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As queixas de Agenor

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Sexta-feira, 13, Agenor Alves de Lima, senhor da Fazenda Paraíso – de cujos alpendres se avista a torre da Igreja  Matriz de São Paulo do Potengi, construída pelo Monsenhor Expedito Medeiros, o Profeta das Águas – passou pelas Queimadas e deixou uma carta que me foi entregue no sábado, logo lá cheguei.  Agenor é seridoense de São Vicente, já vaquejou gado  pelas ribeiras do Acari junto com as tropas de Silvino Balá, andou comerciando por Natal  até descobrir o seu “Paraiso” nas ribeiras do Potengi, onde montou casa e currais há mais de 40 anos. Engorda boi e tira leite de vaca. Agenor se segura firme no chouto de quem já caminha pelos 84 anos.

Como sua fazenda, plantada na localidade de  Lagoa do Canto, não fica muito distante da rua,  é comum encontrá-lo papeando pelas calçadas de São Paulo do Potengi.  Houve um tempo, quando a feira de lá era no domingo,  que a gente sempre se encontrava   para boa prosa em torno da turma comandada pelo mestre  Ambrósio de Azevedo. Mudou-se a feira para o sábado, o papo findou-se, deixando de ser semanal. Aqui  acolá nos cruzamos pelos caminhos. Quando chove em Paraiso ele telefona e faz a reportagem pela região: do Cabaço às Queimadas, passando por Poço do Serrote, Barcelona, Lagoa de Velhos, Caiada.

Na carta, escrita a mão,  Agenor queixa das asperezas  da seca que já vai entrando pelo quarto ano seguido e também do descaso dos governantes deste país de promessas eleitorais  não cumpridas. Passo a palavra para o Agenor:

“Fazenda Paraíso, São Paulo do Potengi, RN, 13 de fevereiro de 2015.

Para o amigo Woden Madruga:

A natureza mostrando sua força, a experiência de um sertanejo sofredor com tantas secas na corcunda. Na cabeça, as lembranças –  desde 1942 –   dos cardeiros, xique-xiques e  macambiras que queimamos para escapar das secas as vacas Asa Branca,  Mangueira, Sabiá e outras e suas filhas.

O amor pelas mesmas faz tudo isso. Conheço muitos homens de bem que fazem o mesmo. Agora estamos enfrentando o quarto ano de seca, sem ter a quem pedir ajuda. Os governos nos deram as costas. Só aparecem para matar o sofredor nos impostos, atrase o sujeito o pagamento da energia. Vai morrer no escuro e de sede. O milho da Conab, de 18,10 reais o saco pulou para 39,90 e  não tem nos depósitos para quem precisa.

A saúde pública, na UTI. A Segurança a toda hora sendo atacada por bandidos. Vamos aguardar as próximas eleições. Até lá. Um abraço do vaqueiro sofredor e amigo,

Agenor Alves de Lima”

De Política
Da analista politica Eliane Cantanhede em seu artigo de ontem, “Cinzas”, no jornal Estado de S Paulo:

– O carnaval acabou e a presidente Dilma Rousseff sai do belo mar da Bahia para mergulhar em dois desafios urgentes que viraram prioridade na lista de problemas gigantescos que tem pela frente.

– Um é a derrota na flexibilização das regras trabalhistas e previdenciárias no Congresso. Outro é o encontro apimentado entre o ministro da Justiça e o advogado de uma das empreiteiras usadas para financiar a eternização do PT no poder, via Petrobrás.
– É próxima de zero a chance de Dilma e de seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aprovarem na íntegra as mudanças nas pensões por morte, no auxílio-doença, no abono salarial, no seguro-desemprego e no seguro-defeso. E não porque a oposição tenha essa força toda, mas porque a própria base de Dilma – a começa pelo PT – trabalha contra o pacote.

Na Câmara
Passada a folia, a Câmara de Vereadores de Natal volta hoje às suas atividades normais. Abertura do ano legislativo, o plenário com novas caras. O prefeito Carlos Eduardo Alves vai lá para ler sua mensagem anual. Chega com avaliação positiva da sua administração segundo as pesquisas mais recentes.

E chega com o reforço do sucesso popular do carnaval que a Prefeitura promoveu e patrocinou. Pelas esquinas fala-se em reforma do secretariado. Carece.

Chuva
O pessoal da Emparn até ontem curtia o carnaval. Daí não se ter notícias oficiais de chuvas. Vem assim derna de sábado. Quem sabe, hoje… O tempo está de chuva. Pelo menos, das bandas do Seridó, chegam pelo telefone noticias de  chuvas por lá.

Em Parelhas, de terça-feira para ontem, tem ocorrências de chuvas entre 25 e 38 milímetros em vários pontos do município. Em Equador, vizinho, também.  O mesmo ocorrendo em Jucurutu.

No meio da tarde recebo notícias de chuvas em Santa Cruz (70mm), Coronel Ezequiel, São Tomé, Lajes, Angicos e Afonso Bezerra.
No Ceará, segundo a Funceme, continua chovendo em pontos variados do Estado. A maior chuva registrada ontem foi em Icapuí, 59  milímetros. O município faz cerca com Tibau e Mossoró.

Samba e marchinha 
Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo:
“De Zeca Pagodinho, doutor em samba, sobre esta crescente mania dos camarotes da Sapucaí de instalar uma espécie de boate, onde se toca funk, hip hop e música eletrônica:
– Cada um faz o que quer. Mas carnaval tem que ter samba, marchinha. Isso é a mesma coisa que você ir numa festa de São João e escutar um samba-enredo.”

Carnaval 
Os blogues (como tem!) não registraram a presença de nenhum politico profissional no “desfile” do Bloco do Cão. Muito menos no Baiacu na Vara, por sinal muito sugestivo.

Economia 
Ouço na CBN: “Falando para 185 investidores nos Estados Unidos, o  ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que crescimento da economia brasileira está desacelerada e pode ser negativo este ano”.

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