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Artista retrata vendedor de geleia de coco em Currais Novos

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Vendedor de geleia de coco há 25 anos em Currais Novos, no Seridó potiguar, José Anderson, de 36 anos, estava na rua fazendo seu trabalho habitual quando alguém o alertou que ele tinha sido retratado numa obra em exposição. Surpreso, procurou a Casa de Cultura da cidade. Ao se deparar com a tela, vendo-se ali, o sorriso logo se abriu. José foi homenageado pelo artista curraisnovense Raphael Fernandes, de 34 anos, que tratou de pintar o principal vendedor do doce na cidade como forma de homenagear os ambulantes.

O pintor Raphael Fernandes e o homenageado, o ambulante José Anderson: presente especial


O pintor Raphael Fernandes e o homenageado, o ambulante José Anderson: presente especial

“Eu observo as coisas que sejam invisíveis para a sociedade. Fico observando pessoas,  fatores simples do cotidiano que para mim tem uma beleza. Sempre admirei o trabalho de Anderson,  sempre comprava [a geleia de coco], então tive a ideia de homenageá-lo”, conta o artista, que vive exclusivamente da arte há 10 anos. Ele também atua como tatuador.

Natural de Lajes, oeste potiguar, Anderson  chegou em Currais Novos aos cinco anos e começou a trabalhar com o doce popular do Nordeste aos nove, quando conheceu Alonso Paes Morais, que até os dias atuais lhe fornece a geleia de coco. Trabalhando todos os dias da semana, ele é conhecido na cidade por anunciar o produto no “gogó” logo após o horário do almoço.

“Fiquei surpreso, né? Me deparei com aquela pintura refletindo meu trabalho, achei interessante a atitude dele. Uma homenagem feita para todos os ambulantes, não só para mim, para o vendedor de picolé, de milho, está refletindo o trabalhador ambulante, né? Achei muito legal a atitude do artista.”, revelou.

A obra fazia parte de uma série de outras 14 pinturas que estavam expostas na Casa de Cultura. Intitulada “Balbúrdia Nossa de Cada Dia”, as artes contavam com temas que relatavam sobre educação, violência contra a mulher, preconceito racial, preconceito com pessoas LGBT, entre outros temas.

Na última quarta-feira (31), uma nova surpresa: a obra do artista foi adquirida por uma curraisnovense e foi entregue a Anderson, que ficou ainda mais feliz com o presente. “Já tá pendurada logo na parede aqui”, contou, relembrando a emoção ao receber a obra em sua casa, onde vive com sua esposa, Eliana, e o enteado, Alexandre.

“Acho super importante essa profissão de ambulante, já fui vendedor de rua, então achei que seria legal trazer essa visão para as pessoas que iriam admirar a exposição. Trazer a visão de pessoas que às vezes são esquecidas e invisíveis pela nossa sociedade”, conclui Raphael.

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