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América precisa alterar a gestão

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Em meio a uma operação de salvação na série B do Campeonato Brasileiro e que requer a união de todos os setores do clube, foi desvendada essa semana o clima de “guerra-fria” que está sendo travada nos bastidores políticos do clube e que vem impedindo uma maior margem de manobra da atual diretoria. O presidente José Maria Barreto Figueiredo está praticamente isolado junto com alguns homens de confiança, atrás de recursos com a finalidade de manter em dia os compromissos salarias. O conselheiro Ricardo Bezerra, reconheceu a fase delicada e disser ter chegado o momento dos homens com palavra dentro do clube assumirem suas responsabilidades, deixar a vaidade de lado e sentar para uma conversa séria, sobre o futuro do clube.

A crise diretiva que se instalou no clube na atual gestão e o fracasso do futebol nos últimos anos, deixaram a convicção que chegou o momento de se modernizar a forma como o clube é dirigidoRicardo Bezerra acredita ter chegado o momento de se rediscutir o modelo de gestão americano, que hoje é obrigado a pensar em se desfazer de um pedaço da sede social para investir na modernização do clube. “Nosso modelo de gestão que foi sucesso nos anos 80 e que ainda resistiu um pouco nos anos 90, caducou. Hoje quem quer que assuma a presidência do América, senta à mesa e o clube não tem receita nenhuma. O futebol começa do zero, tem que captar recursos dessa área e gastar dentro do próprio futebol. O América tem que ser reformulado, deve ter mais gente trabalhando junto, não pode imperar a desunião, a divisão, a falta de integração que está havendo esse ano”, argumentou.

A divisão existente dentro do Alvirrubro causou a primeira baixa na diretoria, o vice-presidente administrativo Álvaro Gouveia, alegou problemas pessoais e renunciou ao cargo. José Maria, que foi aclamado como presidente pelo conselho deliberativo, por enquanto segue resistindo às pressões e segue rechaçando qualquer probabilidade de abandonar o cargo. A aliança entre a presidência e o grupo de apoio ao futebol foi montada com metal frágil, que não resistiu a algumas declarações mal colocadas de José Maria Barreto na imprensa. A crise que no período do Estadual era tratada sob sete chaves, agora foi desnudada com o recente alerta de Ricardo Bezerra.

“Me preocupa a situação do clube como um todo, o América hoje não é integrado como deveria ser. Se as grandes lideranças não se sentarem a uma mesa, junto com a diretoria e os conselheiros vai ser complicado. Existe desunião no clube, existe pensamento divergentes e temos de arrumar a casa. Se internamente o América não organizar a casa, ficará difícil o América se arrumar dentro de campo. Nós temos de ser realistas”, afirmou Bezerra, em entrevista à Rádio Globo.

A crise na cúpula americana faz reflexo dentro das quatro, seguidos erros na formação de elenco, dispensas numerosas e falta de uma liderança diretiva, provocam insegurança dentro do grupo. Jogadores importantes do elenco já vinham reclamando dessa situação faz tempo e até o momento pouco se fez para resolver a questão. “O América tem que resolver logo essa clima de crise permanente na sua direção. O clube está sem norte, não temos a quem recorrer, isso provoca insegurança dentro do elenco e jogador nenhum se sente bem num ambiente de insegurança”, revelou um atleta que pediu para ter o nome mantido em sigilo.

Quanto a existência de uma ação para provocar a renuncia da atual diretoria, Bezerra se mostra contrário. “Renúncia de presidente do América nunca resolveu a situação do clube. Se sabe claramente que enfrentamos dificuldades até para saber quem vai assumir o comando do clube, não é por ai. O América precisa mesmo se unir, nossos bons momentos sempre foram caracterizado por um período de união entre o grupo que dirigia o futebol com o presidente”, lembra enfatizando também que opiniões contrárias as dos dirigentes sempre existiram. “Nesse período também existiam criticas das pessoas que não gostavam do modelo de gestão criado para o futebol. A única diferença desse ano para os últimos foi que quando o presidente José Maria assumiu, constituiu um grupo de futebol. Com o insucesso do Estadual e a divergência com Alex Padang, o grupo da presidência foi começando a gerir mais o futebol e nós entendemos. Quem tem cargo na diretoria sabe que os problemas no futebol reflete muito mais forte em cima deles. Com a saída de Padang o grupo de apoio ao futebol foi perdendo também seu poder de decisão e acabou funcionando mais como uma espécie de grupo de conselho”, revelou.

Jussier não acredita na salvação

Acompanhando de longe a política do América, o ex-presidente Jussier Santos, em entrevista ao programa Esportes em Debate da Rádio Globo, disse ter sido pego de surpresa com a notícia do nível de desunião existente no América. Considerado um dos cardeais alvirrubros, ele credita o nível de desentendimento entre os grupos a tentativa de contemporização do presidente José Maria Barreto Figueiredo entre as partes discordantes. “Quando se é presidente suas decisões agradam a uns e desagradam a outros, isso é natural em qualquer gestão”, pontificou.

Jussier cita dois pontos cruciais para o América continuar pecando e manter a derrocada dentro do futebol apresentada nos últimos anos. “Faltou planejamento e união. O América tinha obrigação de ter feito um bom planejamento para temporada, porque era o único clube do RN ciente do que iria fazer nesta temporada. O ABC está dando uma lição no América este ano, lá houve um mínimo de planejamento e união, por isso o clube está dando certo. De longe essa é a análise que posso fazer, não sei se estou certo ou errado”, ressaltou.

Desses dois problemas resultam a incredulidade do ex-presidente  no sucesso da campanha de salvação do América no Brasileiro.  “Sempre tive os pés no chão e acho que só um milagre pode fazer com que o América permaneça na série B. Sou um homem de fé e vou esperar esse milagre. O que posso esperar hoje é que o futebol do RN saia engrandecido com o ABC”, frisa.

Quanto a pressão para saída do presidente José Maria, o ex-dirigente confessou que não sabia de sua existência, mas de qualquer forma não acredita no êxito dessa ação. “Não acredito que José Maria venha a renunciar, acho que pressão pode haver, mas não acredito que vá surtir efeito. O América já tem muita renuncia, mas pelo que conheço de José Maria acho difícil que isso ocorra. Divisão existe, são diversas cabeças a pensar, talvez o que ele precise é de forma definitiva assumir a condição de presidente do América Futebol Clube”, opinou Jussier Santos.

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