quarta-feira, 24 de abril, 2024
27.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Aluguéis crescem mais de 60%

- Publicidade -

Renata Moura – Repórter de economia

Mudanças na estrutura familiar, na renda da população e a necessidade de morar mais perto do trabalho ou da universidade, ajudaram a  aumentar em mais de 60% o número de domicílios alugados no Rio Grande do Norte nos últimos sete anos, incluindo casas, apartamentos e cômodos destinados à moradia. O dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e mostra que, acompanhando a tendência nacional, o ritmo de crescimento na quantidade de imóveis alugados no estado tem sido mais forte do que o avanço em casas próprias, cujo aumento no mesmo período foi de 17,75%. “Os números estão normais, não refletem nenhum boom. Mas é preciso observar que esse também é um reflexo do déficit habitacional que existe. Nem todos têm condição de adquirir um imóvel próprio”, ressalta o analista do IBGE, Ivanilton Passos. Ele observa, porém, que a casa própria está se popularizando.

Como acontece no país, o número de imóveis próprios é, aliás, predominante no RN. No caso do estado, o IBGE aponta que, em um universo estimado de 922 mil domicílios, foram registrados 650 mil eram próprios em 2009, em torno de 70,45% do total. O volume representa, porém, um acréscimo de apenas 0,77% contra o apurado em 2008 e de 17,75% sobre 2002. No entanto, ao se investigar o número de domicílios alugados, que somavam 172 mil unidades no ano passado – cerca de 18,67% do total – é percebido um avanço de 13,15% na comparação com 2008 e de 62,26% sobre 2002.

Um dos fatores que explicam o ritmo das locações é a chegada de novos moradores ao estado e, principalmente à capital, diz o presidente do Sindicato das Empresas Imobiliárias (Secovi RN), Jailson Dantas. “Natal tem crescido muito nos últimos anos e recebido gente que vem para trabalhar ou estudar e que acaba optando pelo aluguel. Outras pessoas têm imóvel próprio, mas alugam um segundo em bairros mais centrais para ficar mais perto do trabalho ou simplesmente para fugir do trânsito”, observa.

O número de aluguéis também é impulsionado por melhorias na economia, que estimulam aqueles que moram com a família, por exemplo, a buscar seu próprio espaço e, num primeiro momento, algumas vezes, a optar pelo aluguel, analisa o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, Valdemir Bezerra, prevendo que a demanda pela casa própria deve, no entanto, aquecer nos próximos anos, puxada por essa efervescência econômica e por facilidades de financiamento, que incluem prazos que chegam a 30 anos e juros mais baixos. Programas  como o Minha Casa, Minha Vida também deverão servir e já servem de estímulo.

Impulsionado pelo programa e pela expectativa de independência, o programador de Sistemas Gleydson Costa, 30, deu entrada no banco para financiar um apartamento e sair da casa que divide com os pais. “Escolhi um apartamento com entrada de 10% e parcelas por volta de R$ 560. Pagar pelo próprio imóvel é bem melhor que pagar por algo que nunca será seu”.

PNAD

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios foi divulgada na  quarta-feira passada, desenhando um retrato socioeconômico do país em 2009. Sobre o estado, a pesquisa revela, por exemplo, que aumentou o índice de trabalhadores com carteira assinada e que o rendimento médio mensal da população com 10 anos ou mais saltou 77,52%, passando de R$ 396, em 2002, para R$ 703, em 2009. Por outro lado, a pesquisa traz dados alarmantes, como a taxa de analfabetismo nas alturas e a forte concentração de renda, uma das maiores do Nordeste, diz o analista do IBGE, Ivanilton Passos.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas