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Antonio Carlos Servo: “Acreditamos numa economia mais pujante”

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Com a maior carteira de clientes entre as instituições bancárias públicas e privadas com atuação no Rio Grande do Norte, o Banco do Brasil irá focar, ao longo de 2019, na qualidade da prestação do atendimento aos mais de 1,2 milhões de correntistas espalhados pelo Estado. Com ampliação do foco no financiamento de imóveis e linhas específicas para o crédito rural, a instituição quer contribuir ainda mais para o desenvolvimento da economia local.
Antonio Carlos Servo, superintendente do Banco do Brasil no Rio Grande do Norte
Antonio Carlos Servo, superintendente do Banco do Brasil no Rio Grande do Norte

Na entrevista a seguir, sem focar em números específicos em decorrência do período de silêncio ao mercado, o superintendente do Banco do Brasil no Rio Grande do Norte faz um breve relato dos aspectos mais importantes relativos ao banco e a clientela no Estado, à relação com o Governo do Estado (com o qual mantém convênio para gestão das  contas desde 1997) e destaca o comportamento da inadimplência, além de explicar a logística para antecipação dos royalties pleiteada pelo Governo do Estado.

Qual a expectativa para os números globais de 2018?
O Banco ainda está consolidando esses números e deverá anunciar, em termos de resultados para o mercado, agora no mês de fevereiro. Mas para nós, aqui no Rio Grande do Norte, foi um ano em que a gente se concentrou muito em atender a demanda do Estado no aspecto do crédito, no aspecto do atendimento das necessidades bancárias. Nós terminamos o ano com cerca de 1,2 milhão clientes (pessoa física) e mais de 44 mil clientes (pessoa jurídica) atendidos por estruturas especializadas que a gente foi consolidando no decorrer do ano. Isso significa que hoje nós temos no Rio Grande do Norte tanto agências tradicionais de varejo que a gente chama que atende clientes pessoa física, pessoa jurídica, agronegócio, servidores e tudo mais. Como também temos agências específicas para atendimento de pessoas físicas de uma faixa salarial de renda, de investimento em outros níveis, só para atendimento de pessoas jurídicas, especializada em setor público tanto na praça de Mossoró quanto de Natal. Essas duas praças que a gente chama de praças digitais. Nessas praças, nós conseguimos evoluir com um atendimento muito especializado. No agronegócio, posso dizer que tivemos um desembolso de mais de R$ 70 milhões e muito desse valor destinado à agricultura familiar. São valores que a gente se orgulha de ter atuado. São números, claro, que a gente quer aumentar. Mas, o Banco continua com a vocação de ser o banco do agronegócio, o banco da pessoa física, o banco da micro e pequena empresa.

Como é administrar uma carteira de clientes tão ampla, quais são os desafios?
O próprio movimento da economia. Se nós queremos crescer na carteira do agronegócio, nós temos que achar nichos específicos para investirmos mais no agronegócio. O secretário de Estado da Agricultura, que se reuniu conosco recentemente, e ele mesmo alinhou algumas ações envolvendo agropecuária, fruticultura, carcinicultura, onde a gente vai tentar trabalhar com o Estado apoiando as regiões específicas onde se concentram esses negócios. Na micro e pequena empresa, por exemplo, nós estamos num grande esforço de abrir novas contas, de trazer clientes que não estão com a gente ainda e os que estão com a gente, evoluir. Num investimento para o empresário, seja na prestação de serviços, seja na indústria, seja no comércio. Que o projeto dele, a gente possa financiar. Então, com o movimento da economia, a gente quer crescer junto. Só que realmente nós acreditamos que em 2019 nós teremos uma economia mais punjante, mais forte, mais robusta, mais animada com o PIB com crescimento positivo e isso deverá repercutir para todos, seja na indústria, comércio ou serviços. Nós estaremos juntos dos nossos clientes para apoiá-los nesse trabalho.

Em relação à inadimplência, como ela se comporta no Estado?
A inadimplência está controlada. A gente trabalhou 2018 trazendo para o nosso cliente muitas possibilidades dele fazer renegociação via APP, via internet, comparecendo às agências ou até mesmo por meio de contatos de empresas terceirizadas que fazem esses trabalhos para a gente. Nós mantivemos a inflação sob controle e continuamos ainda em aberto. Nós pegamos alguns casos específicos no agronegócio que teve impacto com a seca. Foram feitas muitas prorrogações com esses agricultores que estão em dificuldade. Com a pecuária nós tivemos um trabalho que foi feito em 2018 e vamos continuar em 2019. Todo cliente nosso que sentiu impacto de alguma dificuldade, ele tem um lastro muito grande de possibilidades de renegociar e criar uma condição de maior longevidade numa parcela menor que caiba dentro do orçamento. Mas tanto na parte da pessoa física e jurídica, além do agronegócio, a gente tem total condição de atender esses que tenham alguma dificuldade. Hoje, a inadimplência está sob total controle e a gente entende que ela é administrável.

