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Artistas se armam para o diálogo

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Sílvia Ribeiro Dantas – repórter

Com o intuito de unir diferentes segmentos artísticos e formar uma comissão capaz de ter força para negociar junto ao governo e prefeitura, artistas se reuniram no IFET da avenida Rio Branco, Cidade Alta, durante a manhã de ontem, no que foi chamado de 2º Encontro de Artistas Potiguares. Na ocasião, representantes do teatro, música, dança e artes circenses expuseram um pouco das dificuldades enfrentadas por eles e ouviram sugestões do que pode ser feito para modificar a situação.

Após o 2º Encontro de Artistas Potiguares, ontem no IFET, profissionais de várias áreas da cultura vão à luta em busca de seus direitosDe acordo com um dos organizadores do encontro, o ator, diretor da República das Artes, Lenilton Lima, é importante que diferentes segmentos se unam para ter mais força de negociação com o poder público. “Aqui também estamos discutindo políticas públicas, porque há muito tempo discutimos os problemas dos artistas locais, mas ainda desconhecemos muita coisa relacionada aos nossos direitos”, enfatiza.

Para Lenilton Lima, ações como essa são uma maneira encontrada pelos artistas potiguares para passarem a lutar em busca de melhorias no exercício da profissão. “É preciso que a gente deixe de se colocar como coitadinhos e se posicione, com a união dos mais diversos segmentos da arte”, afirma. Demonstrando a mesma opinião e ressaltando a importância em uma ação conjunta, o produtor do Poticanto, Nelson Rebouças, revela que esta é a primeira vez em que realizam uma reunião em que estão presentes representantes de diferentes formas de arte. Rebouças afirma que o Governo do Estado não trata os artistas potiguares com o mesmo respeito que os de outros locais, como a Bahia. “Como se justifica que o governo não tenha pouco mais de R$ 3 mil para pagar o Poticanto, mas traz músicos baianos para se apresentarem aqui durante o verão por um valor muito mais elevado”, questiona. Como exemplo do desrespeito, o produtor conta que a governadora Wilma de Faria fez um comentário infeliz relativo ao protesto realizado pelos artistas no Auto de Natal, pelo atraso no pagamento dos seus serviços. “A governadora lembrou o folclorista Câmara Cascudo e disse que artista não elege nem deselege ninguém”, lamenta Nelson Rebouças.

Movimentação

Está marcada para a noite de hoje uma reunião entre representantes de artistas e da prefeitura, na Capitania das Artes, e a entrega de uma carta-manifesto. A intenção dos profissionais é apresentar propostas relativas aos mais diversos segmentos e formar plano de cultura e ações para 2010.

O  movimento  dos artistas surgiu na segunda metade de 2009, quando artistas circenses resolveram promover um encontro para articulação da classe e um protesto — contra o desrespeito e a truculência de alguns órgãos municipais nas apresentações de rua — que ocorreu no dia mundial do palhaço, no calçadão da João Pessoa. O movimento ganhou corpo e, em dezembro, foi realizada a reunião setorial de circo. Mas o encontro, que deveria ter apenas representantes da República das Artes, Brinquedoteca  e ponto de cultura Boivivo, acabou transformando-se num movimento de artistas de todos os seguimentos — cênicas,  audiovisual, música, cultura popular . Lenilton Lima disse que é preciso nivelar o discurso do artista potiguar ao do eixo Rio/São Paulo, e para isso estão trazendo profissionais da área com objetivo de discutir políticas públicas e cultura. A convidada de ontem foi  Maria Tereza de Oliveira, filósofa e professora da Facex, “que é especialista também na área de políticas públicas”,  disse Lenilton. Além das palestras, o grupo terá assessoria de marketing e assessoramento jurídico.

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