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Analistas defendem crédito alternativo no setor de imóveis

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Fortaleza (AE) – A poupança não será suficiente para suprir o crescimento que o mercado imobiliário brasileiro deverá ter nos próximos anos e, por isso, governo e setor privado devem trabalhar em conjunto para desenvolver mais aceleradamente o mercado de crédito imobiliário alternativo àquele que tem como fonte de recursos a caderneta. Essa foi a visão colocada por analistas do setor privado durante a 2ª Conferência Internacional de Crédito Imobiliário promovida pelo Banco Central. Os palestrantes defenderam que sejam tomadas medidas de “sintonia fina” no marco regulatório para estimular o crescimento dos fundos de investimento imobiliário e também do mercado de securitização – em que lotes de crédito imobiliário são “empacotados” em instrumentos financeiros, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), e vendidos para investidores no mercado de capitais.

Governo e setor privado devem trabalhar em conjunto para desenvolver mais créditoA avaliação geral é a de que o volume de crédito imobiliário no Brasil ainda é baixo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e que a tendência, com a retomada do crescimento econômico na média de 5% ao ano e os juros em níveis baixos, além do aumento do poder aquisitivo da população, a demanda por imóveis será muito mais forte do que a taxa de crescimento dos depósitos em poupança. Por isso, é importante ter um mercado alternativo de instrumentos financeiros ligados ao setor imobiliário, de modo que haja fontes suficientes de financiamento para se atender a essa procura por crédito de imóveis.

“A poupança não vai acabar como fonte de financiamento, mas com o crescimento da demanda que ocorrerá nos próximos anos ela não vai ser suficiente para atender à demanda crescente”, disse o diretor comercial e de produtos da Cetip, Jorge Sant’Anna. Segundo ele, é preciso atuar para fortalecer os produtos financeiros lastreados em ativos imobiliários como alternativas de investimento no mercado de capitais. Isso ocorreria, de acordo com Sant’Anna, promovendo-se um acesso mais amplo de pessoas físicas a esses instrumentos e também estimulando-se o mercado secundário, de modo a dar mais “liquidez” a papéis como os CRIs. Para o diretor, o governo poderia definir benefícios fiscais ou regulatórios para instituições financeiras que se tornem “market makers”, ou seja, que viabilizem a liquidez dos produtos financeiros.

O vice-coordenador da comissão de fundos imobiliários da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima), Valdery Albuquerque, acredita que o segmento de fundos de investimentos imobiliários (FII) tem como tendência trabalhar com patrimônios maiores do que R$ 200 milhões. Até hoje, os fundos trabalham com patrimônios abaixo disso. Albuquerque considera importante uma participação maior de pessoas físicas, além de um perfil mais diversificado da base de investidores em fundos imobiliários. Nesse sentido, ele defende um processo de educação para que os produtos de investimento imobiliários sejam mais bem conhecidos e também que se coloquem em igualdade de condições tributárias com o mercado de ações, os FII, que hoje são taxados em 20%, ante 15% do mercado de renda variável.

O presidente da Companhia Brasileira de Securitização (Cibrasec), Fernando Brasileiro, explicou que a falta de um mercado secundário no Brasil de instrumentos vinculados a financiamento imobiliário é um problema muito importante a ser atacado. Segundo ele, o governo deve atuar para estimular a padronização dos contratos imobiliários e também desenvolver uma garantia de liquidez para o mercado secundário.

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