terça-feira, 23 de abril, 2024
26.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

As coisas boas da vida

- Publicidade -

Nei Leandro de Castro
Escritor

Em Natal, beber com Volonté  batida de maracujá,  num barzinho do Beco da Lama, ouvindo-o falar sobre o dia em que Nietzsche chorou.

Atravessar a Ponte Newton Navarro e comer tapioca com ginga, na barraca que foi de dona Dalila.

Freqüentar as tertúlias da Livraria Câmara Cascudo e me deliciar ouvindo Soares discorrer sobre Augusto dos Anjos e o cosmopolitismo das moneras.

Ouvir Castilho falar sobre a Rua da Estrela, onde ele era um goleiro de muito futuro e um sedutor que namorava as menininhas que quisesse.

Participar da festa de Ano-Novo, na casa de Woden Madruga. Julieta faz o melhor bacalhau do Rio Grande do Norte e adjacências. Nesse dia, o bardo da Rua São João dispensa a farofinha de ovos e cai de boca no bacalhau, como se fosse um Pantagruel da Lagoa Seca.

Em Lisboa, me encontrar com o poeta Ernesto de Melo e Castro, que me ensinou os caminhos de Lisboa e me apresentou a Esmeralda, numa noite inesquecível no bar Monte Carlo.

Beber ginja nos bares da Rua Portas de Santo Antão.

Caminhar pelas ruas da cidade, à espera de encontrar Esmeralda flanando por aí, com seu marido, um milionário holandês. Não sei se aceitaria se ele propusesse uma homenagem a três.

Ocupar uma mesa de calçada da Pastelaria Suíça e ficar vendo o desfile de mulheres bonitas, algumas lançando olhares capazes de seduzir monges beneditinos.

Em Paris, almoçar no Louis Vin, onde se degusta o melhor pato ao molho de vinho de Paris.

Ir à casa de massagens tailandesa, no primeiro andar do famoso restaurante La Tour d’Argent. As meninas se besuntam e dão massagens nos clientes com o próprio corpo.

Viajar de Paris à região de Carcassone, ver as belas paisagens, almoçar nos pequenos restaurantes dos vilarejos da região, rever Michelle e Graham, pessoas muito queridas.

Em Roma, como as romanas.

Em Florença, hospedar-se no Aprile Hotel, no coração da cidade, vizinho à Igreja Santa Maria Novela, que data do século XIII. O dono do hotel, Riccardo Zucconi, fala português (foi casado com uma brasileira) e dá excelentes dicas aos seus hóspedes. Foi ele quem me apresentou à obra de Masaccio, puro gênio, e também à obra de Pontormo, que tem uma obra-prima chamada “Cristo descendo da cruz”.

Almoçar na Via del Porcelana, uma ruazinha estreita que reúne alguns dos melhores restaurantes da cidade. Almoçar no Restaurante Dante,     que tem escrito na sua fachada: “Desde 1265”. Bom humor dos florentinos.

Pensamento da semana:

“Alguns livros são do tipo que, quando você larga, não consegue pegar mais.” –

Millôr Fernandes.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas