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Alta estação aquece hotéis, mas nem todos comemoram

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Vinícius Menna
Repórter

Executivos de hotéis da Via Costeira e de Ponta Negra, comemoram os resultados da alta estação, apresentando taxas de ocupação que vão de 82% a 91%. Eles fazem projeções otimistas para o resto do ano, puxadas pela Copa do Mundo. Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no RN (ABIH), no entanto, a alta estação foi a pior dos últimos quatro anos, sobretudo entre hoteis de pequeno e médio porte do estado. Segundo o presidente da entidade,  Habib Chalita, a taxa média de ocupação em janeiro de 2011 foi de 93%, número que em 2014 foi de 70%.
Hotel na Via Costeira: Taxa de ocupação maior não foi percebida de forma global no setor
Com o fim do carnaval, a alta estação se despede e o setor contabiliza os resultados. Para o gerente de contas do Serhs Natal, Valdir Rodrigues, 2014 superou o ano anterior em ocupação. “Foi o melhor janeiro desde 2011. Estamos colhendo frutos de um trabalho comercial realizado em 2013”, diz. Segundo ele, janeiro teve média de ocupação de 82% por dia e superou os 65% do mesmo período de 2013. Ele analisa que, pelo fato do carnaval ter sido em março neste ano, o comparativo entre 2013 e 2014 para o mês de fevereiro ficaria comprometido. “Tivemos uma média de 90% de ocupação no carnaval. Foi muito bom”, diz.

Embora as obras do calçadão e do enrocamento de Ponta Negra não tenham sido concluídas – o que fez a prefeitura, inclusive, cancelar a queima de fogos na praia, no reveillon – foi possível ter bons números na área. Exemplo disso são os hoteis Ponta do Sol e Belo Mare,  conforme explica o gerente geral dos dois estabelecimentos, Francisco Macedo. “Isso [obras e ausência da queima de fogos] repercutiu negativamente. Mas conseguimos fazer as vendas. A taxa do ano passado ficou nos 88% por mês, no Ponta do Sol, e esse ano nós ficamos em 91%. Ter uma média acima de 90% é bom”, diz. “Por ser um hotel maior, o Bello Mare teve ocupação maior, de 95%”, completa.

#SAIBAMAIS#Sem dar números, a gerente de vendas dos hoteis Rifóles e Pontal Mar, Socorro Macedo, ressaltou que 2014 está sendo  “bem positivo”, mas confessa que no mês novembro a alta estação preocupava. “O brasileiro retardou a definição do destino para as férias de 2014. A hotelaria estava apreensiva, mas em dezembro isso mudou”, conta.

Pequenos e médios
Para Chalita, da ABIH, os resultados em hotéis de médio e pequeno porte não foram tão expressivos. Entre os associados, 75% estão nessa condição. Para ele, a falta de divulgação do RN é um dos problemas que impactam os hotéis, fazendo com que o estado tenha perdido nos últimos quatro anos 23% na ocupação do mês de janeiro.

O presidente da Empresa Potiguar de Promoção Turística, Alexandre Mulatinho, discorda sobre a falta de divulgação. Segundo ele, nos últimos dois anos, o RN fez parte de 14 feiras internacionais e fez divulgações em países como Perú, Itália, Colômbia e Estados Unidos. “Com a Copa, é uma incoerência dizer que não tem divulgação”, afirma.

Bate-papo – Habib Chalita

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no RN (ABIH/RN)
Habib Chalita: Não estamos conseguindo atingir o turista
Como foi a alta estação para o setor hoteleiro?
Nós temos 80 associados e 75% deles são hoteis de médio e pequeno porte. São hoteis que nós temos que ter mais cuidado, que precisamos trabalhar melhor perante o turista. Os hoteis grandes tem representante comercial fora do estado e mesmo assim têm dificuldade em vender o destino Rio Grande do Norte porque não tem mais nenhuma forma de divulgação. Não estamos conseguindo atingir o turista. Nós fizemos um levantamento de janeiro de 2011 a janeiro de 2014. Nós perdemos 23% na ocupação de uma alta temporada, que é janeiro. Esses são números reais. Existe uma secretaria exclusivamente para isso chamada Emprotur. Dentro desse contexto, a Emprotur não tem resultado nenhum perante o consumidor final. Digamos de passagem que torna-se praticamente inoperante a função da Emprotur. Não estou descriminando o presidente da Emprotur, mas sim a política do atual governo Rosalba, que denomina o turismo como indústria secundária. A prova maior dessa situação é que estamos há quatro meses sem um secretário de turismo em um estado que é sede da Copa. [O Governo do Estado informou, por meio da secretaria de comunicação, que convites foram feitos e que a governadora aguarda respostas. Não há data para definição de um nome, segundo a secretaria].

O senhor menciona o preço das passagens como um dos “desaceleradores de ocupação”. Como está essa questão?

Eu vou citar um exemplo. A diferença de preço nas passagens ida e volta São Paulo-Fortaleza e Natal-São Paulo é de R$ 800. Há dois motivos para isso: se eu deixo de divulgar, eu deixo de ter a necessidade, já que o turista não vem. A partir do momento que o turista não vem, eu vou abastecer por um prejuízo. Nós não queremos a isenção, queremos a redução para entrar no mercado competitivo do turismo. O Rio Grande do Norte está fora dessa competição por dois motivos: falta de divulgação e de redução do querosene aeroviário.

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