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Alto risco

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Vicente Serejo
Pode ser fatal – no futuro – o jogo dos dois Palácios, o Potengi e José Augusto, unindo o Executivo e o Legislativo, e aprovando o reajuste de 16% para os procuradores, vetando a isonomia para os servidores das camadas mais necessitadas. E se o gigante se conhece pelo dedo, basta olhar a abstenção do deputado Francisco do PT e o voto, no aumento do que restava da área jurídica, do deputado Ezequiel Ferreira, para flagrar o acordo discriminador.
Palácio José Augusto
É falso o argumento da despesa com base na crise financeira para discriminar a uns e privilegiar a outros. Não bastasse o festival dos 16,38% das castas – Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e agora os Procuradores, o próprio Legislativo deu aumentos aos seus cargos comissionados contra 3,9% para servidores efetivos numa e descontrole que nem o implacável ministro Paulo Guedes fez na medida que sabe do risco de uma reação nacional.
A governadora Fátima Bezerra, com a larga experiência de ter presidido o sindicato de sua categoria – os professores – e ter saído às ruas para tantas lutas duras, não tinha o direito matreiro de amoitar-se na abstenção dos deputados, inclusive Francisco do PT, ele que se registrou em nome dos trabalhadores. O que significa a abstenção do deputado petista? Posição pessoal? Errou. Ou a posição exigida pelo governo contra trabalhadores? Outro erro.
Foi ousado também o deputado e presidente da casa, Ezequiel Filho, sabendo que o aumento dos procuradores, mesmo não sendo decisão de benefício pessoal, mas consciente de que entre os beneficiados estaria o próprio pai, articulou a derrota do aumento para todos. Um risco diante do instante de tensão que a sociedade vive nos seus estamentos mais sacrificados, afinal as elites são as últimas na escala de sofrimento quando a crise cerca o cofre oficial.
Os três poderes chutaram a coragem que o instante e as circunstâncias exigiam. Ou aumentavam a todos ou a nenhum. Pior: o Executivo ao pedir o voto em nome do trabalhador e o Legislativo ao afrontar com desrespeito as graves suspeitas que pesam sobre seus ombros. Uma condenação que as urnas estamparam, há um ano, mandando para casa as proeminências do firmamento político local, convencidas de que, unidas, jamais seriam vencidas. E foram.
A classe política teima em não perceber que a sociedade, independentemente de uma ocupação menor de espaço nos veículos formais – jornal, rádio e tevê – diante da maior, aquela mobilizada através das redes sociais, mais numerosas que a soma da população ativa em todas as regiões e, individualmente, em todas as unidades da federação. Quando o Legislativo trai o sentimento popular e vende a alma, passa a inquilino da área de serviço de outros palácios.

Cascudo 
O sociólogo Gilberto Vasconcelos deu o ponto final no seu novo ensaio, “Luís da Câmara Cascudo, o socialismo no Povo”. Um estudo inédito do livro “Religião no Povo”.
Aqui
Gilberto quer publicar seu ensaio em Natal – já remeteu ao Instituto Ludovicus, com um debate, se for o caso. A aproximação de Karl Max e Cascudo. Tome mais essa ousadia.
Livros
Começa amanhã, segunda, e vai até 14, a Feira Literária da Cooperativa Cultural, na UFRN. Com recitais, lançamentos e a exposição ‘Cores e Ébanos’, de Erasmo Andrade.
Pasto
Os tapumes já cercam o lado do Centro de Convivência para a reforma de um novo restaurante bem ao lado da livraria, hoje tão cercada pela feira de frutas e verduras orgânicas.
Rede
Uma sacada do produtor Dickson Medeiros pode botar Natal no calendário nacional: Festival Nacional da Rede. Nosso Câmara Cascudo é autor do maior ensaio, desde a tipoia.
Araruna
O retorno da Bandagália, como querem alguns gauleses, pode ser melancólico. Pode voltar como uma nova e triste Araruna, velha sociedade de danças desaparecidas. Será?
Feio
A Prefeitura de Natal não aceita cumprir o reajuste que os servidores da Secretaria de Tributação ganharam na Justiça. Para os auditores, o agrado. Para os outros, a discriminação.
Casta
De um velho comunista, hoje decepcionado com os rumos do comunismo caboclo que tomou conta até do governo: “O PC do B aqui no Estado virou o comunismo do bolso”.
Atitude
São elogiáveis a vigilância e o destemor do deputado e general Eliéser Girão, quando cobra da governadora Fátima Bezerra o corte de despesa nas contas do governo para ajustar a máquina aos novos tempos de crise, inclusive o programa oficial de privatizações.
Memória
Pena que o deputado tenha sido tão silencioso quando foi secretário da então governadora Rosalba Ciarlini, aquela que, para não atrasar o salário dos servidores, mandou à Assembléia a lei que permitiu o Executivo começar a devorar todo o Fundo Previdenciário.
Touché
Com a lei, a governadora pagou dezembro e décimo-terceiro do último ano do seu governo e Robinson Faria renovou o prazo da lei e consumiu o Fundo Previdenciário. E mais: prorrogou o parcelamento para devolver ao IPE, o que até hoje não aconteceu. É isto.
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