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Arrecadação do IPI será maior com refrigerantes

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ATO - Parceria é feita com institutos de verificação de conformidade e secretariasSão Paulo – A instalação de medidores de vazão nas indústrias de refrigerantes  deve resultar em um aumento maior de arrecadação de IPI do que foi obtido com  as cervejas. Isto tende a acontecer porque o mercado é menos concentrado e composto  por um grupo maior de empresas. Se no caso das cervejas três companhias respondem  por aproximadamente 90% dos volumes comercializados, em refrigerantes duas detêm  cerca de 75%, a Coca-Cola e a AmBev. Ou seja, perto de 3,1 bilhões de litros  ou 25% do mercado está nas mãos de diversas empresas. 

Contudo, é difícil projetar o tamanho desses ganhos porque o número total de  fabricantes de refrigerantes é incerto. No início da década, o setor chegou  a contabilizar entre 700 e 800 empresas, mas em razão da crise econômica e da  união da Brahma com a Antarctica, este número caiu. A Associação dos Fabricantes  de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), entidade que reúne apenas as 100% nacionais,  calcula que sejam aproximadamente 250 participantes. Já a Associação Brasileira  de Refrigerantes (Abir), a qual inclui AmBev e Coca-Cola, fala em 450. 

Nas cervejarias, a instalação dos medidores começou a ser exigida em janeiro  de 2005 e ao final do ano a arrecadação, somente com o IPI, tinha crescido 15%.  A diferença representou R$ 232 milhões a mais aos cofres públicos, pois as contribuições  em 2004 foram de R$ 1,557 bilhão e, em 2005, de R$ 1,789 bilhão. No mesmo período,  o mercado como um todo cresceu perto de 9%, para 9,3 bilhões de litros, ou seja,  os ganhos superaram o crescimento da produção da bebida no Brasil. Em 2005,  o IPI dos refrigerantes totalizou R$ 85 milhões e a Receita Federal, justamente  por causa deste perfil incerto do setor, não tem estimativa de quanto pode crescer.  As alíquotas do IPI de cerveja são no mínimo 44% maiores que as de refrigerantes,  dependendo da embalagem. 

O coordenador geral de fiscalização substituto da Receita, Flávio Antonio Araújo,  destacou que, se por um lado o aumento de arrecadação tende a ser maior que  de cervejas, por outro o processo de adequação das indústrias deve levar mais  tempo. Além de serem em maior número, as fábricas estão espalhadas em diversas  regiões do País, causando maior dificuldade logística.  No caso das cervejarias, por exemplo, ao longo de 2005 foram homologados 174  medidores de vazão em aproximadamente 57 fábricas. No caso dos refrigerantes,  devem ser mais medidores e indústrias, mesmo com a existência de cervejarias  que também envasam refrigerante na mesma linha de montagem e podem usar o mesmo  equipamento. Araújo calcula que os principais contribuintes – os mais representativos  em volumes — devem estar adequados até o final de 2007.

Após a instalação do  sistema medidor de vazão (SMV), as próprias empresas devem requisitar a homologação  da receita. O trabalho é feito em parceria com institutos de verificação de  conformidade e as secretarias de Fazenda dos Estados, que aferem a precisão  da máquina, a inviolabilidade, entre vários requisitos, em um processo que pode  demorar de 2 a 3 dias por linha. As fábricas e a receita montam um cronograma  para isso. Na seqüência, é publicado um ato declaratório.  Por meio dos equipamentos, a Receita Federal acompanha remotamente os volumes  de líquidos que são engarrafados.

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