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Ano novo: despertar da esperança

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Ricardo Araújo
repórter

Domingo, 1º de janeiro de 2012. O passado e o futuro, os términos e os começos. O tintilar das taças de champanhe e os fogos de artifício que coloriram os céus nesta madrugada, anunciaram a chegada de um novo ano. Ansiedade e expectativa se confundem a cada começo ou, ainda, recomeço. Em todas as culturas, raças e religiões, a chegada de um novo ano é celebrada como se, com a mudança da data, as perspectivas de melhorias e a realização de sonhos, se renovassem com mais veemência do que nos demais dias do ano. A começar pela palavra que designa a festa celebrada entre o último dia de dezembro e o primeiro de janeiro: réveillon. Ela é derivada do verbo francês réveiller, que em português, significa “despertar”.
A chegada do Ano-Novo cria expectativa de bons dias futuros
E o abrir dos olhos para o novo ano vem, para quase 100% da população, acrescido de uma pitada a mais de alegria e esperança. É um desejo intrínseco de que os vindouros 365 dias sejam melhores do que aqueles recentemente encerrados com a mudança do ano. “A gente sempre imagina que tudo vai melhorar. Fazemos planos, criamos expectativas, fazemos simpatias e escolhemos as roupas baseadas na cor que imaginamos ser a melhor para o que queremos realizar no ano que se inicia”, comentou a assistente administrativo, Alânia Costa. Para 2012, ela planeja iniciar uma pós-graduação em Meio Ambiente. É preciso ressaltar, porém, que os céticos defendem que nada  muda com um número diferente no calendário.

De acordo com o psicólogo Rodrigo Costa, as manifestações de esperança renovada e maiores expectativas nesta época do ano, são questões culturais que se atrelam ao lado psicológico de cada ser humano. “Este período de transição estabelece o que seria novo. Por isso, a expectativa aumenta, as pessoas costumam tentar apagar o que ficou de ruim no passado e procuram fazer diferente no futuro”. Ele explica, ainda, que a questão da cultura da renovação de desejos e planos a cada início de novo ano é mais forte na cultura ocidental do que na oriental.

Além disso, de acordo com o psicólogo, as diversas simpatias feitas durante a madrugada de hoje funcionam como um dispositivo. “É como se as pessoas acionassem um gatilho psicológico que as predispõem a concretizar sonhos de uma forma mais forte, com mais garra. As simpatias funcionam como uma forma de concretizar ideais. É a ligação da cultura com o psicológico”, explica Rodrigo Costa.

Apesar dos sorrisos, da confraternização explícita nas ruas e avenidas, do abraço entre desconhecidos e dos desejos de “feliz ano novo” ecoando em quase todos os lugares do mundo, o réveillon é uma data melancólica para muitas pessoas. Conforme argumentação do psicólogo Rodrigo Costa, há uma fragilização psicológica maior em determinadas pessoas neste período do ano.

“Elas, assim como muitas outras, fazem uma avaliação do que fizeram ao longo do ano, dos sonhos que não realizaram, dos projetos que não deram certo e isso se reflete numa pressão interior muito forte”, analisa. Além disso, ele comenta que a própria sociedade exerce uma pressão para que todos sejam bem-sucedidos e isto contribui para o surgimento de frustrações e, em alguns casos, a depressão.

Independente das simpatias, de quantas uvas foram comidas e quantos caroços guardados na carteira, da cor da roupa utilizada, de quantas ondas puladas, do início ou continuidade de um ciclo, há um fato que não pode ser negado. Dois mil e doze está apenas começando. E você, o que espera de 2012?

O que você espera de 2012

“Espero que a pesca melhore em 2012. Está muito devagar. Tem pouco peixe no mar e a gente precisa passar mais tempo procurando e ir cada vez mais longe. Parece que os peixes estão desaparecendo. Isso pode ser consequência da falta de preservação do meio ambiente. Os governantes deveriam se conscientizar e proteger os mares , a natureza. O canto do mangue está poluído e o pescado é a única fonte de renda de muita gente. É preciso preservar a natureza”.

