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As novas marinhas de Dorian Gray

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Aos 85 anos, festejados no mês de fevereiro, Dorian Gray Caldas segue retroalimentando seu ciclo: vive para a arte que o mantém vivo. Ainda se recuperando de crise de arritmia e uma insuficiência renal que o deixaram fora de circulação por longos 12 dias, o artista plástico veterano apresenta nova série de marinas, casarios e canaviais na exposição “Forma e Concreto”. Em cartaz desde ontem na galeria do Núcleo de Arte e Cultura (NAC), Centro de Convivência da UFRN, a mostra reúne 24 trabalhos recentes onde o modernista exercita seu estilo figurativo que esbarra no expressionismo concreto. A visita é aberta ao público, de segunda a sexta, das 9h às 17h, e segue até o dia 15 de maio.
Artista plástico volta a pintar e expõe novas marinas, casarios e canaviais na galeria Conviv’Art
Com curadoria de Elidete Alencar (NAC) e de Dione Caldas Xavier, filha de Dorian e também artista plástica, a exposição também traz cinco aquarelas que farão parte de uma exposição itinerante do potiguar organizada pelo consulado da Noruega no Brasil, que passará por São Paulo, Recife e em Oslo, capital daquele país europeu. Entre as tintas de Dorian Gray há espaço para homenagear sua irmã Zaíra Caldas (1928-2012), representada por uma tela transfigurativista criada em 1993.

“Ele não para, toda a produção, inclusive a que vai para a Naruega, foi criada este ano”, disse Dione Caldas, lembrando que as séries foram inspiradas no “nosso céu, sol e paisagens do Nordeste”. Todos os quadros de Dorian Gray estarão à venda. Sobre o contratempo de saúde, Dione contou que o pai precisou fazer um cateterismo (exame invasivo que avalia e/ou confirma presença de algum problema cardíaco), e como seu estado foi normalizado com remédios não precisou implantar um marca-passo. “Nos últimos anos, chega esse período do aniversário, aparece uma doença que leva meu pai ao hospital. Mas agora está bem, recuperado e em casa. Em 2013, ele precisou colocar quatro stents (tubo minúsculo usado para devolver ritmo ao fluxo sanguíneo da artéria coronariana)”. Dorian Gray é diabético.

Testemunha da Natal cosmopolita de outrora, o artista cria boa parte de suas obras a partir de memórias que resistem em meio a veloz transformação urbana que assola a cidade. Ao lado de Newton Navarro (1928-1992) e Ivon Rodrigues protagonizou a primeira exposição modernista em Natal, isso no início dos anos 1950. “No começo eu era um classicista, pintava tal qual a realidade. Meu primeiro contato com o modernismo veio por intermédio de um tio, e quando Navarro me convidou para participar daquela exposição não tinha feito nada modernista ainda. Mesmo assim aceitei e comecei a estudar e produzir. A transição foi fácil, a possibilidade de interpretar me atraiu”, disse Dorian Gray.

Também poeta e crítico de arte, Caldas trabalha em paralelo para viabilizar o lançamento do livro “Do outro lado das sombras”, que reúne poemas escritos entre 1964 e 2005. “Serão dois volumes que devem ter, juntos, mais de mil páginas e mais de mil poemas”, adiantou.

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