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Arte potiguar na CasaCor

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Ramon Ribeiro
Repórter

Num passeio pela Casa Cor é fácil notar a abrangente presença de obras de arte. São pinturas abstratas, coloridas, monocromáticas, temáticas (poucas), esculturas, fotografias (a maioria). As peças são utilizadas a  partir do projeto dos arquitetos que assinam os 31 ambientes desta edição, que acontece no Aeroclube. Alguns as usam como protagonistas numa parede, outros, para dialogar visualmente com o mobiliário ou quebrar a linha de cores e texturas, tornando o espaço mais descontraído. Embora as obras de maior valor sejam de artistas nacionais e internacionais, do total de peças da mostra, a quantidade de trabalhos de potiguares é elevada e reforça o interesse do mercado pela arte local.

Série fotográfica de Max Pereira em destaque no home office

Série fotográfica de Max Pereira em destaque no home office

#SAIBAMAIS#“A arquitetura potiguar sempre esteve aberta para obras de artistas locais. Dorian Gray, Newton Navarro, são alguns que tiveram presença marcante em projetos de decoração, mas há muitos outros”, comenta o arquiteto César Revoredo, que ao lado de Luciano Almeida comanda a franquia local da Casa Cor. “O nosso sotaque está bem representado nos projetos. As obras potiguares ganham destaque assim como peças de artistas de peso do Brasil e do Exterior”.

Dentre os potiguares com obras na mostra estão Max Pereira, Ítalo Trindade, Flávio Freitas, Giovanni Sérgio, Oswaldo Oliveira, Demétrius Coelho, Canidé Soares, Masori, Rodrigo Gurgel, Ubarana Júnior e o consagrado Abraham Palatnik, com suas pequenas esculturas de animais feitas em resina, itens que se tornaram raridades.

Das obras, o que se sobressai são as fotografias, protagonistas deste ano. Apesar do volume, algumas parecem registros genéricos de praias e do mar e não acrescentam tanta personalidade aos espaços em que estão inseridas. O campeão de fotografias na Casa Cor é o artista Rodrigo Gurgel, que também é arquiteto. Suas obras ocupam a cozinha, o quarta do rapaz e a suíte da filha.

Apesar da presença marcante das obras locais, a variedade de artistas e a representatividade de estilos deixa a desejar. Poucos são os trabalhos figurativos. A arte urbana, por exemplo, tão em alta entre os adultos jovens, não aparece na mostra. A pintura naif também ficou de fora. Dentre as esculturas, os objetos de tradição popular, são raros.

A Casa Cor é um espaço onde o público tem a oportunidade de entrar em contato com a arte num contexto de dia a dia, com a peça compondo um ambiente residencial ou de escritório. No entanto, na maior parte dos espaços as obras – até mesmo os móveis – não contam com material de identificação. Informações sobre o autor ou se a peça está à venda.

Fotografia
Com uma série de três fotografias no home office projetado por Nadiedja Melo, o artista Max Pereira participa pela primeira vez da Casa Cor. Sua série é uma releitura do acervo de ex votos do colecionador Antônio Marques. Segundo o artista, seu trabalho foi sugerido a arquiteta por meio de uma cliente que viu suas fotografias numa feira de publicações artísticas em São Paulo – Max atua com fotografia publicadas em fotozines e roda o Brasil em feiras de publicações.

Para o artista, a fotografia é a bola da vez no mercado de arte internacional. “Existem fotografias que são arrematadas em leilões por preços até maiores que as pinturas”, diz o potiguar, que também desenvolve trabalhos de intervenção no espaço urbano. “Eu gosto muito de arte de rua pelo alcance que ela tem. Numa cidade tão carente de espaços expositivos e eventos de artes visuais, ter trabalhos na rua é um colírio”.

Segundo César Revoredo, que já teve galeria e é um dos artistas com peças na mostra, o interesse por obras na composição de ambientes é algo de duas vias, pode tanto partir dos clientes, quanto dos arquitetos. “As obras deixam nossa vida mais bela, fazem referência ao que somos. Nem sempre elas se firmam pelo seu valor intrínseco de arte”, conta. Ele também lembra do fator de investimento. “As obras de arte não se valem apenas como item de decoração. Uma pintura também tem o seu valor de investimento, que o arquiteto pode auxiliar nisso”.

Nem todas as obras presentes na mostra estão disponíveis para venda. Algumas fazem parte de acervos pessoais. A de valor mais elevado é uma escultura de parede do artista polonês radicado no Brasil, Frans Krajcberg, avaliada em R$ 1 milhão – o que daria para bancar com sobras a recuperação do prédio do Aeroclube para a Casa Cor, orçado em R$ 700 mil.

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