Ivanildo Gouveia
pescador

“Eu queria que em 2012 os professores estivessem mais empenhados para nos ensinar. Além disso, que o Governo do Estado invista mais em segurança nas escolas, nos laboratórios de ciências, na reabertura da nossa biblioteca que está sendo comida por cupins e pelo mofo. Enfim, nossa escola precisa de uma reforma geral. Não podemos praticar esportes pois não temos estrutura adequada. É uma pena, pois o ambiente escolar deveria ser completo em tudo. Hoje, temos o mínimo em

nossa escola”.

Matheus Jules e Daniele Larisse
alunos da Escola Estadual do Atheneu Norte-Rio-Grandense

“O nosso anseio é que 2012  seja um ano de paz e prosperidade. A gente enxerga o próximo ano como sendo de muitas oportunidades e mudanças de paradigmas. Planejamos muitas coisas para o próximo ano. O Governo Federal precisa investir mais

no turismo, na qualificação de pessoas e não concentrar os recursos somente nas obras com vistas à Copa do Mundo de 2014 e às

Olimpíadas de 2016. O Brasil é muito mais do que o país do futebol e não está sendo aproveitado como deveria”.

Carlos Eduardo Campos e Cíntia Campos
turistas paulistas

“Para 2012, eu buscarei desenvolver mais meus alunos com vistas às oportunidades da Copa do Mundo. Eu busco formar cidadãos mais críticos em relação à sociedade na qual estão inseridos. Eu sou uma educadora e não apenas uma professora. Minha perspectiva é contribuir com a formação dos alunos da melhor maneira possível. É importante, também, que eles tenham sede de conhecimento. Afinal de contas, o conhecimento é infinito. Desta forma, eles serão alunos mais bem preparados e melhores profissionais. Para isto, porém, é preciso que o Estado invista mais na área da Educação”.

Rozalie Cindy
professora da rede estadual de Educação

“Eu espero que muita coisa boa aconteça em 2012. Vou fazer uma pós-graduação em gestão ambiental, quero casar e ter filhos. Que os buracos da nossa cidade sejam tapados, que algum gestor faça alguma coisa pelo trânsito de Natal para dar mais fluidez e

que o próximo governante possa administrar melhor a Saúde da nossa cidade. Em relação ao meio ambiente, é preciso que as pessoas sejam mais conscientes e não poluam”.

Alânia Costa
recém-formada em Administração

“Meu desejo é que ocorram menos desastres ambientais em nosso país. Todo início de ano é marcado por desabamento de morros, mortes causadas pelas chuvas. Em 2012, pretendo constituir família, quero ter um filho. É muito caro educar uma criança hoje em dia, por isso pretendo ter só um. Quero fazer do meu local de trabalho o melhor de todos e, quem sabe, um dia me tornar gerente de uma grande rede de lojas. Além disso, quero fazer pós-graduação em logística”.

Larissa Silveira
gerente de um posto de combustíveis

“Para 2012, eu pretendo reformar meu barraco para dar mais espaço para meus filhos. Eles estão crescendo e a casa está pequena. Eu não tenho expectativa que a gente recebe as casa de alvenaria prometidas pela prefeitura. Aqui na Ocupação Anatália, não tem água encanada, não tem sistema de transporte público eficiente, não tem posto de saúde, não temos como vacinar nossos filhos. Além disso, o lixo se espalha pelo terreno pois a coleta ocorre a cada 15 dias. Era isso o que eu queria mudar, para dar uma vida melhor aos meus filhos. A nossa realidade é cruel”.

David Maciel e Roseana Pessoa
moradores da Ocupação Anatália de Souza Alves, no Guarapes

“Eu queria ganhar uma bicicleta no próximo ano. Ainda material escolar para quando começarem minhas aulas. Para minha família e meus  amigos, eu quero muita saúde, alegrias e paz”.

Alícia Bune
estudante

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