O banco irá trabalhar de alguma forma diferenciada no financiamento imobiliário?
Nós estamos preparados para continuar fazendo o financiamento do crédito imobiliário e continuamos com o mesmo apetite. Só que o nosso atendimento é muito voltado para a visão da necessidade do cliente. A nossa lógica é de satisfação completa e atendimento integral. O crédito imobiliário entra como um desses quesitos. Nós enxergamos que vamos continuar financiando, temos interesse, mas vai depender muito do comportamento do mercado dos nossos clientes. A gente acredita que vai ter um aquecimento dessa demanda e a gente continua com apetite para fazer esse financiamento. Mas vai se voltar muito para o movimento que vai acontecer na economia nesse sentido.

Nos municípios que perderam agências do BB, há possibilidade de reabertura?
Hoje, a gente considera que está presente em 98% dos municípios de alguma forma. Ou seja por uma agência, por um posto de atendimento, por um correspondente bancário, por uma agência dos Correios, varia muito conforme o perfil dos municípios. Realmente, nós fomos muito impactados por uma violência aqui e em alguns estados vizinhos no tocante à ação de criminosos. O que a gente tem de dificuldade, às vezes, para retomar uma obra e retomar um ponto de atendimento? È o tempo de reconstrução dele. Nós não temos, para 2019, projetos de expansão de novos pontos. Pontos que foram sinistrados nós estamos trabalhando a reconstrução ou restruturação deles. E, às vezes, o tempo de resposta é muito mais o tempo da obra ou até da condução. Nós estamos sujeitos à Lei das Licitações e tem todo um processo de contratação. Mas nós não teremos aberturas de novos pontos e estamos atuando naqueles que foram sinistrados para reconduzi-los para retomarmos e colocarmos novamente em atividade. O tempo vai variar muito de obra para obra.

E o relacionamento do Banco do Brasil com o Governo do Estado, como está, diante dos problemas relacionados aos consignados e gestão da folha de pessoal?
Primeiro, a gente tem a satisfação de dizer que o Banco do Brasil e o Governo do Rio Grande do Norte são parceiros em termos de governos estaduais, mais antigos. Nós estamos nessa parceira desde 1997. Eu estive reunido com a governadora Fátima Bezerra, que foi para Brasília junto com secretários e fez uma reunião na nossa diretoria de governo e estão discutindo a operação dos royalties, estão discutindo também a questão da retomada dos consignados e outras ações que o Banco poderia atuar para apoiar o Governo do Estado nessa nova gestão e nesse momento que precisa de um apoio maior para colocar as finanças do Estado em dia e os salários dos servidores também em dia. As conversas com Brasília tem-se demonstrado positivas nesse sentido do encaminhamento dessa operação e na possibilidade da gente encontrar uma alternativa para retomar os consignados para os servidores quanto outras ações. Eu cito como exemplo um trabalho que o Banco tem de arrecadação da dívida ativa, que é uma ação que poderia ajudar o caixa do Estado, outra é facilitação de alguns serviços de agendamento de arrecadação. Outra ação é a questão da gestão do Instituto de Previdência. São soluções que a nossa área de governo que poderia ajudar a governadora Fátima Bezerra nesse desafio que ela está se lançando. Agora, o andamento da operação (royalties) e retomada dos consignados vai depender muito dessas conversas e das alternativas que estão sendo construídas. O banco se posiciona como alguém que quer estar ao lado do governo para ajudar a gestão nessa virada de chave, nessa retomada.

O senhor falou em gestão do Instituto de Previdência. Seria uma terceirização, o IPERN passaria a ser administrado pelo Banco do Brasil?
Não, não. Quando me refiro à gestão do Instituto de Previdência, é uma forma de apoiar o governo, por exemplo, com cálculos e ferramentas de gestão. O banco pode trabalhar junto com o Instituto de Previdência dando uma consultoria específica sobre ferramentas de gestão tanto de aplicação quanto de pagamento, do cálculo atuarial quanto projeção de fundos. O banco atua mais no viés de gestão financeira. É nesse sentido que estamos discutindo formas da gente atuar. A governadora vai dar o tom de como o Instituto funcione.

Como funciona a questão de antecipação dos royalties?
Os royalties tem um fluxo de caixa, de entrada que tem uma legislação que permite a antecipação desse fluxo. É como se fosse uma empresa que tivesse uma expectativa de recebimento todo mês de um valor de uma cobrança, por exemplo. Aí você vai lá no banco e diz que gostaria de antecipar esse fluxo. A grande questão é que os royalties não são um fluxo certo de valor. Se costuma fazer projeções de quanto seria o valor que o Estado teria a receber por tal período considerando várias situações, tanto o desempenho da efetiva produção de petróleo quanto da cotação do barril, quanto da cotação do dólar. Por isso, não é uma operação simples. É o que a gente chama de operação estruturada, que exige muitos cálculos. Trabalha com um fluxo futuro, de entrada, sobre os quais tem influência de várias coisas e não é só influência de questões nacionais, mas também de internacionais. Por ser uma operação estruturada, ela não é negociada no âmbito do nosso Estado, mas pela nossa presidência. É uma operação que exige mais detalhamento e ela é customizada caso a caso.

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