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Área da CBTU seria opção para escoar a produção

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Marcelo Hollanda – repórter

Abrir a área de propriedade da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), na Ribeira, para passagem de caminhões, é a a única alternativa encontrada pelos empresários para escoar a produção do Terminal Pesqueiro de Natal, cuja inauguração é prevista para abril. A solução seria alternativa enquanto não é construído o viaduto necessário à movimentação de mercadorias.

Calzavara: setor amarga altos custos sem o empreendimentoAs operações do novo terminal dependem de um viaduto ligando o empreendimento à Pedra do Rosário por onde os caminhões carregados de pescados passariam. Mas, faltando menos de dois meses para sua inauguração, o viaduto ainda não saiu do papel.

“A falta desse viaduto terá um impacto fundamental sobre as operações do novo terminal”, avaliou ontem Gabriel Calzavara, diretor presidente do Atlântico Tuna, o armador que arrendou recentemente 16 embarcações japonesas para a pesca oceânica de atum.

Agora, na avaliação dos empresários, o jeito seria buscar um entendimento com a CBTU para  franquear temporariamente  sua área operacional na Ribeira para a passagem dos caminhões que quisessem acessar ou deixar o terminal.

“É uma ótima alterativa enquanto o viaduto não fosse construído, mas que teria  de incluir também a Prefeitura de Natal, já que seria preciso revitalizar o piso esburacado das ruas Chile e Tavares de Lira”, comentou ontem o ex-secretário adjunto de pesca do estado, Antônio-Alberto Cortez.

Arimar França Filho, diretor da Produmar, empresa que atua no segmento do peixe, camarão e lagosta há 40 anos, diz que além de usar temporariamente área de propriedade da CBTU para fazer o escoamento de pescados enquanto o viaduto não fosse construído, uma boa medida também seria transformar a rua Chile em via única, revitalizando todo o pavimento da área.

Erly Bastos, superintendente da CBTU no RN, recupera-se de uma cirurgia e não foi localizado para comentar o assunto. Mas ontem, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do RN (Sintfern), Marcos Viana, considerou inviável a proposta dos empresários. “Já tivemos muitos problemas com a empresa que constrói o Terminal Pesqueiro por causa do transito de caminhões pela área da CBTU”, afirmou Viana.

Segundo ele, o terreno de cerca de 70 metros quadrados considerado pelos empresários abriga um prédio usado pelo RH da companhia, auditório, um pequeno museu ferroviário e dois trilhos por onde passam eventualmente composições, um deles desativado.

“Já nos queixamos junto à direção da CBTU, no Rio, sobre os transtornos causados pelos caminhões da construtora responsável pelas obras do Terminal Pesqueiro, que levantam muita poeira e são risco constante de acidentes”, acrescentou Viana.

Fontes que se dispuseram a falar à TRIBUNA sobre a não construção do viaduto para o escoamento do peixe do Terminal Pesqueiro atribuíram ao “orgão ambiental” toda a responsabilidade pelo empreendimento não ter ainda saído do papel.

“Estava tudo equacionado desde 2006, mas o órgão ambiental obrigou a empresa responsável pela obra a retirar areia a 40 km de distância, onerando o orçamento e atrasando tudo”, disse ontem uma fonte que acompanhou de perto o assunto.

À TRIBUNA, o secretário adjunto  de Agricultura, da Pecuária e da Pesca, José Simplício, afirmou que o empreendimento do Terminal Pesqueiro só poderá operar quando a área do entorno estiver concluída. Uma vez que existem prédios históricos no acesso ao terminal há risco de danos ao patrimônio histórico.

Empresários lamentam atraso no projeto

Os empresários de grandes companhias pesqueiras lamentaram ontem mais esse atraso no funcionamento do Terminal pesqueiro de Natal. Gabriel Calzavara, diretor presidente da  Atlântico Tuna, disse que até hoje se faz no Rio grande do Norte pesca oceânica com estrutura de pesca costeira. E lamentou que, depois de tantos problemas e necessidades, um setor tão importante da economia tenha que continuar amargando altos custos operacionais ocasionados pela falta de um terminal pesqueiro.

Só as 16 embarcações arrendadas pela Atlantic Tuna dos Japão, com seus espinheis de 150 metros de extensão, terão uma produção prevista de 8 mil toneladas/ano.

Arimar Filho, diretor da Produmar, com uma produção de 300 toneladas/mês de peixe, camarão e lagosta, também lamentou os problemas do Terminal Pesqueiro.

“Embora já tenhamos nosso próprio  terminal, a falta de uma estrutura como a que está em vias de ser concluída atrasa a vinda de novos barcos e de uma estrutura mais compatível com as necessidades do mercado”, analisou.

  Com orçamento de R$ 37 milhões, o terminal Pesqueiro começou a ser construído em 2009 ás margens do Rio Potengi, na Ribeira, defronte a uma área do Patrimônio da União. A expectativa do setor pesqueiro é gerar com o novo Terminal 9 mil empregos e que até cinco embarcações de 30 metros possam atracar ali simultaneamente.

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