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Artes visuais do RN perdem Ivo Maia

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A cena potiguar de artes visuais se despediu de Ivo Maia. O pintor faleceu no último domingo por complicações do Covid-19. Segundo a família e amigos, ele passou os últimos quinze dias hospitalizado, desde que sentiu os primeiros sinais da doença; três dias antes do falecimento sofreu uma parada cardíaca, o que agravou a situação. Ivo era paraibano de Catolé do Rocha, mas fez sua base e vivência em Ceará-Mirim. Foram 34 anos dedicados à pintura.
Ivo Maia era conhecido por seu estilo característico de pintura
Ivo Maia era conhecido por seu característico estilo de pintura. Ele equilibrava muitas cores de forma simétrica, fazendo o acabamento com as próprias unhas. Afirmava que na construção de suas obras observava o sentido da natureza, dos ruídos, e das paisagens. A simetria entre os hemisférios da tela trazia a sensação de fotocópia. O colorido é de qualquer cultura oriental que acredite na vibração das tonalidades.
A série de mandalas que Ivo produziu já era conhecida nas galerias de arte da cidade e também nas calçadas que lhes serviam de expositores e às vezes até de atelier. Era comum vê-lo expondo seus trabalhos no Beco das Cores, espaço aberto no camelódromo da Cidade Alta. Em 2007 lançou a elogiada exposição “Mundo Ignoto”, onde buscou as abstrações saídas de um “mundo ignorado”, existente apenas no plano das sensações sobre a natureza e o meio ambiente.
O artista participou de 183 exposições, das quais 120 coletivas e 63 individuais. Lugares como Estocolmo, Suécia, Portugal e Chile têm telas assinadas por ele. Ivo Maia cursou o magistério e é técnico de administração e operador de raio-x, mas largou as profissões para se dedicar às telas.O pintor paraibano se mudou para o Rio Grande do Norte em 1987. Estabelecido em em Ceará-Mirim, também militava culturalmente pela cidade, e participava das atividades do movimento cultural Goto Seco. Ivo afirmava que arte não tem preço. “As pessoas adquirem, não compram”, dizia. “Não tenho interesse que sejam vendidos. É a minha imortalidade que está nos quadros e é por isso que faço com amor”, declarou.
A Fundação José Augusto emitiu nota de pesar sobre o falecimento do artista visual, poeta, ator e militante ambiental. “Natural de Catolé do Rocha- PB e radicado há muitos anos no município de Ceará-Mirim, desenvolveu sua arte com o olhar voltado para temas como a natureza e a espiritualidade. Reconhecido pelo talento, Ivo expôs seus trabalhos pelo Brasil e em países como Suécia, Portugal e Chile. Participou ativamente de eventos culturais da FJA como o Dia Nacional da Poesia. A direção da Fundação José Augusto expressa seu profundo pesar à família do artista.” (por Tádzio França)
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