Hoje tem o lançamento do livro de Carlos Roberto de Miranda Gomes, “As confrarias e o tempo”. Será no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, a partir das 19 horas. Escolha acertadíssima, não há local melhor por estas bandas para se lançar um livro que passeia pelas confrarias daqui e de outras aldeias. Lá mesmo, no Instituto, de solenes salas e com um jardim muito bem cuidado, abriga uma confraria, exatamente a instituição cultural mais antiga do Estado. Rua da Conceição, belo casario mais do que centenário, oitão da Catedral Velha de Nossa Senhora da Apresentação, construída no começo de 1614, poucos anos depois da fundação da Cidade. Fundada ali mesmo, naquele sitio. Como é bom dar uma caminhada pela Rua da Conceição, vendo as fachadas de suas casas centenárias (uma delas onde viveu o Padre João Maria), a do Museu do Sobradinho, hoje Museu Café Filho, que continua fechado. O prédio, não; o museu, sim.
Vamos todos, confrades ou não, nos encontrar por lá pegar o livro de Carlos. Vamos nos reencontrar com a história de Natal contando as histórias dessas confrarias pesquisadas e anotadas pelo o escritor. A maioria delas apenas lembranças de um tempo que se foi, Natal da Ribeira e da Cidade Alta, passando pela universidade do Grande Ponto, onde cada esquina era uma faculdade. Calçadas de confrarias. Ainda resistem algumas.
Vicente Serejo, que foi um dos fundadores da confraria das Cocadas (oitão do Natal Clube, hoje praça Kenedy) e frequenta outras, incluindo as gastronômicas, escreveu o prefácio do livro. Destaco trechos:
– Talvez seja um bom começo, e até um lastro seguro para se compreender o papel atual das confrarias, sejam literárias ou simplesmente gastronômicas, que o professor Carlos Roberto de Miranda Gomes enfoca neste ‘As Confrarias e o Tempo’. Se antes não substituíam os vizinhos, quando a vida era risonha e bela, hoje cumprem o papel de preservar a convivência humana, agora que o apartamento reuniu, mas também destruiu, o convívio fraterno da vizinhança.
– Este cuidadoso registro de ‘As Confrarias e o Tempo” se ergue em muito boa hora. Quando os melhores olhares dos estudos universitários, no Brasil, voltam sua atenção para a história das cidades e das gentes.
– Carlos Gomes, aqui, não se deixou levar pela sisudez de sua formação jurídica, feita de uma linguagem austera e inflexível. Afastou a semântica erudita do Direito e o estilo sempre untuoso das narrativas escorreitas, e contou a pequena história das confrarias. Elas não guardam a riqueza dos clubes das altas elites sociais e econômicas. Nelas estão a glória e a fortuna dessa grande arte, em torno de uma mesa, que é a alegria de viver.
– Carlos Gomes, com este ‘As Confrarias e o Tempo’, acrescenta um capítulo ao acervo intelectual do Rio Grande do Norte. É que a história e costumes é indispensável à compreensão do homem na sua normalidade e que tem nas ideias o esteio do saber universal. ”
Política
Deu na coluna BR18, do Estadão:
– Depois do embate entre Sepúlveda Pertence e Cristiano Zanin na defesa criminal de Lula, os defensores do ex-presidente na esfera eleitoral também não estão se entendendo.
– Segundo o ‘Painel’, da Folha, a desavença agora é entre Eugênio Aragão, que representa Lula no TSE, e o consultor do PT, Luiz Fernando Pereira. Aragão se sentiu “atropelado’ por Pereira, que apresentou peça ao TSE sem consultá-lo.
Garibaldi
O senador Garibaldi Filho voltou entusiasmado de Nova Cruz, onde esteve noite de terça-feira participando de um encontro promovido pelo MDB e onde estavam presentes lideranças de 13 municípios da região Agreste. Entusiasmado com o que viu e ouviu. Também estava presente o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, do PDT, candidato a governador, apoiado pelo MDB.
Doar sangue
A Justiça Federal do Rio Grande do Norte, integrada com a sociedade norte-rio-grandense, está laçando a campanha “Doar sangue é gesto de amor, ato pela vida”. São quatro meses de campanha com ampla divulgação nas redes sociais. Além das peças publicitárias serão realizadas, também, palestras sobre o mesmo tema. A campanha vai até novembro.
Educação
Leio no Valor Econômico, com o título “Educação leva 6% do PIB, mas não sai do lugar”, a seguinte nota:
– Apesar de ter um “orçamento fantástico”, profissionais competentes e bons exemplos que deveriam ser replicados, o sistema educacional brasileiro ainda patina para atingir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Isso ocorre, basicamente por problemas de gestão, disse ontem o economista chefe do Instituto Senna Ayrton Senna e professor do Insper, Ricardo Peres de Barros.
– Ao fazer paralelo com o mundo corporativo afirmou que falta aos gestores educacionais um “business plan” – ou seja aplicar preceitos de governança para a passada alcançar as metas propostas.
Lixo didático
Por falar em gestão educacional, a direção da Escola Estadual Jerônimo Gueiros, localizada na rua Antônio Melo esquina com a avenida Jaguarari, no Barro Vermelho, poderia cuidar melhor da calçada daquele estabelecimento de ensino, a que fica do lado da Jaguarari.
É um abandono total, a calçada ocupada pelo mato (dá no joelho) que nasceu de suas gretas e buracos. Tem até carrapicho e pega-pinto. Junto ao mato, lixo geral, galhos secos, restos de comida, jogados pelos que passam por lá, incluindo carroceiros. É o lixo mais didático do bairro, quiçá da cidade.
Livro
De Recife me chega notícia, mandada por Juareiz Correya, do lançamento da terceira edição do romance “Sol das Almas”, de Hermilo Borba Filho (1917-1976) o grande escritor pernambucano, dramaturgo, também crítico e diretor teatral, folclorista, professor universitário.
“Sol das Almas” é o terceiro romance de Hermilo, publicado em 1964 (O primeiro foi “Os Caminhos da Solidão”, 1957, o segundo, “História de um Tatuetê, 1958) pela Editora Civilização Brasileira. Publicou vários outros. Esta nova edição é da Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). O lançamento foi terça-feira, 17, no Recife.
Ler e reler Hermilo Borba Filho é sempre um grande prazer.
