta, mostrou-se eficiente à medida que aumentava a agressividade do material publicitário veiculado.

Vários fatores explicam a diminuição da adesão de homens e mulheres ao vício do cigarro. Eis alguns deles: impostos mais altos, restrição ao tabaco em lugares fechados, alertas e informações acerca dos efeitos deletérios do cigarro para a saúde, campanhas fomentadas em escola e universidades, divulgação na mídia e, principalmente, imagens chocantes nas embalagens do produto.

A melhora dos números obtidos no Brasil serve de motivação para aumentar e intensificar campanhas com o objetivo de incentivar mais e mais brasileiros abandonarem a dependência do tabaco de forma definitiva.

Insere-se aqui a pergunta que não quer calar. Se o Programa de Controle de Tabagismo no Brasil vem apresentando resultados positivos, por que não criar algo assemelhado para tentar combater as drogas pesadas? Está evidenciado que o esclarecimento foi o fator motivador de adesões à batalha contra o fumo. Por que não experimentar o mesmo remédio contra as demais drogas?

É verdade que o inimigo, no caso das drogas ilícitas, atua na clandestinidade, daí tornar-se mais complexo o seu enfrentamento. Decerto, a propaganda maciça e constante, como no caso do cigarro, traria efeitos positivos.  Nada pode acontecer de imediato, porém a médio ou longo prazo visualizaremos a meta planejada, contudo, iniciemos o trabalho com algo que está dando certo.

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