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As novas modalidades da economia

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Ricardo Araújo
Editor de Economia

Uma das mais antigas práticas sociais, sem fins lucrativos no passado, evoluiu e virou um dos negócios mais rentáveis da última década: a economia compartilhada. Fomentadas pela popularização dos aplicativos desenvolvidos para smartphones e pela eclosão das startups, plataformas de consumo colaborativo como Airbnb, Uber e OLX, por exemplo, movimentaram 15 bilhões de dólares em 2014 e, para a próxima década, a projeção é de 335 bilhões de dólares. Os números são da empresa de Consultoria PwC. No Rio Grande do Norte, empresários investem em mudanças de comportamento de olho nessa nova dinâmica de mercado.
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#SAIBAMAIS#“O modelo de acumulação de ativos está levando a humanidade à destruição. Quer-se muito, mas deixa-se muita coisa inutilizada”, afirma Ricardo Pessoa, empresário que aderiu à economia compartilhada com a fundação da Casa Séfora, em Tirol, zona Leste de Natal. Após experiências no mercado empresarial convencional, Ricardo Pessoa decidiu migrar para uma nova modalidade de negócio que alia o lucro sustentável à preocupação com o meio ambiente e consumo consciente. “Há uma preocupação maior com o mundo. De redução dos impactos social e ambiental”, afirma Pessoa quando discorre sobre o objetivo do compartilhamento de itens diversos e espaços físicos.

A economia compartilhada, apesar de não ser uma prática recente, ganhou notoriedade nos últimos anos com a ruptura tecnológica. Da música da moda a uma diária num castelo medieval, a distância entre viver a experiência está a um clique. Na maioria dos casos, consumidor e fornecedor se confundem, o que caracteriza a nova dinâmica mercantil. “Na verdade, a economia compartilhada é uma interpretação nova que se dá a uma postura tecnológica. O consumo colaborativo nada mais é que a divisão dos custos entre as pessoas. Estudantes que dividem um apartamento, empresas que se unem para efetuar grandes compras com o objetivo de reduzir custos”, detalha o economista Jorge Medeiros, professor da Faculdade Estácio Natal.

A nova roupagem da velha troca de mantimentos entre vizinhos, o ato de hospedar amigos ou dividir as despesas de um lar foi o que foi fomentou a ideia da Casa Séfora. O espaço tem 1.200 metros quadrados divididos em dois pavimentos. No primeiro, Ricardo Pessoa detalhou que existem salas à disposição para locação com custo mensal por turno a partir de R$ 150,00. No piso superior, uma casa com quatro quartos, cozinha, banheiros e sala pode ser locada individual ou coletivamente. No jardim e áreas sociais, espaços para reuniões e eventos.

“Não vamos deixar nenhuma parte da casa ociosa. Nenhum dos ativos que temos, parado. Faremos um capitalismo consciente, no qual a empresa precisa ser a melhor para o mundo com impacto social positivo”, declara Ricardo Pessoa. Em outros lugares do planeta, a locação de casas, automóveis, barcos, bicicletas e até câmeras de fotografia através dos aplicativos e sites na internet já é uma prática comum. Questionado se aqui no Brasil a realidade é similar, Ricardo Pessoa afirma que o brasileiro está mudando o conceito de consumo e está cada vez mais consciente em relação às finitudes das fontes naturais.

Dúvidas

Entretanto, ainda existem muitas dúvidas. “Eu acho que a economia compartilhada, colaborativa já está se solidificando no Brasil. Mas, as pessoas não estudam, não entendem direito o que é esse tipo de negócio e disseminam conceitos errados. Muitos confundem com ONGs, por exemplo. E nós não somos uma ONG”, ressalta. De acordo com Jorge Medeiros, o conceito de economia compartilhada está fluindo e gerando divisas. “É uma atividade que vem crescendo muito e gerando lucro. Há quem critique, dizendo que haverá redução do consumo individual, mas esse modelo já é uma realidade que não é tão nova”, destaca. 

Do nosso dia a dia
A economia compartilhada faz parte do cotidiano

Há diversas maneiras de se fazer economia compartilhada ou solidária. Muitas delas estão próximas de nós e sequer nos damos conta.

Quer saber quais são as mais populares plataformas desses tipos de economia na atualidade? Veja abaixo.

OLX Brasil
A OLX estimula uma cultura de consumo consciente, conectando pessoas para que elas possam comprar e vender de forma fácil e rápida. Maior representante da Economia Compartilhada no país, é líder no mercado de compra e venda online no Brasil. Com meio milhão de anúncios todos os dias e uma média de 2 milhões de vendas por mês – cerca de 50 por minuto –, a OLX é uma das empresas de tecnologia que mais crescem no Brasil.

Airbnb
O Airbnb começou em 2008 quando dois designers que tinham um espaço extra hospedaram três viajantes que estavam em busca de um lugar para ficar. Hoje, milhões de anfitriões e viajantes optam por criar uma conta Airbnb gratuita para poderem anunciar seu espaço e reservar acomodações exclusivas em qualquer lugar do mundo.

Uber
A Uber é uma empresa de tecnologia. Usando seu aplicativo, os usuários que precisam de transporte conseguem facilmente encontrar motoristas parceiros que oferecem esse serviço. Presente em mais de 500 cidades ao redor do mundo, a Uber chegou ao Brasil em 2014 com o UberBLACK, um serviço de carro sedã com bancos de couro, motoristas bem vestidos e ar-condicionado sempre ligado.

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