A decisão do governo argentino de Cristina Kirchner, anunciada nesta manhã, de liberar a compra de dólares, a partir de segunda-feira, será somente para pessoas físicas e vai depender da renda declarada à Administração Federação de Rendas Públicas (AFIP), equivalente à Receita Federal brasileira. “Decidimos autorizar a compra de dólar para poupar para pessoas físicas de acordo com o fluxo de rendas declaradas”, esclareceu o ministro de Economia, Axel Kicillof.
Segundo ele, esta decisão “está no marco da política cambial de flutuação administrada e o governo considera que o preço da divisa alcançou um nível de convergência aceitável para os objetivos da política econômica”. Além de amenizar as restrições para a compra de divisas destinadas à poupança, a alíquota de 35% para saques de divisas com cartões no exterior será reduzida para 20%.
Ontem, o peso argentino sofreu uma desvalorização de 8,5% em relação à moeda norte-americana. O câmbio oficial, operado pelos bancos e onde a autoridade monetária intervém, fechou com uma cotação de 7,75 pesos por dólar. Nas casas de câmbio autorizadas pelo governo, a moeda subiu 12,42%, ficando em 7,96 (compra) e 8,010 (venda). No mercado paralelo, aumentou 7,49%, a 13,010 (compra) e 13,06 (venda).
Para o ex-presidente do Banco Central Aldo Pignanelli, o anúncio desta manhã, feito por um ministro e não pelo Banco Central, é uma mostra do tamanho da improvisação do governo. “Neste tipo de assunto, primeiro tem que ter um comunicado da autoridade monetária contendo instruções para bancos e casas de câmbio”, criticou.