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Apertando os parafusos da história

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Filho de ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o baterista João Barone, dos Paralamas do Sucesso, passou de curioso a especialista em Segunda Guerra Mundial, sobretudo quanto a participação brasileira no conflito. O músico possui veículos militares originais da época e seu interesse pelo tema acabou virando livros e filmes. Em 2006 lançou o documentário “Um brasileiro no Dia D”, com imagens gravadas durante as comemorações de 60 anos do chamado Dia D na Normandia (França). Suas pesquisas também embasaram a publicação de “A minha Segunda Guerra” (Panda Books) em 2008.
O músico João Barone visita a antiga Rampa, no rio Potengi, a convite do pesquisador Fred Nicolau
Em maio deste ano Barone apresentou “1942: o Brasil e sua guerra quase desconhecida” (Nova Fronteira, 288 páginas), onde lança foco sobre a participação dos pracinhas da FEB na guerra e costura o contexto histórico com citações, inclusive, sobre a importância estratégica de Natal como base área dos Aliados.

#saibamais#A reportagem do VIVER entrevistou o baterista com exclusividade durante coletiva de lançamento do projeto Banco do Brasil Cover, no Rio de Janeiro, do qual João Barone participa ao lado de Liminha, Dado Villa-Lobos, Toni Platão e Leoni de um tributo aos Beatles – show que passará por Natal no dia 29 de setembro. Antes, porém, o músico promove noite de autógrafos na capital potiguar dia 5 de setembro.

Natal tem muito a ver com a 2ª Guerra Mundial. Qual sua relação com a cidade no tocante a esse assunto?

Sempre que passo por Natal encontro com o pessoal da Fundação Rampa, o Fred (Nicolau) e o historiador e pesquisador Rostand Medeiros, que é gente finíssima. Tem um ex-combatente também, o Capitão Souza, que ouviu falar do meu pai (João Lavor Reis e Silva, falecido em 2000 aos 83 anos). Estou sempre emprestando um pouco do meu tempo para a causa da restauração da Rampa.

Como Natal entra no seu livro?

Falo muito sobre o que significou Natal dentro do contexto da guerra, a criação da base norte-americana e como a cidade foi um ponto estratégico importante para a geopolítica mundial da época. Faço parte do grupo que se esforça para preservar o sítio histórico da Rampa, onde aconteceu aquele encontro histórico entre Vargas e Roosevelt. Tenho visto avanços nesse sentido (da preservação) e estamos chegando a algum lugar. A Rampa merece ser devidamente valorizada como pólo de turismo e história. 

Como surgiu esse interesse pela 2ª Guerra?
Meu pai era pracinha da FEB,  não era militar mas foi para a guerra, e convivi muito com esse assunto em casa. Comecei a me interessar como uma coisa paralela a música. Além do segundo livro também estou indo para meu segundo documentário, com previsão de lançamento agora no segundo semestre. Fui para a Itália filmar onde os brasileiros lutaram. Temos muito o que aprender com o que aconteceu há 70 anos, ajuda a explicar o Brasil nos tempos atuais.

Do que esse seu segundo livro trata?

Vai além do primeiro, onde dou um depoimento mais pessoal sobre o tema. Espero ajudar a contar um pouco dessa história e tento derrubar alguns mitos sobre a participação do Brasil. É um livro abrangente, introdutório, mostra como o Brasil era naqueles tempos: falo do regime Vargas, dos sambas, do esforço do país para enviar uma força militar para lutar na Europa. São passagens da nossa história que merecem ser contadas. Acho que o Brasil tem um monte de parafusos frouxos e escolhi esse para apertar.

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