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As ondas da Gal

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Gal Costa, uma das vozes mais influentes da MPB, está de volta a Natal com o show “Espelho D’Água”. Depois da temporada “Recanto”, quando cantou rock e funk acompanhada por um power trio (baixo, guitarra e bateria), a cantora baiana destila versões intimistas para músicas que se tornaram clássicos em sua voz inconfundível. A apresentação acontece nesta sexta-feira (24), às 21h, no Teatro Riachuelo e celebra os 50 anos de carreira da artista, que já prepara novo disco de inéditas para início de 2015. Em turnê nacional, ela viaja com o violonista e guitarrista carioca Guilherme Monteiro e traz na bagagem um repertório selecionado em conjunto com o jornalista Marcus Preto, que também divide com Gal a direção do espetáculo.
Em fase de criação do novo disco, Gal Costa faz turnê, na companhia do violonista Guilherme Monteiro com show intimista “Espelho D’Água”
O show leva o nome da música “Espelho D’Água”, primeira parceria de Marcelo Camelo (eterno ex-Los Hermanos) com o irmão, o poeta Thiago Camelo, canção que, inclusive, estará no próximo álbum.

Nesta nova empreitada, Gal lança foco na diversidade que caracteriza seu trabalho: o público irá conferir desde “Coração Vagabundo”, de Caetano Veloso, composição que abria seu primeiro disco lançado em 1967; até alguns de seus maiores sucessos como “Folhetim” (Chico Buarque), “Vaca Profana” e “Baby” (Caetano), “Sua Estupidez” (Roberto e Erasmo Carlos) e “Volta” (Lupicínio Rodrigues), entre outras.

Apesar do tom intimista, a cantora busca extrair da guitarra e do violão de Guilherme Monteiro a mesma sofisticação de seus shows com banda, conciliando delicadeza e intensidade. Monteiro mora em Nova York há 14 anos, tem base no Jazz, já tocou e gravou com alguns dos grandes nomes do gênero como Kenny Werner, Grady Tate e Ron Carter, e faz parte do grupo que se apresenta ao lado de Bebel Gilberto ao redor do mundo.

A reportagem do VIVER entrevistou Gal Costa por e-mail. Ela falou sobre o novo disco ainda em produção, a parceria com Guilherme e como montou o repertório de “Espelho D’Água”, confira:

Gal, apesar de não estar necessariamente atrelado ao seu próximo trabalho o show “Espelho D’Água” funciona como aquecimento para o novo álbum de inéditas?
Esse formato de show não substitui a turnê de um disco. Inclusive já fiz outras vezes entre um show e outro da turnê “Recanto” (2001-2013) e poderá ser feito daqui pra frente também. Enquanto não temos o disco de inéditas finalizado, tenho viajado pelo Brasil com “espelho D’Água”, nome de uma música que que estará no meu novo disco.

A parceria com o músico Guilherme Monteiro é antiga ou recente? Você já tocou com ele em outras ocasiões?
Guilherme tem grande influência do Jazz, bebe muito nas fontes mais profundas do estilo. Nos demos muito bem desde a primeira vez que tocou comigo quando precisei substituir um dos meus músicos durante a turnê “Recanto”. Ele tem grande experiência, trouxe mais sofisticação para minhas músicas e costumo brincar no show que fez a cama perfeita pra mim.

Qual o ponto de partida para formatar “Espelho D’Água”?
O formato voz e violão já vinha sendo apresentado há muito tempo. Fui convidada, então, para fazer um show no Teatro Safra, em São Paulo, e queria mudar o repertório do show que vinha fazendo. Queria montar um roteiro diferente, pois estava cansada do que vinha fazendo nesse formato. Esse foi o ponto de partida, mudar o repertório que já vinha sendo apresentado no formato voz e violão.

O repertório clássico foi pensado para atender um público fiel e cativo?
A ideia do show é mostrar temas que se tornaram clássicos na minha voz, em várias fases da minha carreira, e mostrar canções que fizeram parte de momentos históricos da minha trajetória.

Imagino que não faltaram opções para compor este novo show: teve dificuldades para chegar a seleção final? Você e o Marcus Preto seguiram algum critério para fechar o repertório?
Falei com o Marcus, ele juntou as capas de todos os meus discos, eu fui assinalando as que eu queria cantar. Em seguida ele foi sugerindo o que pensava também.

Apesar do clima intimista e das limitações instrumentais (guitarra e vilão), as músicas ganharam tratamento diferenciado? Novos arranjos? Ou se buscou a sonoridade original?
Buscamos novos arranjos na maioria; só por ser algo voz e violão, já fica diferente. Guilherme é talentosíssimo e soube dar o tom que eu estava pensando.
 
A música “Espelho D’Água” foi um presente dos irmãos Camelo pra você?
Sem dúvida um grande presente. Eu gosto muito do jeito que o Marcelo compõe, como ele harmoniza as canções e as letras. Ela é a única música inédita deste show e estará no próximo disco. Pra não chamar o show só de “Voz e Violão”, resolvi colocar esse nome por que o espelho d’água significa reflexo, coisas do passado, do presente e até do futuro. É exatamente isso que o repertório do show significa.

Esse show vai virar CD/DVD?
Não pensamos nisso. Acredito que não. O próximo trabalho é o CD de inéditas mesmo.

Quanto ao seu novo próximo disco, traz algo de “Recanto”? Ou aponta para um lado mais tradicional da MPB? Caetano e Moreno Veloso estão envolvidos no projeto?
O disco será totalmente de inéditas e produzido pelo Kassin e pelo Moreno (Veloso). Terá uma música de Caetano sim, e uma do Gil também. Tem um música do Criolo com o Milton Nascimento, que eu gosto muito também, e duas músicas do Marcelo Camelo. E tem outras surpresas também.

Previsão de lançamento?
A previsão é para o começo do ano que vem.

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