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As redes do presidente

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Lauro Jardim
com Guilherme Amado e Mariana Alvim
Apesar do barulho que posts sobre a área de costumes faz – e o golden shower é o exemplo mais gritante -, Jair Bolsonaro usou as redes sociais em seu primeiro ano de governo para falar preferencialmente de economia (35% do total), segurança (11%), viagens internacionais e oportunidades no exterior (9%) e relação com a mídia (8% do total). As palavras “polícia” e “policiais” apareceram mais vezes do que “alunos” e “ensino”. Estas são algumas das informações de um estudo inédito que a consultoria Bites fez sobre o uso das redes por Bolsonaro em 2019. O fato é que ele continua comandando o show nas redes. Usa com eficiência sua poderosa máquina digital, montada sobretudo a partir da campanha eleitoral. E o que o PT e os demais partidos oposicionistas construíram nas redes não dá nem para saída no confronto digital com Bolsonaro.
Dezesseis por dia
Entre 1º de janeiro e quarta-feira passada, Bolsonaro – ou Carlos Bolsonaro e seu grupo de assessores instalados no Planalto – produziu 5.513 posts em seus vários perfis. Dá dezesseis publicações diárias. O Twitter foi a rede social mais usada. Lá, Bolsonaro fez 2.571 postagens, seguido do Facebook (1.761) e do Instagram (2.571). E quem foram os ministros mais prestigiados? No topo, aparece Tarcísio de Freitas. Foram 94 postagens falando sobre o ministro da Infraestrutura. Quase empatado, com 92 citações, surge Sergio Moro. Paulo Guedes é o terceiro, com 68 menções.
Crescimento acelerado
No ano, a base digital de Bolsonaro engordou 42,5% em relação a 31 de dezembro de 2018. São 32,7 milhões de seguidores no Facebook, Twitter, YouTube e Instagram. Ganhou 9,7 milhões de fãs. Assim, Bolsonaro permanece como o quarto colocado no ranking de 13 líderes mundiais que fazem uso intensivo das redes. À sua frente, os presidentes da Índia, Narendra Modi (132 milhões de seguidores), dos EUA, Donald Trump (107 milhões), e da Indonésia, Joko Widodo (51 milhões).
No mercado
Sergio Moro vai amargar a incerteza sobre o próprio futuro até Jair Bolsonaro indicar o nome à última vaga a que terá direito de preencher no Supremo, em 2021, quando Marco Aurélio Mello pendura a toga. Mas Moro tem plano B. Em conversa com interlocutores, tem dito que não cogita se submeter a outro concurso para voltar a magistratura e nem advogar. Se não virar ministro – ou candidato em 2022 – planeja migrar para a área jurídica e de compliance de uma grande empresa.
Pegou leve?
Quando escrutina a própria atuação na Lava Jato, Moro conclui que deveria ter prendido mais gente. Mas quem ele lamenta não ter posto atrás das grades? Sérgio Machado. Ex-presidente da Transpetro e afilhado político de Renan Calheiros, Machado foi salvo da tranca por um acordo de delação premiada – desastrado, na avaliação de Moro – firmado com a PGR.
Entre sem bater
O Aliança pelo Brasil, futuro partido de Jair Bolsonaro, já tem cara e portas de entrada virtuais. Está pronto o protótipo do site da legenda, com dois canais para interessados se filiarem. Num deles, o processo é feito todo pela internet, e só se exige a assinatura eletrônica do usuário. No outro, o internauta acessa a ficha de filiação para ser preenchida e levada ao cartório, depois de impressa.
Ei, você aí…
Sem um centavo do fundo partidário, o Aliança vai apelar à generosidade dos bolsonaristas. Em breve será lançado um crowdfunding para arrecadar recursos ao caixa da sigla do presidente.

Visões do ex-príncipe

Aos mais próximos, Marcelo Odebrecht tem dito que as condenações do Lula serão anuladas mais cedo ou mais tarde.

Por que?

Marcelo justifica essa afirmação dizendo que as provas que ele próprio apresentou à Justiça mostram que o dinheiro usado para beneficiar Lula não foi desviado dos contratos, conforme a construção da denúncia e, sim, do caixa da Odebrecht para o pagamento de propinas.

Linha direta

Mesmo depois de terem suas conversas expostas em praça pública, Moro e Deltan Dallagnol continuam se falando com frequência – certamente, não mais pelo Telegram.
Ouro (rubro) negro
Rodolfo Landim, hoje mais conhecido como presidente do Flamengo, está fechando a venda da Ouro Preto, empresa de óleo e gás criada por ele em 2010, para a Starboard. A Ouro Preto é dona hoje dos direitos de exploração de 15 blocos e quatro campos de petróleo. Até onde se sabe, Landim pretende se dedicar integralmente ao Flamengo.
Gato e rato
A relação entre o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, e o do Tesouro, Mansueto Rodrigues, continua péssima. Despachar juntos, nem pensar. A relação de Tom & Jerry é frequentemente mais amistosa.

Problema de rico

Por falta de pessoal, o Exército não está dando conta de atender às autorizações de blindagens de automóveis, sem os quais os veículos não podem rodar pelas ruas do Brasil. Certificados que demoravam duas semanas para sair agora levam mais de dois meses.
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