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Ano eleitoral

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 Ivan Maciel de AndradeAdvogado

Andei imaginando uma representação teatral em que a peça incluiria um coro com as mesmas características e funções que tinha no teatro grego. Como, por exemplo, nas tragédias dos geniais Ésquilo (525 a.C.–456 a.C.) e Sófocles (495 a.C.–405 a.C.). O papel do coro – objeto de muitos estudos especializados – era dançar, cantar e dialogar com um solista (o corifeu).

Na peça que idealizei, o coro seria formado por eleitores brasileiros representativos das mais diferentes classes e camadas sociais. A trama da peça diria respeito às relações entre o poder e os direitos dos cidadãos (nada a ver com “Antígona” – 442 a.C., de Sófocles). Não me disponho a resumir a história porque perderia muito tempo com episódios nada exemplares, de início trágicos, mas, no desfecho, necessariamente cômicos. O que me interessa comentar é o diálogo que se estabeleceria entre o solista e o coro. O solista faria uma pergunta e o coro responderia sempre com a mesma frase, variando apenas o tom em que seria dita a resposta. O tom mudaria de acordo com o teor do assunto e a capacidade de improvisação dos atores: alegre, triste, formal, irônico. A frase com que o coro responderia a todas as perguntas seria: “Porque é um ano eleitoral”.

 Assim, perguntaria o solista: “Por que de um momento para outro o governo Lula descobriu o estado de emergência e calamidade das rodovias do país que há muito tempo estão quase que intrafegáveis?”. O coro daria a resposta que lhe foi ensinada. Neste caso, o tom teria que ser de perplexidade. Poderia até parafrasear os versos de Castro Alves: “Senhor Deus dos desgraçados, / dizei-me Vós, Senhor Deus, / se é mentira, se é verdade, / Tanto cinismo perante os céus”. Perguntaria em continuação o solista: “Por que Lula resolveu percorrer o país visitando os buracos das rodovias federais que estão sendo tapados a toque de caixa, sem sequer licitação?”. A resposta do coro deveria ser em tom de constrangimento diante do ridículo a que Lula se expõe.

Voltaria o solista a perguntar: “Por que há tantos babacas que se impressionam com essa encenação, como se, na verdade, a administração de Lula fosse criativa e de realizações?”. A resposta seria em tom de tristeza. O próprio solista interviria para explicar que o país cresce pouco, quase nada. Em comparação com os demais emergentes, talvez nem cresça. O solista perguntaria: “Por que Palocci, que segura a estabilidade da moeda, tornou-se tão compreensivo com gastos que tentam popularizar o governo?”. A resposta seria em tom solene: ora, Palocci está salvando a pele.

Há uma pergunta que o solista não poderia deixar de fazer: “Por que Lula enfatiza tanto o dinheirinho que o seu governo vem gastando em programas assistencialistas, como se quisesse colher os frutos das migalhas que distribui entre os mais humildes e desfavorecidos?”. A resposta  seria em tom de decepção. Talvez aí esteja a garantia da reeleição de Lula: o “social” eleitoreiro.

Caberia ao solista perguntar: “Por que os partidos de oposição criticam Lula demonstrando uma surpreendente preocupação com os problemas sociais e o crescimento do país?”. A resposta deveria ser em tom de tédio, que correspondesse à constatação: quanto mais se muda de governo, mais as coisas continuam as mesmas. “Plus ça change, plus c’est la même chose”. A violência, a concentração de renda, a corrupção impune, tudo igual. Mudam apenas as siglas partidárias.

 E se o solista enveredasse pela cassação de mandatos dos envolvidos nas histórias mal-contadas de caixa dois? Para saber, por exemplo, por que os parlamentares que estão próximos da guilhotina temem tanto a decisão que venha a ser tomada durante este ano. O tom da resposta seria o de quem lamenta a má-sorte desses ilustres defensores dos interesses públicos. Afinal, a condescendência usada em relação a outros beneméritos agride o nosso senso de justiça, que pressupõe, desde Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.), igualdade, eqüidade, isonomia. Por isso mesmo, como “gran finale”, o solista e o coro gritariam, “una vocce”, o nome de Lula – o desinformado.

Rali em Capim Macio

Gerson Luiz MartinsJornalista e professor da UFRN

… bom esclarecer de imediato que este texto não vai tratar de um evento esportivo automobilístico no bairro de Capim Macio, embora seja importante registrar que foi promovido recentemente um evento nessa modalidade no bairro. O tema deste texto serve para avaliar a situação das ruas no bairro. Quando não é a chuva que cria inúmeras lagoas e ameaçam residências, agora no verão o pesadelo dos moradores e principalmente dos motoristas que circulam no bairro é a areia movediça que impede o livre trânsito e danifica carros e caminhões. Recentemente, na rua Presbítero Porfírio Silva, entre as ruas Neuza e Antônio Farache, um caminhão, tipo carreta, ficou  atolado  na areia! As ruas do bairro foram abandonadas pela Prefeitura que está cuidando da maquiagem da cidade para que os turistas não percebam o caos de alguns bairros. Assim, é fácil verificar as ruas do Tirol e de Petrópolis limpas e pavimentadas com asfalto. Até mesmo em locais onde não há necessidade de pavimentação asfáltica, como a Avenida Sílvio Pedrosa em Areia Preta, está sendo recoberta. No final de 2005, moradores do bairro fizeram uma reunião para discutir a urgência da urbanização de Capim Macio, principalmente a pavimentação das ruas. Estiveram presentes mais de 280 moradores reunidos com um representante da Prefeitura. Nessa reunião, realizada em novembro de 2005, o engenheiro da Prefeitura informou que se faria a pavimentação de 9 (nove) ruas do Bairro, cujos moradores reclamam de ter o mais alto valor de IPTU da cidade e não ter qualquer infra-estrutura. No Bairro todas as ruas não têm pavimentação, não há saneamento básico, não há galerias pluviais e muitas vias não têm iluminação pública. Na realidade a prefeitura realizou o calçamento com paralelepípedo em 7 (sete) travessas e não 9 (nove) ruas como alardeou. Todas as travessas pavimentadas, para quem quiser conferir, ficam após o Praia shopping em direção ao interior do Bairro. Com a chegada dos carnês para pagamento do IPTU, muitos moradores avaliam a possibilidade de fazer o pagamento em juízo. Esse fato foi contestado pelo representante da prefeitura que argumentou não ser finalidade dos recursos do IPTU o custeio da infra-estrutura de uma cidade. Se o IPTU não é para custear a melhoria da infra-estrutura de uma cidade, além da educação e da saúde, então deverá ser para preparar as eleições. São urgentes as providências do poder público municipal e estadual na solução dos problemas de urbanização de Capim Macio, principalmente no que se refere às condições das ruas. Nesse meio tempo, necessário se faz que o poder público municipal realize obras para acabar com os bancos de areia movediça localizados em várias ruas do bairro. As ruas Presbítero Porfírio Silva e Missionário Joel Carlson são exemplos dos buracos e dos bancos de areia que impedem o trânsito, seja de pedestres ou de veículos.

E antes mesmo deste texto ser publicado, houve um contato com o diretor de Redação da Tribuna do Norte para acrescentar mais informações. No trecho citado da Rua Porfírio Silva foi constatado, em apenas um dia, 5 (cinco) veículos atolados no seco. A rua está intransitável!

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