Das leituras de ontem destaco aqui as de duas grandes jornalistas, Miriam Leitão e Eliane Cantanhêde, escreveram sobre o momento político brasileiro. Começo por Miriam Leitão, de o Globo. Título de seu artigo: “Bolsonaro e o vazio de ideias”. Começa assim:
– A campanha de Bolsonaro é obscura em todas as áreas, não apenas econômica. Na segurança, resume-se a permitir o porte de armas. Não há um projeto sobreo que o Estado fará para reduzir a criminalidade. Na educação, a proposta é apenas por uma escola militar por estado. Sobre saúde, questão climática, logística, cultura ou qualquer outra área, não há propostas, simplesmente porque não há ideias.
– A campanha é improvisada, organizada por alguns militares, os filhos do candidato, e um ou outro amigo. Uma estrutura claramente insuficiente e que não se dispôs a pensar um projeto para o Brasil. Antes do atentado que sofreu, cada entrevista, debate, declaração do candidato só fazia aumentar sua rejeição. Para citar um exemplo: o país ainda chocado com a perda do Museu Nacional, e ele sai com um “já queimou, agora quer que eu faça o quê? ”.
– Seu vice, o general Hamilton Mourão, tem ido na mesma toada, como fez na declaração em que ofendeu mães e avós. Quanto menos Bolsonaro fala, mas ele é poupado do constrangimento de exigir seu enorme vazio de ideias e propostas. ”
– Enquanto Fernando Haddad (PT) não perde uma chance de reforçar que é pau-mandado do ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro (PSL) faz o comentário e põe nos seus devidos lugares o vice, general Hamilton Mourão, e o “Posto Ipiranga”, economista Paulo Guedes. Do hospital, onde continua ativo nas redes sociais, o capitão Bolsonaro cortou as asinhas do general Mourão, que estava doido para substituir o paciente em debates e sabatinas – ou seja, assumir o papel de candidato à Presidência. Bolsonaro foi direto: ou ele vai pessoalmente aos debates, ou ninguém vai.
– Do lado oposto, Lula é a força e a fraqueza de Haddad. A mais contundente confirmação disso foi a forma tortuosa e sofrida com que reagiu à pressão para dizer se, eleito, iria ou não tirar Lula da cadeia via indulto. Foram muitos talvez, quem sabe, muito pelo contrário, até que o governador de Minas, Fernando Pimentel, disse o que parece óbvio: sim, Haddad no Planalto significa Lula fora da cadeia.
– Do ponto de vista eleitoral, trata-se do clássico “pregar para convertidos”, porque a ideia agrada a quem já naturalmente vota no PT. E não atrai votos de quem até simpatiza com o jeitão de Haddad, mas não é petista e não quer soltar Lula a qualquer custo, muito menos admite a volta dele no tapetão.
– Foi por isso que, na milésima vez que lhe perguntaram a mesma coisa, Haddad jogou a toalha e garantiu que não, não vai dar indulto a Lula. Se é verdade ou não, não se sabe, mas ele mandou um recado para Pimentel, que teve de se retratar: ninguém fala por ele (a não ser Lula, claro). ”
Lá ele se encontrará com a caravana de Carlos Eduardo que cumprirá longo percurso pelo Litoral Norte, já partir das 9 horas: Ceará Mirim, Muriú, Maxaranguape, Rio do Fogo, São Miguel do Gosto, noite começando em Touros.
Livro
O livro, que tem prefácio de Dom Heitor de Araújo Sales, sai com o selo da Editora Campo Novo. A renda da venda do livro será revertida em favor da causa de beatificação do Padre João Maria.
No Bem-Te-Vi
As inscrições já estão abertas. Mais informações pelo telefone (84)2020-4463.
Floração
Seria o começo da primavera? Há primavera por estas bandas?