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Após seca, Lagoa do Jiqui transborda

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Rafael Barbosa – Repórter

As chuvas dos últimos dias aliviaram os efeitos da estiagem nas duas maiores lagoas de abastecimento da região Metropolitana de Natal. Ontem, somente na capital, choveu 85,1 milímetros. A Lagoa do Jiqui, responsável pelo abastecimento de bairros das zonas Sul e Leste, atingiu o nível de 2,55m e chegou a transbordar na manhã dessa quarta-feira. Em Extremoz, no reservatório responsável por abastecer 70%  da zona Norte da capital, a situação também mudou.
Lagoa do Jiqui transbordava na manhã desta quarta-feira. O nível de água acumulada chegou a 2,55 metros na régua de marcação
A lagoa chegou a apresentar o nível mais baixo já atingido desde que passou a ser monitorada. Isso foi no mês de abril passado, quando chegou a 48,55% da capacidade. Após a última medição realizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente Recursos Hídricos (Semarh) no último domingo, o nível atingiu 51,01%, correspondente a 5.621.209 m³ de água.

Na lagoa do Jiqui, o ponto mais crítico atingido esse ano também foi em abril, quando, no dia 20, a régua de marcação do reservatório apontou 1,20m. A Semarh já havia adiantado que é remota a possibilidade racionamento na Grande Natal, em virtude da chegada do inverno. A informação vem se confirmando com as previsões pluviométricas da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).

O meteorologista Gilmar Bristot, da Emparn, confirmou que os índices apontam para chuva em Natal nos próximos dias, mesmo com o aparecimento do sol durante todo o dia de ontem. Bristot explicou que é normal a mudança repentina, visto que a cidade está mais próxima do céu, porém as precipitações devem voltar esta semana. A previsão se estende para algumas áreas do interior do Estado, nas regiões de vale e de relevo, como no Alto Oeste e no Vale do Açu.
A lagoa mais problemática é a do Loteamento Nova República, com ligações clandestinas de esgoto
Isso coloca em alerta também a Defesa Civil, que monitora as áreas de risco e as lagoas de captação de água. Jeoás  Santos, diretor do Departamento de Defesa Civil da Semdes, confirmou que as 60 lagoas de infiltração de Natal foram visitados para a realização de um levantamento dos problemas que existem nesses locais.
Lagoa de Extremoz: ontem, o nível de água estava em 51,01% da capacidade do reservatório
Ele confirmou que a grande maioria das lagoas está assoreada, há impermeabilização do solo, muito lixo, danos no cercamento e defeitos na iluminação, além de ligações clandestinas de esgoto. Jeoás Santos afirmou que a lagoa que apresenta mais problemas é a que fica localizada no loteamento Nova República, na zona Norte. “São muitas ligações clandestinas de esgoto”, corroborou.
Jeoás Santos confirma que maioria das lagoas está assoreada
O diretor da Defesa Civil garantiu que todas as pessoas que fizeram as ligações foram notificadas para que construam fossas sépticas e interrompam o despejo de esgoto. “Caso isso não seja feito, infelizmente, precisaremos multar e forçar a interrupção”, detalhou.

Quanto ao cercado danificado, à falta de iluminação, à impermeabilização e ao assoreamento, Jeoás Santos também garantiu que a Secretaria de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi) já está em processo licitatório para a contratação de empresas que realizem esses serviços de reparo. Também é de incumbência da Semopi a limpeza das bocas de lobo, e a pasta contratou dois carros que estão trabalhando nesse sentido. “A limpeza das lagoas, em si, é de responsabilidade da Urbana, que disponibiliza profissionais para este fim”, afirmou Santos.

Defesa Civil garante que monitora as 74 áreas de risco

As 74 áreas de risco de Natal estão sendo monitoradas pela Defesa Civil constantemente, segundo garantiu o diretor do órgão. Os olhos estão voltados principalmente para as comunidades do Maruim, África e Jacó, e para os bairros de Mãe Luiza, Guarapes e Nova Cidade. Segundo Jeoás Santos, esses são os locais em que mais há possibilidade de desmoronamentos e inundações, em casos de chuvas fortes.

“Monitoramos constantemente todas as áreas e não tivemos  qualquer ocorrência em virtude das últimas chuvas”, declarou.
Os pontos de alagamento também são monitorados. Jeoás Santos confirmou que são 122 lugares, que foram levantados a partir de um estudo feito pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). “Ontem [terça-feira] – registramos um número inferior a este”, afirmou Jeoás. Ele não soube precisar quantos pontos foram identificados nesta última chuva.

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