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Após sequência de 14 tremores, Pedra Preta está em alerta

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Felipe Galdino – repórter

A ocorrência de 14 tremores de terra entre a noite da última quinta-feira e a manhã de ontem já é considerada a atividade sísmica mais intensa da história na área de Pedra Preta,  cidade localizada a 115 quilômetros de Natal. A população e autoridades estão em alerta. A Defesa Civil Estadual fez uma visita à cidade para tranqüilizar os cerca de 2.600 habitantes. A recomendação é “dormir com as portas destrancadas, colocar colchões nas calçadas ou ao menor sinal de tremor sair de casa”.

As causas para o aumento da atividade sísmica na região, que já teria chegado a mais de 180 registros na última semana, ainda não são conhecidas. Segundo os pesquisadores do Laboratório de Sismologia da UFRN, historicamente a área é palco de tremores, por estar sobre uma falha geológica, mas não há como garantir qual a causa para o crescimento do número de eventos. Por isso, o monitoramento vem sendo constante.
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#SAIBAMAIS#Os tremores já registrados são considerados de baixa magnitude. O mais intenso chegou a 3.5 na escala Richter, segundo registro do LabSis. Na escala Richter – uma das unidades usadas para medir a atividade sísmica – tremores entre 2 e  4,9 graus são discritos como de baixa intensidade.

De qualquer modo,  os “ligeiros e leves” tremores de terra em Pedra Preta despertam muito medo na população. “Apavorados” é o termo mais ouvido quando se pergunta aos moradores da cidade que descrevam como estão se sentindo diante da situação. Durante a visita de ontem, a Defesa Civil procurou tranqüilizar e orientar a população.

O coordenador estadual de Defesa Civil, tenente-coronel Josenildo Acioli, esteve na cidade para conversar com o prefeito Luiz Antônio Bandeira de Souza e com a população. “Viemos tratar desses abalos, tranquilizar as autoridades e a população. De antemão, a recomendação que fazemos é: ao sentir o abalo, sair de casa”, afirmou Acioli.

Em reunião com o prefeito,  ele explicou que já solicitou ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) a visita de um engenheiro à região. A Defesa Civil também fez a mesma solicitação à Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN). A Secretaria de Trabalho e Assistência Social também foi alertada sobre a possível necessidade de auxílio, caso alguma família fique desabrigada.

O único problema, de acordo com Acioli, é que não dá para prever a seqüência de tremores, a intensidade e antecipar os possíveis perigos e danos. “O problema é a sucessão de abalos. Não dá pra dizer se virá um maior. Mas repito: temos aqui uma equipe de resposta pronta para qualquer eventualidade”. Após a reunião e uma rodada de palestras, a população ficou mais tranqüila, mas todos lembravam dos momentos de tensão da noite anterior e da madrugada.

O próprio prefeito Luiz Antônio Bandeira de Souza tentava passar calma aos moradores, mas não conseguia esconder a própria aflição. Segundo ele, até ontem pela manhã as únicas orientações tinham vindo da equipe de geólogos da UFRN.

“O pessoal da UFRN nos passou algumas orientações, mas o que sabemos mais é o que vimos na televisão, nas entrevistas. E o que passamos à população: evacuar as casas”, relatou o prefeito horas antes da Defesa Civil chagar à cidade. Luiz Antônio reclamava que desde janeiro já se preocupava com os tremores e a situação das edificações da cidade, segundo ele, muito antigas e já com falhas estruturais. Ele mandou um ofício ao Crea e ao Corpo de Bombeiros. O primeiro órgão afirmou que só poderia mandar equipe em situações envolvendo estruturas de combate e proteção a incêndio e controle de pânico.

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